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Tailândia abre portas para o algodão brasileiro
02 de Dezembro de 2021

Tailândia abre portas para o algodão brasileiro  O Brasil está batendo na porta da Tailândia na hora certa. A afirmação foi feita pelo presidente da Comissão de Têxteis da Confederação das Indústrias na Tailândia, Somsak Srisupornwanich, durante o Cotton Brazil Outlook 2022 – Thailand. O primeiro evento realizado pela Abrapa no país asiático ocorreu na manhã desta quarta-feira (01), em Bangkok, e selou o interesse de cotonicultores brasileiros e da indústria têxtil tailandesa em ampliarem o comércio entre os dois países. A iniciativa contou com a parceria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), além do apoio da Embaixada do Brasil em Bangkok e da Câmara de Comércio Brasil-Tailândia. Em jogo, um mercado que movimentou US$ 34 milhões somente na última temporada (2020/21), quando nove estados brasileiros embarcaram 21,4 mil toneladas de pluma para a Tailândia. Com aproximadamente 4.700 unidades fabris que produzem fios, tecidos e confecções, o País experimenta uma recuperação no setor após os impactos sentidos com a pandemia da Covid-19. "Este é um excelente momento, pois nossa indústria têxtil está aumentando a produção e buscando fornecedores. O Brasil está batendo na nossa porta na hora certa. Agora, basta criarmos um relacionamento mais perene, de confiança", disse Srisupornwanich. "Hoje é o início de um capítulo muito importante na relação comercial entre nossos países, que tem tudo para se fortalecer ainda mais", reiterou o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato. A intenção da entidade é seguir ampliando o market share do algodão brasileiro nas importações da Tailândia. Há três anos, o percentual era de 10%, tendo passado para 16% na safra 2020/21. "A Tailândia se firmou como um mercado importante para o Brasil e já é o nono maior importador do algodão produzido no País", observou o embaixador do Brasil em Bangkok, José Borges. "Graças ao investimento em pesquisa e tecnologia, a cotonicultura brasileira alcançou níveis inéditos de qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade. Hoje, temos pluma disponível ao mercado externo durante o ano todo", complementou o embaixador. Stanley Kang, representante da Tuntex Textile Co. Ltd. e presidente Junta das Câmaras de Comércio Internacional da Tailândia (da Joint Foreign Chambers of Commerce in Thailand), ressaltou a importância dos indicadores de qualidade e sustentabilidade apresentados durante o evento. "Investimos bastante em inovação tecnológica em nosso parque fabril para podermos entregar produtos de alto nível, conforme pede o comprador internacional. Esse é um mercado que prima por qualidade e sustentabilidade, e vimos hoje que o produto brasileiro está cada vez mais verde", afirmou. Outro ponto favorável ao algodão produzido no Brasil é o fato de que 100% da colheita é mecanizada, o que torna a pluma livre de contaminação. Além disso, 81% da safra 2020/21 foi certificada pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que atua em benchmarking com a Better Cotton Initiative (BCI). Por outro lado, a posição estratégica da Tailândia é atrativa para os cotonicultores brasileiros. "Por estar na área central de entrada para o continente asiático, o País é o principal elo com a região. Com boa qualidade de vida e um mercado pujante, várias empresas multinacionais têm optado por instalar aqui seus braços na Ásia", pontuou o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Tailândia, Marcelo Souza. Os dados da safra atual e as previsões para o ciclo 2021/22 foram apresentados no Cotton Brazil Outlook 2022 - Thailand pelo diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, que coordena o escritório da entidade em Singapura. A projeção é de que em 2022 sejam produzidos 2,8 milhões de toneladas da pluma. O Brasil é o quarto maior produtor e o segundo maior exportador mundial de algodão.

