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Conheça o Sou de Algodão, movimento que promove o consumo responsável
22 de Março de 2021

​Iniciativa da Abrapa realiza ações e parcerias para incentivar o uso do algodão sustentável produzido em solo nacional. Você sabia que o Brasil é o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo? E que somente 8% de todo o algodão cultivado no país é irrigado artificialmente? Em 2016, o movimento Sou de Algodão foi criado para incentivar o consumo responsável da fibra, que é natural e biodegradável, além de levar informações como essas para o público. A iniciativa é da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e conta com 500 marcas engajadas atualmente, de segmentos que vão da moda à decoração. Essas parcerias funcionam como uma via de mão dupla, conscientizando os consumidores sobre a composição de suas roupas e de seus produtos. Vem conhecer essa iniciativa! Afinal, o que é algodão sustentável? No Brasil, o algodão considerado sustentável é aquele certificado pelo Algodão Brasileiro Responsável (ABR), programa da Abrapa que existe desde 2012 e avalia pilares que formam o tripé da sustentabilidade: econômico, social e ambiental. Para adquirir o selo, atualmente fornecido em parceria com a ONG internacional Better Cotton Initiative (BCI), os agricultores precisam cumprir 178 requisitos de um rígido protocolo de boas práticas. Antes disso, precisam atender a outros 224 itens na fase de “verificação para diagnóstico”. A atividade deve, por exemplo, ser economicamente sustentável e gerar renda, com salários dignos. No aspecto social, o programa avalia critérios como a segurança no trabalho e o respeito à legislação trabalhista brasileira. Já na esfera ecológica, o produtor deve cumprir o Código Florestal Brasileiro e manter boas práticas agronômicas. Os resultados da certificação são auditados por empresas externas que possuem renome internacional. “Esse programa sempre é atualizado conforme a legislação. Dez anos de muito trabalho e, agora, estamos fazendo isso também para as beneficiadoras de algodão, que separam a pluma do caroço”, explica Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa desde janeiro deste ano. Em meados de 2015, a associação identificou perda de participação do algodão em relação a outras fibras e falta de conhecimento do consumidor sobre as roupas que vestia. Diante desse contexto, surgiu uma necessidade: incentivar o uso do algodão brasileiro na moda e colocá-lo em pauta. Mostrar às pessoas, principalmente o consumidor, como ele é produzido, unindo a voz de profissionais de toda a cadeia produtiva da fibra. Para isso, a Abrapa pensou em uma ferramenta de conscientização sobre a composição das roupas. Assim, surgiu o movimento Sou de Algodão. Nasce o Sou de Algodão O Sou de Algodão estreou no São Paulo Fashion Week N42, em outubro de 2016. A campanha de lançamento teve como embaixadores o fundador e diretor criativo do evento, Paulo Borges, e os estilistas Martha Medeiros e Alexandre Herchcovitch, além do apoio de 10 filiadas e do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). O movimento faz diversas ativações para levar a consciência sobre os benefícios e as possibilidades da pluma (algodão beneficiado). Entre elas, participações em eventos de moda e no Congresso Brasileiro do Algodão, lançamentos de kits e campanhas em datas especiais, entre outras ações, como o Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores, voltado para o público universitário. Em 2018, por exemplo, o movimento organizou uma visita de jornalistas, estilistas e professores a uma fazenda algodoeira. O encontro, com participação de designers da Casa de Criadores, do consultor e palestrante André Carvalhal e da jornalista de moda Lilian Pacce, foi batizado de Cotton Trip. Outra frente de atuação é com marcas parceiras que pertencem à indústria têxtil e trabalham com o algodão nacional. Para se engajarem, elas precisam oferecer produtos com, pelo menos, 70% da fibra na composição. Depois de quatro anos de atuação