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Cadeia têxtil debate sustentabilidade no Dia Mundial da Água

22 de Março de 2021

Como primeiro elo da cadeia produtiva da indústria têxtil, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa, marcou presença no II Summit A Moda pela Água, realizado nesta segunda-feira (22) para marcar o Dia Mundial da Água.  Promovido pelo movimento Ecoera com apoio da Bazaar, o encontro virtual também contou com a participação de empresas como Malwee, Damyller e Nilit.


O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, participou do painel "A moda que me representa - Boas práticas em ação" e falou sobre a certificação Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que atesta boas práticas sociais, ambientais e econômicas nas unidades produtivas. O protocolo abrange 178 itens. "Pra nossa felicidade, quase 80% do algodão brasileiro tem esse selo. O Brasil também é responsável por 36% de todo o Better Cotton produzido no mundo", ressaltou.  Busato também destacou a importância do programa Sou de Algodão, lançado em 2016 na São Paulo Fashion Week com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre o consumo consciente e, assim, fomentar o mercado do algodão responsável.


À propósito do Dia Mundial da Água, o presidente da Abrapa pontuou que apenas 8% do algodão plantado no Brasil é irrigado. Em primeira mão, Busato informou que o projeto Identificação, proteção e recuperação de nascentes, da Associação Baiana dos Produtores de Algodão, Abapa, foi reconhecido com o prêmio ANA 2020,  divulgado nesta segunda-feira pela Agência Nacional de Águas e saneamento Básico. O projeto abrange 9 municípios do oeste da Bahia.


Demais elos da cadeia têxtil


O debate contou com a participação da israelense Nilit, indústria global de soluções para a indústria têxtil e maior fornecedor de poliamida no mundo. Fabianne Pacini, diretora de marketing e conteúdo da empresa, revelou que estão em fase de desenvolvimento de produtos de fontes biológicas .  "Nossa visão é desenvolver soluções que ajudem todos o elos da cadeia da indústria têxtil a oferecer produtos cada vez mais responsáveis e sustentáveis", afirmou.


Esse também é o propósito da Damyller Jeans de acordo com o gerente de Sustenbilidade da empresa, Pedro Eduardo Daminelli.  Pioneira no Brasil na produção de uma linha de jeans com zero descarte de água a partir do uso de laser e ozônio, a empresa de Santa Catarina utiliza corantes naturais, como borra de café, e conta até com uma estação de tratamento dos efluentes industriais.  Segundo Daminelli, a evolução de tecnologias é prioridade para a Damyller. "Utilizamos máquinas de última geração e estamos sempre pesquisando e buscando novas tecnologias no mundo todo", falou.


A Malwee aposta na mesma estratégia há mais de 50 anos.  "A evolução tem que ser contínua, para acompanhar as mudanças e gerar cada vez menos impacto no meio ambiente", disse Guilherme Moreno, gerente de marketing da empresa.   "É impossível fazer moda sem água, o jeito que a gente cuida da água e devolve para a natureza é o que faz a diferença", destacou.  Assim como a Damyller, a Malwee conta com uma estação própria de tratamento de efluentes, onde sistemas de membranas  permitem a devolução da água ao Rio Jaraguá com padrões de qualidade acima dos previstos em legislação. O volume de água recuperado é aproveitado nos processos de tingimento e lavação.


O debate foi encerrado por Chiara Gadaleta, fundadora do Movimento Ecoera. "Sustentabilidade não é tendência , é garantia de futuro", afirmou. "Sustentabilidade é uma jornada, não um destino". O Ecoera foi criado em 2008 com a missão de integrar os mercados de moda, beleza e design às questões sociais e ambientais por meio de um conjunto de atividades, práticas e ações - baseadas nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Onu -, que aproximam toda a cadeia produtiva à sustentabilidade ambiental, social, econômica e cultural.

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