Abrapa participa de fórum sobre desafios do agro pós COP 26
01 de Dezembro de 2021

Abrapa participa de fórum sobre desafios do agro pós COP 26 O Fórum Planeta Campo reuniu nesta terça-feira (9), em São Paulo, lideranças, pesquisadores e executivos, para debater os desafios do setor agropecuário frente aos compromissos assumidos pelo Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – COP 26. Durante o evento, foram apresentadas oportunidades e práticas que demonstram o protagonismo e as soluções da produção nacional com foco em sustentabilidade, como as iniciativas dos produtores brasileiros de algodão. A cotonicultura foi um dos casos apresentados em Glasgow como exemplo do comprometimento do agro nacional com práticas responsáveis. "A Conferência do Clima foi uma vitrine para o Brasil em relação a políticas de meio ambiente e políticas de uma agricultura sustentável", avaliou o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, chefe da delegação brasileira na COP 26, na abertura do Fórum Planeta Campo. "Com certeza, contribuiu para que o mundo enxergasse o Brasil de uma outra forma", afirmou. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, também acredita que as discussões da COP 26 foram importantes para mostrar que o agro brasileiro tem um papel fundamental na agenda climática nacional e global. "A agropecuária é parte da solução do problema e tem que ser encarada dessa forma por quem desejar reduzir os impactos do aquecimento", disse na abertura do Planeta Campo. "Poucos países têm projetos de redução das emissões no nosso setor. Além disso, temos uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo", completou. O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, participou do painel "Baixo carbono: o protagonismo da agricultura" e elogiou a atuação dos dois ministérios. "A questão ambiental está sendo conduzida não dentro de um sistema punitivo, mas no sentido de criar condições econômicas para que aquelas pessoas que precisam tirar seu sustento da terra consigam fazer isso sem desmatamento ilegal, sem queimadas, sem esse tipo de coisa de que somos acusados o tempo todo", pontuou. Destacou, ainda, que o sistema de produção brasileiro é um dos mais eficientes do mundo. No caso específico da cotonicultura, a sustentabilidade é atestada pela certificação Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e demonstrada aos consumidores brasileiros e aos países importadores por meio dos programas Sou de Algodão e Cotton Brazil, respectivamente. "O ABR já tem 10 anos, e para ter a certificação, auditada por empresa independente, o produtor tem que cumprir com 178 itens nas áreas econômica, social e ambiental, que inclui o Código Florestal. É o programa de sustentabilidade mais completo a nível mundial", afirmou Busato. "Precisamos colocar os números na mesa e mostrar, aqui dentro e lá fora, quem nós somos e o que fazemos. Temos que nos unir e, juntos, jogar melhor este jogo", frisou. O painel contou, ainda, com a participação de Álvaro Dill, diretor de RH e Sustentabilidade da SLC Agrícola, Fernando Cadore, presidente da Aprosoja-MT, e Mariane Crespolini, diretora do departamento de produção sustentável e irrigação do Mapa. Outros temas em debate no Fórum Planeta Campo foram "COP 26: os compromissos do agro"; "Pecuária sustentável na prática" e "Transformação social por meio da sustentabilidade". O evento foi promovido pelo Canal Rural, com patrocínio das empresas JBS e UPL e apoio da SLC Agrícola. Assista: https://www.youtube.com/watch?v=tgUCY4scNno

Abrapa retoma visitas presenciais aos laboratórios de classificação
30 de Novembro de 2021