do projeto, Júlio Cézar Busato avalia que os consumidores começaram a se preocupar mais com sustentabilidade e fibras naturais. “Os sintéticos estão trazendo um problema enorme: a poluição dos rios e mares com microfibras. As coisas estão conseguindo caminhar e nós estamos conseguindo levar a nossa informação, as verdades de como é produzido o algodão brasileiro”, observa. Marcas parceiras As primeiras colaborações surgiram já no primeiro ano do movimento. Só em 2021, mais de 100 novos parceiros se juntaram à iniciativa, que tem expectativa de chegar a pelo menos 650 marcas engajadas, ainda neste ano. As listas dos segmentos de moda incluem labels como Iorane, Ronaldo Silvestre, Farm e Ginger. A Reserva foi a 500ª marca a adentrar ao time. “Nossa relação com as marcas é de colaboração. Para ser parceira não tem nenhum aporte financeiro. Trabalhamos juntos no processo de divulgação: eles divulgando o Sou de Algodão, e nós, a marca. Eles usam a logo e toda nossa guide, e nós fazemos o mesmo”, comenta a coordenadora do movimento, Silmara Ferraresi, da Abrapa. O selo do movimento pode ser usado pelas marcas em suas plataformas de comunicação e nos produtos feitos com pelo menos 70% de algodão. Pelo site da iniciativa, é possível conferir todas as empresas engajadas de acordo com a categoria de mercado. O movimento também articula colaborações entre as parcerias, como trabalhos conjuntos de grifes com grandes tecelagens, por exemplo. “Ajudamos muito dessa maneira, nos mais variados segmentos. Temos desde feminino, masculino, artesanato. Não tínhamos pensado que algodão poderia ser forte no segmento pet, mas tivemos uma marca engajada recentemente”, acrescenta a coordenadora. Algodão no radar da moda A stylist e consultora de estilo e imagem Chris Francini é uma grande fã do algodão, especialmente por causa do toque e as diversas possibilidades que ele oferece para a indústria. “Hoje, você pode tecê-lo de várias maneiras, de tela e na diagonal. Pode fazer mil coisas com ele, ter acabamentos diferenciados. Acho que isso é que traz a novidade”, opina. A Iorane é uma das marcas parceiras do projeto que a especialista em estilo admira. Para ela, um dos pontos mais importantes do movimento Sou de Algodão é a valorização do produto brasileiro. “Nós exportamos muito e, finalmente, as confecções nacionais começaram a enxergar nosso produto nacional. Tem um valor agregado muito forte, por isso o movimento é tão importante”, defende. “No mundo inteiro, estamos voltando para uma cadeia produtiva menor e que ajude produções locais.” Algodão orgânico e sustentável são a mesma coisa? Nas contas da Abrapa, o Brasil é o quarto maior produtor de algodão no mundo e o segundo maior exportador mundial. Atualmente, 75% dessa matéria-prima produzida em solo brasileiro tem o selo ABR. De toda a quantidade licenciada pela BCI no mundo em 2019, 36% veio do Brasil. Isso significa que a maior parte do algodão sustentável do mundo é oriunda da cadeia nacional. Além disso, apenas 8% do algodão cultivado por aqui é irrigado artificialmente, enquanto os Estados Unidos, maior exportador do material, irriga 80%. É importante, também, entender que o conceito de algodão sustentável é completamente diferente de algodão orgânico. A produção das plumas orgânicas não permite o uso insumos químicos, como agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, e organismos geneticamente modificados, como as sementes transgênicas. O cultivo de plumas orgânicas no Brasil ocupa, principalmente, estados no Nordeste, a exemplo do “algodão colorido” da Paraíba, que a coluna abordou anteriormente. O sustentável, por sua vez, respeita os três pilares mencionados anteriormente e é cultivado de maneira tradicional, usando tecnologias para manter a qualidade da fibra e controlar pragas, como o temido bicudo-do-algodoeiro. Busato adianta que já existe um trabalho conjunto da Abrapa com a Embrapa para encontrar uma alternativa para deter o inseto que dispense o uso de defensivos. Ilca Maria Estevão 22/04/2021 5:00 site: Metrópolis 