Abrapa retoma visitas presenciais aos laboratórios de classificação Após um ano de encontros remotos, a Abrapa retomou, em 2021, as visitas técnicas aos laboratórios de análise de classificação credenciados ao programa de qualidade da entidade, o Standard Brasil HVI (SBRHVI). A rodada, iniciada em setembro deste ano, foi concluída este mês. Os laboratórios de classificação são responsáveis pela análise das características intrínsecas da fibra - micronaire, resistência, comprimento, uniformidade, índice de fibras curtas e cor. Os resultados são fundamentais para a comercialização da pluma nos mercados interno e externo. O trabalho é monitorado e orientado pelo Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) da Abrapa, como parte do SBRHVI. A cada safra, a equipe do CBRA visita os laboratórios credenciados, com o objetivo de avaliar se atendem aos requisitos mínimos para garantia da qualidade das análises e confiabilidade dos resultados. De acordo com o gestor do programa SBRHVI, Edson Mizoguchi, as visitas deste ano evidenciaram que as unidades credenciadas estão avançando na implantação de um sistema de gestão de qualidade baseada na norma NBR ISO/IEC 17025, da ABNT. Também foi possível constatar a importância da qualificação dos gestores e dos treinamentos realizados antes do início de cada safra. “Muitos equipamentos têm apresentado ótimos resultados nas rodadas interlaboratoriais promovidas pelo CSITC, a força tarefa do ICAC para padronização comercial da análise Instrumental de algodão”, conta Mizoguchi. “Em 2017, quando iniciamos o programa de checagem, a taxa média de confiabilidade dos laboratórios era de 91%. Na safra 2020/21, o índice é de 97%, o que demonstra que estamos no caminho certo”, avalia. O gestor do programa de qualidade alerta, no entanto, que ainda há uma questão a ser aprimorada. O tamanho inadequado das amostras de algodão enviadas pelas unidades de beneficiamento dificulta uma boa análise. “Não adianta termos equipamentos devidamente calibrados se as amostras não estão chegando com 150 gramas”, afirma. As dimensões são determinantes para a análise das características intrínsecas da fibra. Cada amostra deve ter, no mínimo, de 25 a 30 cm de comprimento, de 13 a 15 cm de largura, de 8 a 13 cm cm de espessura e 150 gramas de massa. Os parâmetros estão previstos na Instrução Normativa 24, publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 2016. Confira, abaixo, o cronograma das visitas técnicas de 2021: 1- Laboratório AGOPA (01/09/21) 2- Laboratório AMPASUL (04 e 05/10/21) 3- Minas Cotton (19 e 20/10/21) 4- Laboratório ABAPA (25/10/21) 5- Laboratório Kuhlmann Rondonópolis (08/11/21) 6- Laboratório Petrovina (09/11/21) 7- Laboratório Unicotton (10/11/21) 8- Laboratório Cooperfibra (11/11/21) 9- Laboratório Kuhlmann Sorriso (12/11/21) 10- Laboratório Kuhlmann Sapezal (15/11/21) 11- Laboratório Kuhlmann Campo Novo do Parecis(16/11/21)

Brasil avalia exportar algodão ao Irã e fazer permuta com item de adubo
29 de Novembro de 2021

Brasil avalia exportar algodão ao Irã e fazer permuta com item de adubo Representantes dos produtores rurais de algodão do Brasil se reuniram com empresários da indústria têxtil do Irã nesta quinta-feira (25) para discutir uma possível parceria entre os dois países. Com uma indústria em franca expansão, o país do Oriente Médio pode se tornar um comprador assíduo do produto, que hoje em dia é quase todo exportado para o mercado asiático. De acordo com a Associação Brasileira dos dos Produtores de Algodão (Abrapa), atualmente não existe exportação direta de algodão do Brasil para o Irã, mas se a parceria for estabelecida, será possível enviar até 120 mil toneladas de algodão por ano para o Irã. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de algodão, atrás da Índia, China e Estados Unidos. Em 2021, ocupou a posição de segundo maior exportador mundial do produto. O Irã, atualmente, compra algodão de países como o Uzbequistão e Índia. Outros grandes produtores de algodão, como a China e os Estados Unidos, não exportam algodão para o Irã. Permuta entre algodão e item para fertilizante Segundo a Abrapa, as exportações brasileiras para o Irã hoje atualmente se ancoram, principalmente, em soja em grão, farelo de soja e milho. Esse comércio movimenta, por ano, cerca de US$ 1,05 bilhão e pode ajudar na aproximação dos cotonicultores. "Isso porque no Brasil, quem cultiva algodão também cultiva soja e milho porque faz uma sucessão de culturas ao longo do ano", declarou Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa. "O agricultor que está exportando grãos para o Irã [soja e milho] também pode embarcar pluma, principalmente se inserirmos nessa negociação a uréia." Desde 2019, o Brasil importa ureia do Irã, insumo que é utilizado na fabricação de fertilizantes. Em 2021, os iranianos forneceram 4,5% do volume total de ureia importada pelo país e, em 2020, foram o quarto maior fornecedor do insumo para o Brasil. "A operação de barter [permuta em que o agricultor adquire um insumo e paga com uma commodity] entre ureia e algodão é uma opção real para ampliarmos o comércio bilateral", afirmou o embaixador do Brasil em Teerã, Laudemar Gonçalvez de Aguiar Neto. https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/11/27/brasil-podera-exportar-algodao-para-o-ira-em-2022.htm UOL – Por Viviane Taguchi - 27.11.2021

ALGODÃO PELO MUND #47/2021
26 de Novembro de 2021

- Destaque da Semana – Em uma semana que prometia ser tranquila, com feriado de Thanksgiving nos EUA, uma notícia nesta sexta está alarmando o mercado: uma nova variante de Covid-19, possivelmente mais resistente e contagiosa, foi descoberta na Africa do Sul. - Algodão em NY – Ontem o mercado ficou fechado em NY devido ao feriado.  O contrato Mar/22 fechou na última Quarta a 115,78 U$c/lp (-0,6%). Referência para a safra 2021/22, contrato Dez/22 fechou praticamente estável a 91,76 U$c/lp (-0,03%). - Algodão em NY 2 – Com a notícia da nova variante, o petróleo opera em forte queda e os mercados Europeus e Asiáticos operam em baixa. Há expectativa em relação a como o mercado abrirá logo mais no retorno do feriado nos EUA. - Preços - Ontem (25/11), o algodão brasileiro estava cotado a 131,75 U$c/lp (queda de 125 pts com relação a semana passada) para embarque em Jan-Fev/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). - Baixistas 1 – Pouco se sabe sobre a variante, detectada na África do Sul, mas os cientistas dizem que há uma combinação incomum de mutações, o que pode de tornar esta variante mais contagiosa e resistente. - Baixistas 2 – Diversos países com Singapura, Reino Unido e União Europeia já impuseram restrições a viajantes procedentes da África do Sul e outros países da região. - Altistas 1 – O volume de vendas a fixar (fiações que não travaram preços em Nova York) é muito alto e dá suporte aos preços.  Este mês o volume chegou a 160.993 contratos, apenas um pouco abaixo do recorde histórico (164.837) registrado em maio de 2018. - Altistas 2 – Preços na China, apesar de terem recuado ligeiramente, continuam bem acima da paridade com algodão importado. O principal índice de preços no país, o CC Index, está em 160,38 U$c/lp. - Tailândia – Acontece na próxima Quarta, 01/12 o evento Cotton Brazil Outlook 2022 em Bangkok (Tailândia). O evento, promovido pela iniciativa Cotton Brazil, liderada pela Abrapa, será híbrido e terá a presença do Embaixador do Brasil na Tailândia, José Borges dos Santos Júnior.  Para se inscrever, acesse https://bit.ly/CB-Thailand - Colheita 1 - Nos Estados Unidos, a colheita estava 75% concluída até o último fim de semana. Os trabalhos de campo já finalizaram em partes do Delta e Oeste e continua no Oeste do Texas com o clima ajudando. - Colheita 2 – A colheita na Índia está nos estágios iniciais (8% entregue nas algodoeiras), mas segue mais adiantada que na última safra. Já no vizinho Paquistão, o beneficiamento já está na fase final, enquanto na China o volume beneficiado já é de mais da metade da safra. - China 1 - Buscando barrar o avanço da Covid-19, a China tem adotado medidas cada vez mais extremas. Mudanças de tripulação em cargueiros foram proibidas e agora vigora uma quarentena de sete semanas para marinheiros chineses vindos do exterior. - China 2 - Como reflexo, mais atrasos nos portos e aumento nos custos que já estavam altos. Apesar disso, a segunda maior economia mundial não prevê flexibilizar as medidas no curto prazo. - Irã 1 - Em uma reunião de negócios que reuniu a Abrapa, a Anea, a Apex Brasil, o MAPA, a Embaixada do Brasil em Teerã e empresas têxteis iranianas, o Irã formalizou interesse no algodão Brasileiro. - Irã 2 - O setor têxtil iraniano está em expansão. A estimativa é de que as importações de algodão estejam, atualmente, em 120 mil toneladas por ano, o que coloca o país entre os dez maiores compradores do mundo. O Brasil é o segundo maior exportador do mundo. - Beneficiamento 2021 - Até ontem (25/11): BA e TO (93,5%); MA (74%); MG (99%), MT (96%). Os demais estados já atingiram 100%. Total Brasil: 95% beneficiado. -  Exportações - O Brasil exportou 142,7 mil tons de algodão nas três primeiras semanas de nov/21. A média diária de embarque é 28% inferior ao embarcado em nov/20. -  Semeadura 2021/22- O plantio da nova safra se intensifica nas próximas semanas com o fim do vazio sanitário na Bahia (em 20/nov), e em 30/nov na região Sul e também no Vale do Araguaia, em Mato Grosso. Para as regiões Norte e Oeste de Mato Grosso, o vazio sanitário termina em 14/dez. -  Safra 2021/22- A Agroconsult divulgou no 40º Encontro Anec/Anea a estimativa de área plantada de algodão brasileira 21/22 de 1,65 milhão de ha (+15,8% com relação a 20/21) e produção de pluma de 3 milhões de tons (+21,9%). -  Safra 2021/22 2- Em seu último levantamento para 21/22, a Abrapa previu área de 1,53 milhões de há e produção de 2,79 milhões de tons de pluma. - Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