Aberta a temporada de adesão à certificação ABR e ao programa SBRHVI
22 de Março de 2021

Está aberta a temporada de adesão ao programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que certifica o compromisso das unidades produtivas com a sustentabilidade. A partir da safra 2020-2021, todo produtor que adere ao ABR se associa, automaticamente, ao Standard Brasil HVI (SBRHVI). Com a vinculação dos dois programas, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão une sustentabilidade à qualidade. A iniciativa proporciona maior praticidade aos produtores e maior confiabilidade à fibra brasileira, ao dar transparência aos dados de HVI. A adesão ao ABR continua sendo necessária a cada safra, mas a adesão ao SBRHVI passa a ser por prazo indeterminado. O produtor pode optar pelo programa de qualidade (SBRHVI) sem aderir ao de sustentabilidade (ABR), mas não o inverso. Consolidado no país, o programa Algodão Responsável Brasileiro (ABR) é uma certificação que atesta boas práticas nas fazendas, considerando três pilares: social, ambiental e econômico. O protocolo abrange os principais requisitos da legislação brasileira. São 178 itens, desde segurança e bem-estar do trabalhador até boas práticas agrícolas. O Standard Brasil HVI (SBRHVI), por sua vez, tem como objetivo garantir o resultado de origem e, assim, dar credibilidade e transparência às análises de HVI realizadas pelos laboratórios de classificação instrumental que operam no Brasil. Isso é feito a partir de três pilares e o primeiro deles é o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), um laboratório central, localizado em Brasília, que faz a checagem dos resultados das análises. Um Banco de Dados da Qualidade do Algodão Brasileiro e a orientação permanente aos laboratórios participantes completam o programa.

Cadeia têxtil debate sustentabilidade no Dia Mundial da Água
22 de Março de 2021

Como primeiro elo da cadeia produtiva da indústria têxtil, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa, marcou presença no II Summit A Moda pela Água, realizado nesta segunda-feira (22) para marcar o Dia Mundial da Água.  Promovido pelo movimento Ecoera com apoio da Bazaar, o encontro virtual também contou com a participação de empresas como Malwee, Damyller e Nilit. O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, participou do painel "A moda que me representa - Boas práticas em ação" e falou sobre a certificação Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que atesta boas práticas sociais, ambientais e econômicas nas unidades produtivas. O protocolo abrange 178 itens. "Pra nossa felicidade, quase 80% do algodão brasileiro tem esse selo. O Brasil também é responsável por 36% de todo o Better Cotton produzido no mundo", ressaltou.  Busato também destacou a importância do programa Sou de Algodão, lançado em 2016 na São Paulo Fashion Week com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre o consumo consciente e, assim, fomentar o mercado do algodão responsável. À propósito do Dia Mundial da Água, o presidente da Abrapa pontuou que apenas 8% do algodão plantado no Brasil é irrigado. Em primeira mão, Busato informou que o projeto Identificação, proteção e recuperação de nascentes, da Associação Baiana dos Produtores de Algodão, Abapa, foi reconhecido com o prêmio ANA 2020,  divulgado nesta segunda-feira pela Agência Nacional de Águas e saneamento Básico. O projeto abrange 9 municípios do oeste da Bahia. Demais elos da cadeia têxtil O debate contou com a participação da israelense Nilit, indústria global de soluções para a indústria têxtil e maior fornecedor de poliamida no mundo. Fabianne Pacini, diretora de marketing e conteúdo da empresa, revelou que estão em fase de desenvolvimento de produtos de fontes biológicas .  "Nossa visão é desenvolver soluções que ajudem todos o elos da cadeia da indústria têxtil a oferecer produtos cada vez mais responsáveis e sustentáveis", afirmou. Esse também é o propósito da Damyller Jeans de acordo com o gerente de Sustenbilidade da empresa, Pedro Eduardo Daminelli.  Pioneira no Brasil na produção de uma linha de jeans com zero descarte de água a partir do uso de laser e ozônio, a empresa de Santa Catarina utiliza corantes naturais, como borra de café, e conta até com uma estação de tratamento dos efluentes industriais.  Segundo Daminelli, a evolução de tecnologias é prioridade para a Damyller. "Utilizamos máquinas de última geração e estamos sempre pesquisando e buscando novas tecnologias no mundo todo", falou. A Malwee aposta na mesma estratégia há mais de 50 anos.  "A evolução tem que ser contínua, para acompanhar as mudanças e gerar cada vez menos impacto no meio ambiente", disse Guilherme Moreno, gerente de marketing da empresa.   "É impossível fazer moda sem água, o jeito que a gente cuida da água e devolve para a natureza é o que faz a diferença", destacou.  Assim como a Damyller, a Malwee conta com uma estação própria de tratamento de efluentes, onde sistemas de membranas  permitem a devolução da água ao Rio Jaraguá com padrões de qualidade acima dos previstos em legislação. O volume de água recuperado é aproveitado nos processos de tingimento e lavação. O debate foi encerrado por Chiara Gadaleta, fundadora do Movimento Ecoera. "Sustentabilidade não é tendência , é garantia de futuro", afirmou. "Sustentabilidade é uma jornada, não um destino". O Ecoera foi criado em 2008 com a missão de integrar os mercados de moda, beleza e design às questões sociais e ambientais por meio de um conjunto de atividades, práticas e ações - baseadas nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Onu -, que aproximam toda a cadeia produtiva à sustentabilidade ambiental, social, econômica e cultural.