Algodão brasileiro prospecta indústria têxtil do Irã
25 de Novembro de 2021

Algodão brasileiro prospecta indústria têxtil do Irã   Mais um mercado se abre ao algodão brasileiro. Com a indústria têxtil aquecida, o Irã identifica no Brasil um importante fornecedor não apenas de soja e milho, mas também da pluma. O interesse foi formalizado esta semana,  em uma agenda de negócios que reuniu a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea), a Embaixada do Brasil em Teerã e empresas têxteis iranianas. Atualmente, não há exportação direta de algodão do Brasil para o Irã, mas há potencial para a parceria. O mercado têxtil iraniano está em expansão e hoje a estimativa é de que as importações sejam de 120 mil toneladas da pluma por ano, o que posiciona o país entre os dez maiores importadores de algodão no mundo.  Já o Brasil é o quarto maior produtor mundial da fibra, ficando atrás apenas da Índia, China e Estados Unidos. Ao longo de 2021, os brasileiros se tornaram o segundo maior exportador mundial do produto. As exportações brasileiras para o Irã se ancoram principalmente em soja em grão, farelo de soja e milho. Esse comércio movimenta anualmente mais de U$ 1,05 bilhão e é um motivo a mais para a aproximação com os cotonicultores.  "No Brasil, quem produz algodão também cultiva soja e milho, porque fazemos uma sucessão de culturas ao longo do ano. O agricultor que está exportando grãos para o Irã também pode embarcar a pluma. Essa sinergia pode ser ainda maior se inserirmos a ureia nos negócios", observou o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato. Desde 2019, o Brasil passou a ter também no Irã um relevante fornecedor de ureia, insumo usado na fabricação de fertilizantes. Em 2021, de janeiro a agosto, os iranianos responderam por 4,5% do volume total de ureia importada pelo Brasil. No ano passado, foram o quarto maior fornecedor, com 7% de market share. "A operação de barter (permuta) entre ureia e algodão é uma opção real para ampliarmos esse comércio bilateral", afirmou o embaixador do Brasil em Teerã, Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto. O cenário é considerado positivo pelos empresários iranianos. "Nossos principais fornecedores hoje são o Uzbequistão e a Índia, mas queremos ampliar a parceria com o Brasil, de quem já compramos muitas commodities", pontuou Mostafa Navesi, executivo da trading Ariya Tejarat Sedeh Co. China e Estados Unidos, segundo e terceiro maiores produtores mundiais de algodão, não exportam para o Irã. "Esta é uma boa hora para o Brasil ocupar essa fatia de mercado, pois tanto o Uzbequistão como a Índia estão priorizando o consumo interno da fibra e direcionando a exportação para fios e tecidos. Por isso, nos interessamos pelo algodão brasileiro, pois precisamos da matéria-prima para abastecermos nossa indústria têxtil", analisou Ahmad Ghasabi, representante da Khoy Textile Factories. Ciente dos desafios logísticos atuais, os exportadores brasileiros de algodão  partem agora para o diagnóstico de experiências positivas de comércio de outros produtos entre Irã e Brasil. "Vamos identificar as oportunidades existentes com as empresas que já mantêm relação comercial com o Irã para benchmarking", afirmou o Vice-presidente da Anea, Marco Aluisio Néia.  