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
19 de Março de 2021

ALGODÃO PELO MUNDO #11/2021 - Algodão em NY - Acompanhando outras commodities, o mercado de algodão está em baixa esta semana.  Incertezas sobre a retomada econômica global, alta nos rendimentos dos títulos do tesouro EUA e relação EUA-China entre os motivos.  O contrato Jul/21 fechou ontem cotado a 86,42 U$c/lp, queda de 3,1% nos últimos 7 dias. - Preços - Na tabela abaixo começamos a divulgar esta semana o indicativo de preços do algodão Brasileiro Middling 1.1/8”(31-3-36) posto na Ásia, de acordo com cotações da publicação especializada Cotlook.  Os preços são para embarques em Março/Abril e Out/Nov deste ano. - Baixistas 1 -Destaque negativo das commodities esta semana, as cotações de petróleo Brent despencaram 8,7%.  Entre os motivos estão a paralização ou ritmo muito lento de vacinação em algumas partes do mundo, lançando incertezas sobre a demanda no curto prazo, principalmente na Europa. - Baixistas 2 - Esta semana foi também marcada por mais aumento nos rendimentos dos títulos do tesouro dos EUA.  As taxas, que saltaram de 0,7% para 1,73% em um ano, estão fazendo que muitos fundos migrem para este ativo, considerado mais seguro. - Altistas - Condições de seca em todo o Texas continuam sustentando novos preços de safra, mesmo que partes do oeste do estado tenham recebido chuvas esta semana. - Altistas 2 - Exportações continuam em ritmo acelerado nos dois principais exportadores, EUA e Brasil.  Com os números divulgados esta semana, os EUA já comercializaram para o exterior 99.4% da expectativa até o final do ano comercial  (Julho), e já exportaram 62% (2,1 milhões de tons). - Exportações - Exportações brasileiras de algodão na 2a semana de março foram de 44 mil toneladas.  O acumulado do mês nestas duas semanas é de 104,4 mil tons.  Com estes números, o Brasil já exportou 85% (1,8 milhões de t) da meta até o final de Julho. - China - Esta semana foram divulgados mais dados que mostram a robusta recuperação econômica da China. As vendas no varejo, a produção industrial e o investimento em ativos fixos aumentaram mais de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Economistas do UBS elevaram sua previsão de crescimento do PIB da China este ano para 9%. - Guerra Comercial - Ocorre neste momento no Alasca a primeira de alto nível reunião EUA-China após a posse de Joe Biden. O clima da reunião não parece muito bom, acusações mútuas.  O sentimento é que haverá pouco progresso nas negociações. - Conab - O último relatório da CONAB Brasil reduziu a previsão da produção nacional deste ano para 2,510 milhões de tons (o número da Abrapa é 2,491). A área final foi estimada em 1,425 milhão de hectares (o número da Abrapa é 1,399), uma redução de 14,5% em relação à safra passada. 📉📈 Preços - Consulte tabela abaixo ⬇