O detalhfmento fitossanitário e o levantamento dos protocolos exigidos pelo Irã nas importações serão realizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). "Nosso foco é apoiar a viabilização das exportações do algodão brasileiro", afirmou Ellen Laurindo, auditora do ministério, que participou da reunião. O evento foi realizado em formato online pelo Cotton Brazil, programa desenvolvido pela Abrapa em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) para promover o algodão brasileiro nos mercados internacionais, principalmente asiático. A iniciativa também recebe apoio da Anea.

Documentário mostra expansão do algodão no Brasil
25 de Novembro de 2021

Documentário mostra a expansão do algodão no Brasil  A trajetória da cotonicultura brasileira é contada pelas famílias de produtores em um documentário produzido pelo grupo FMC. Lançado no dia 18 deste mês, o projeto "Colhendo Histórias" reúne depoimentos de 26 cotonicultores e seus familiares, que respondem por 60% da área de plantio do país e são responsáveis pelo abastecimento de 25% do mercado interno e 75% das exportações de algodão. O "Colhendo Histórias" mostra a relação dos cotonicultores e suas famílias com a terra, resgatando os desafios para estabelecer a cultura nas diversas geografias do país, os casos e dificuldades enfrentados ao longo de décadas, o trabalho conjunto de pais, filhos, netos e bisnetos e o segredo para o sucesso na atividade.   "Nossas histórias são muito similares, de trabalho, dedicação, criatividade, teimosia e união. Não sabíamos que era impossível plantar no Cerrado, fomos lá e fizemos", resume o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato.  "Em pouco mais de 30 anos, passamos de grande importador para quarto maior produtor e segundo maior exportador mundial. Hoje, sabemos que é possível nos tornarmos os maiores produtores de algodão do mundo", conclui. De acordo com o Diretor de Negócios Brasil da FMC, Marcelo Magurn, o "Colhendo Histórias" é uma homenagem e reconhecimento às pessoas que estão escrevendo a história do algodão no país. "Antes de ser cotonicultores, são empreendedores e contribuem para uma agricultura mais sustentável,  geram empregos e entregam para o mercado interno e externo uma fibra de qualidade, produzida de maneira responsável",  afirma. A Abrapa auxiliou tanto na sugestão de temas quanto no suporte de dados e momentos históricos da cotonicultura. O conteúdo será disponibilizado na página https://fmcagricola.com.br/algodao/, para que qualquer pessoa possa assistir aos depoimentos.