Produtores brasileiros e indústria têxtil chinesa estreitam relações com participação no Cotton Brazil Outlook – China
18 de Março de 2021

Evento, que aconteceu em março, busca uma maior aproximação entre o algodão brasileiro e empresas chinesas. A participação do algodão brasileiro nas importações da China (market share) na temporada 2019/2020 atingiu 37% e, atualmente, país é o maior importador da fibra nacional. A última quinta-feira, 10 de março, foi marcada por um importante encontro entre produtores de algodão do Brasil e representantes da indústria têxtil da China. Na data, aconteceu o Cotton Brazil Outlook China, evento promovido por Cotton Brazil, iniciativa da Abrapa (Associação Brasileira de Produtores de Algodão), em parceria com Anea (Associação Nacional dos Exportadores de Algodão) e Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), contando com a Embaixada do Brasil em Beijing e a CNCE (China National Cotton Exchange) como co-organizadores do evento. Este foi o mais recente evento virtual da série, que já promoveu encontros com os mercados da Índia, Coreia do Sul, Vietnã, Turquia, Bangladesh, Paquistão e Indonésia, através do estreitamento de relações entre autoridades e especialistas do segmento nacional com empresários do ramo têxtil locais. Na ocasião, os participantes recebem informações valiosas sobre os diferenciais da pluma brasileira, suas características, dados sobre a última safra e projeções de curto e médio prazos. Depois da abertura oficial com Marcelo Duarte, Diretor de Relações Internacionais da Abrapa e gestor do Cotton Brazil, o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, deu as boas-vindas aos presentes. Logo após, o embaixador do Brasil em Beijing, Paulo Estivallet, ressaltou a importância da parceria comercial entre os dois países nas últimas décadas. Segundo ele, mesmo com a grave crise global gerada pela pandemia de Covid-19, foram atingidos recordes comerciais em 2020. "As exportações de algodão brasileiro para a China cresceram 31% entre 2019 e 2020. Esta é uma comprovação de que o Brasil é capaz de produzir e comercializar grandes volumes com grande qualidade", explicou o embaixador, afirmando ainda que "o trabalho duro de produtores e autoridades fez com que o produto brasileiro seja hoje reconhecido e indicado mundialmente". China é o principal mercado internacional do Algodão Brasileiro   De acordo com dados da Abrapa, a China, maior consumidor global de algodão, foi o maior importador da fibra brasileira, representando 30% de todo o volume embarcado no período de agosto de 2019 a julho de 2020. O país tem tido uma crescente participação nas compras de algodão brasileiro: nos últimos 5 anos, o Brasil aumentou consideravelmente o volume de algodão exportado para a China em mais de 5 vezes. Na temporada 2015/2016, foram 100.661 toneladas; na temporada 2019/2020 este número subiu para 576.680 toneladas, que renderam 916,4 milhões de dólares para o Brasil. Yang Baofu, vice-diretor geral da CNCE – China National Cotton Exchange (organização que tem mais de 5.000 compradores de algodão em sua carteira na China), reconheceu a crescente importância do algodão do Brasil para a indústria têxtil chinesa e a necessidade de um estreitamento cada vez maior entre os países. "A integração do mercado e de toda cadeia da indústria de algodão da China com o Brasil formou uma exemplar cooperação ganha-ganha", afirmou. Ainda de acordo com Mr. Baofu, o evento Cotton Brazil Outlook representa "oportunidade para aumentar ainda mais o entendimento, fortalecer a cooperação, expandir a escala dos negócios da cadeia de algodão brasileiro com o mercado chinês e criar um ambiente comercial internacional saudável". O webinar seguiu com as apresentações de Júlio Cézar Busato, Presidente da Abrapa; Edson Mizoguchi, Gestor de Qualidade da Abrapa; Carlos Moresco, produtor de algodão brasileiro; Henrique Snitcovski, Presidente da Anea; e Marcelo Duarte, Diretor de relações internacionais da Abrapa.  O evento contou ainda com a participação de representantes da indústria chinesa durante uma rica sessão de perguntas e respostas: Eric Weng, Gerente do Departamento de Trading Internacional da Chinatex Cotton (HK) Limited; Nana Zhao, Gerente Geral da Henan Tongzhou Cotton Trade Co.; e Kris Kong, Gerente Internacional da Hebei Xindadong Textile Co. Os convidados contribuíram com suas percepções sobre o aumento da qualidade e, consequentemente, da aceitação do algodão brasileiro pela indústria têxtil chinesa. Ainda, sugeriram ações para aumentar a participação da pluma no mercado chinês, de maneira a criar uma situação ganha-ganha para todos os elos da cadeia. O evento Cotton Brazil Outlook – China é uma das várias ações da iniciativa Cotton Brazil nos principais mercados consumidores de algodão do mundo.   Sobre Cotton Brazil Cotton Brazil é uma iniciativa que nasce no final de 2020 para promover o algodão brasileiro no mercado global, depois de 20 anos de constante inovação, pesquisa e investimentos em aprimoramentos do setor. Capitaneada pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), em parceria com Anea (Associação Nacional dos Exportadores de Algodão), Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Cotton Brazil pretende levar o Brasil à liderança global nas exportações de algodão através de ações como marketing digital com site em nove idiomas e redes sociais; marketing de relacionamento; eventos técnicos e promocionais; inteligência de mercado; missões com compradores e vendedores; pesquisas e parcerias estratégias.  Para coordenar de forma mais efetivas estas ações e fomentar um estreitamento nas relações com os clientes Asiáticos, a Abrapa conta com um escritório em Singapura. Para saber mais, acesse: www.cottonbrazil.com