Sou de Algodão marca presença na ONDM e fala de rastreabilidade e moda responsável
25 de Novembro de 2021

O Movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), marcou presença no evento “O Negócio da Moda (ONDM)”, que reuniu os principais formadores de opinião e profissionais da indústria têxtil e de moda do país, nesta quarta-feira (24/11), em Santa Catarina. Com a apresentação "Sou ABR - Rastreável da semente ao guarda-roupa”, juntou-se a nomes como Alexandre Herchcovitch, Epson, Colcci e WGSN. Com palestras nos dias 23, 24 e 25 de novembro, o segundo dia foi dedicado ao público de designers, profissionais de marketing e empreendedores, com inovação e sustentabilidade como temas centrais. Por essa razão, Silmara Ferraresi, gestora do Sou de Algodão, começou falando sobre o objetivo da Abrapa, por meio do Movimento, de despertar o senso coletivo em torno da moda responsável e do consumo consciente, além da busca por agregar alto valor ao produto feito a partir da fibra natural, estimular e fomentar o mercado, e valorizar e unir os agentes da cadeia e da indústria têxtil nacional. “As peças feitas com o algodão têm uma jornada ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente responsável. A nossa fibra é produzida por quem tem a preocupação com o cultivo e a colheita, que cuida do primeiro beneficiamento ainda dentro da fazenda, até entregar à fiação. São muitos meses para concluir todo esse processo, que conta com uma tecnologia apurada e diferenciada”, explica. Também foram abordados alguns números sobre o trabalho realizado pelos produtores de algodão brasileiro como, por exemplo, a produção de 2,5 milhões de toneladas, com alta produtividade e responsabilidade, das quais 81% tem certificação socioambiental. Além disso, Silmara apresentou que 92% da produção é plantada em regime de sequeiro, com água da chuva, o que não acontece em outros países que produzem a fibra. O destaque da apresentação foi o Programa SouABR, lançado em outubro, que está em fase piloto com os parceiros Reserva (para o público masculino) e Renner (público feminino, em 2022). Essa ideia nasceu a partir de microtendências importantes para o segmento de moda, que foram observadas pelo Movimento Sou de Algodão, como a valorização de produtos nacionais e identidades locais, cobrança de responsabilidade ambiental das empresas, economia circular e consumo consciente. Além disso, pesquisas mostram que a sustentabilidade é cada vez mais adotada em novos negócios, a transparência com o consumidor sobre as peças de roupas e a tecnologia de rastreamento, estão em alta no mundo da moda, e é um caminho sem volta. A partir disso, a representante da Abrapa explica que lançar o SouABR vai ao encontro da demanda desses consumidores, cada vez mais preocupados sobre a origem de tudo que consomem. “Nós conseguimos rastrear todo o algodão utilizado pelas marcas. O consumidor pode tirar uma peça da prateleira, usar o QR Code e conhecer a trajetória do algodão (por qual fiação e malharia passou, por exemplo). A certeza que nós temos é de entregar algodão brasileiro responsável, com certificação socioambiental”. Esse rastreio é possível graças à tecnologia Blockchain, que funciona como um banco de dados que registra informações em blocos criptográficos, atrelados uns aos outros de forma a impedirem alterações, literalmente como uma rede, uma corrente de blocos. Silmara explica que no setor alimentício, o rastreamento já vem sendo utilizado, mas na moda, o SouABR é uma das primeiras iniciativas do mundo. “Devido a sua arquitetura, a tecnologia entrega confiança ao usuário através da transparência em processos e metodologias atreladas ao consumo”, acrescenta. Sobre Sou de Algodão É um movimento único no Brasil que nasceu em 2016 para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia do algodão, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos, representando 81% de toda a produção mundial de algodão responsável.