"Nossos esforços agora são de aumentar o mercado externo para o algodão brasileiro"
16 de Março de 2021

Entrevista do presidente da Abrapa no quadro “Conversa na Varanda” do programa “Depois da Porteira” Em entrevista ao programa Depois da Porteira, transmitido pela rádio CooperaCom, o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, falou sobre a grande evolução da cotonicultura brasileira na última década e perspectivas para o setor. Com investimentos em pesquisa e tecnologia, a produção da fibra saltou de 1.194 milhão de toneladas na safra 2009/2010 para 3 milhões de toneladas na safra 2019/2020, e o Brasil se tornou o quarto  maior produtor e o segundo maior exportador de algodão do mundo. "Podemos crescer muito mais e num curto período de tempo", afirmou Busato. Ouça a entrevista completa aqui (incluir o link: https://anchor.fm/agropressmarketingecomuni/episodes/Nossos-esforos-agora-so-de-aumentar-o-mercado-externo-para-o-algodo-brasileiro-esg652)

Confaz prorroga desoneração de insumos agropecuários
15 de Março de 2021

O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), composto por secretários de Fazenda dos 26 estados e Distrito Federal, decidiu nesta sexta-feira (12), em reunião extraordinária, prorrogar os Convênios ICMS nº 100/1997 e 52/1991 até 31 de dezembro de 2025. Com a decisão, fica mantida a redução na base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para maquinários e insumos agrícolas.  A única exceção são os fertilizantes.  O item que mais pesa sobre os custos de produção terá o ICMS majorado de 1% para 4% ao ano. O aumento será gradativo, com elevação de 1% ao ano a partir de 2022, chegando a 4% em 2025. O desconto sobre os demais insumos não foi alterado: 30% na base de cálculo do ICMS na comercialização interna e interestadual de ração e sementes e até 60% na de defensivos agrícolas.  "O custo dos insumos impacta diretamente na nossa competitividade.  A renovação dos convênios é muito importante para toda a cadeia do agronegócio brasileiro", avalia o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Júlio Cézar Busato.

Grifes brasileiras e internacionais transformam o agro em fashion
12 de Março de 2021

Marcas adotam referências do universo da produção no campo para estampar coleções de alta-costura e acessórios. Calça jeans, cinto com fivela larga e camisa xadrez. O onipresente visual vaqueiro nasceu na década de 30, herdado de filmes de faroeste e da indumentária dos artistas do coun try americano. De lá para cá, o estilo caubói mudou pouquíssimo, com pequenas alterações no tipo de couro das peças, em um ou outro detalhe invisível. A novidade: a estética da vida no campo passou a inspirar grandes grifes internacionais. O agro é fashion, e é chique. Na recém-encerrada Semana de Moda de Milão, a Moschino pôs esguias modelos em vestidos e casacos com estampas de adoráveis vaquinhas no pasto. Outras ostentavam vestidos inspirados em sacos de batata e, creia, todas estavam alinhadíssimas. Alguns meses antes, a francesa acquemus montou seu desfile em um belíssimo campo de trigo. Há ainda inovações no setor dos acessórios, como semijoias que ganharam formatos bem característicos na lida do agronegócio. São colares em forma de grão de soja, botas e diminutos chapéus de cavaleiros. "É um jeito de exibir a beleza que vem da terra, onde há, sim, muita feminilidade e elegância", diz Cristiane Steinmetz, agricultora e líder da Rede UMA, organização que oferece formação às mulheres do setor agrícola e que recebe parte da arrecadação com os pingentes. Foram 5000 unidades comercializadas em apenas dois meses. Os produtores rurais logo perceberam a boa oportunidade de negócios e imagem com o vestuário. Não por acaso, apoiam com força as criações. A organização brasileira Sou de Algodão, por exemplo, leva estilistas e designers para campos de colheita localizados em dez regiões brasileiras de modo a inspirá-los. "É uma imensidão branquinha e macia, eles se sentem como se estivessem nas nuvens", diz Júlio Cézar Busato, presidente da organização que defende a produção sustentável do fio. A preocupação quanto a como os tecidos são feitos é outro capítulo interessante na relação entre a moda e o campo. A francesa Chloé exibiu neste ano uma coleção em que se via a união da sustentabilidade com alto estilo: os fios sintéticos, como o poliéster, foram banidos das modelagens e os tecidos vieram da agricultura orgânica. A tendência é um aceno em direção aos desejos de uma forte clientela interessada nos rumos do planeta. Pesquisa da IBM realizada globalmente mostra que 70% dos consumidores consultados pagariam em média 37% mais em um produto só para que a empresa oferecesse transparência sobre como funciona sua linha de produção. O retorno ao natural, lembre-se, é um mecanismo tradicionalmente usado pela moda para responder a períodos de catástrofes que colocam a sociedade diante de pontos de inflexão, como a atual pandemia. Logo depois de 1986, ano do desastre nuclear de Chernobyl, nasceu um movimento de valorização dos elementos naturais, muito parecido com o que se vê nas passarelas aqui e agora. "A valorização da natureza é imperativa hoje, e a moda traduz esse desejo", diz João Braga, professor de história da moda na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). A depender do burburinho em torno da nova onda, a estética antiga e envelhecida dos caubóis de cinema deve demorar a voltar à cena. Publicado em VEJA de 17 de março de 2021, edição nº 2729