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Beneficiamento e análise da qualidade da fibra ganham ritmo no Brasil
19 de Outubro de 2022

Com a finalização da colheita de algodão na maioria dos estados produtores, o beneficiamento avança e totaliza 79% da produção, assim como a análise da qualidade da pluma (HVI), que atingiu 55%. Os dados constam no Relatório de Safra divulgado nesta quarta-feira (19), pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Estimativas apontam para uma safra colhida de 2,5 milhões de toneladas de pluma (2021/2022) e 3,3 milhões de toneladas de caroço no Brasil. Um dos processos essenciais para preservar a qualidade desse produto é o beneficiamento de algodão. Com relação a isso, a Abrapa possui o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) que tem como objetivo garantir o resultado de origem, dar credibilidade e transparência para as análises de HVI realizados pelos laboratórios de classificação instrumental que operam no País. Os dados de classificação são todos informatizados e os processos são equiparados aos dos maiores produtores mundiais de algodão. Esse atestado da qualidade fardo a fardo é fundamental para a fiação e a indústria têxtil fabricar o melhor produto. Exportações O Brasil exportou 247,3 mil toneladas no acumulado de agosto 2022 a setembro de 2022, os dois primeiros meses do calendário de exportação, totalizando uma receita de US$ 500,1 milhões. O volume embarcado foi 29,5% superior ao registrado no mesmo período de 2021. No acumulado de agosto a setembro de 2022, a China foi o principal destino das exportações brasileiras, totalizando 99,7 mil toneladas, representando 40% das exportações acumuladas. O montante dobrou a participação nesse início de ano comercial.   Projeção safra 2022/2023 As primeiras estimativas para a safra 2022/23 de algodão no Brasil, apontam elevação da área plantada de algodão de 9,3%, ficando em 1,78 milhões de hectares. A produção no período é projetada em 3,1 milhões de toneladas, uma variação de 27% ante os atuais 2,5 milhões de toneladas. Leia o relatório na íntegra: Relatorio_safra_Abrapa.11Out2022.pdf

Estimativa dos primeiros resultados do relatório da safra de algodão
17 de Outubro de 2022

Júlio Cézar Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), concedeu entrevista para o Canal Terraviva para falar sobre o relatório com os resultados da safra do algodão.   Assista aqui: (2524) 🔴 AO VIVO - Jornal Terraviva - 12/10/2022 - YouTube Mídia: Canal Terraviva – 12/10/2022

Abrapa recebe visita de turma do IFB
14 de Outubro de 2022

Na tarde de quinta-feira (13), a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) recebeu a visita da turma de alunos do curso técnico em vestuário, do Instituto Federal de Brasília (IFB). O grupo conheceu como funciona o Centro Brasileiro de Referência em Análise do Algodão (CBRA) e depois assistiu a uma palestra sobre os programas de rastreabilidade, qualidade e sustentabilidade, apresentada pelo gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi. A professora do curso técnico em vestuário e design de moda do IFB, Juliana Rangel, que também acompanhou a visita, destacou a importância da atividade e chamou atenção para o conhecimento obtido pelos alunos sobre os processos da cadeia produtiva. Ela observou que as suas aulas são focadas na fibra, embora outros materiais também sejam trabalhados. "O algodão é o carro-chefe quando exemplificamos os processos de fiação, tecelagem e beneficiamento. É sempre o principal ator", disse. Para Rodrigo Ferreira, que falou em nome da turma, a atividade complementou o aprendizado em sala de aula. "O conhecimento adquirido aqui nos capacitou ainda mais", ressaltou, acrescentando ter gostado da atividade que proporcionou aprendizado sobre a qualidade da fibra e a produção socioambiental, importantes para o setor, principalmente para a moda.

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
14 de Outubro de 2022

- Destaque da Semana – Com o mesmo enredo das últimas semanas - temor de recessão, inflação em alta, juros subindo, etc - o mercado segue pressionado e com grande volatilidade. - Algodão em NY – O contrato Dez/22 fechou ontem a 84,79 U$c/lp (+2,28%). Referência para a safra 2022/23, o contrato Dez/23 era cotado a 76,21 U$c/lp (+1,87%) e o Dez/24 a 73,41 (-0,47%) para a safra 2023/24. - Preços - (13/10), o algodão brasileiro estava cotado a 103,25 U$c/lp (+25pts) para embarque em Nov-Dez/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). - Baixistas 1 – Esta semana o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou relatório informando que o crescimento global diminuirá para 2,7% no próximo ano, 0,2 ponto percentual abaixo da previsão de julho. - Baixistas 2 – Ainda prevê que 2023 será um ano com características de recessão para milhões em todo o mundo. - Baixistas 3 – Segundo o FMI, a atividade econômica global está passando por desaceleração ampla e mais acentuada do que o esperado, com a inflação em alta como não se via há décadas. - Baixistas 4 – O aperto nas condições financeiras na maioria das regiões, a guerra na Ucrânia e o combate sem fim à Covid-19 na China estão entre as causas relatadas pelo FMI. - Baixistas 5 – A instituição prevê que o crescimento global diminua de 6,0% em 2021 para 3,2% em 2022 e 2,7% em 2023. É o perfil de crescimento mais fraco desde 2001, exceto pela crise financeira global e pela fase aguda da pandemia. - Altistas 1 – Os preços do algodão para a próxima safra estão baixos em relação à soja e ao milho, que competem por área. - Altistas 2 – Na Índia, maior produtor mundial, as lavouras estão sendo atingidas por fortes chuvas desde a semana passada. - China 1 - Domingo (16), começa o congresso do Partido Comunista Chinês, em Beijing. O evento ocorre a cada cinco anos e é um dos mais importantes da China. - China 2 - É dada como certa a recondução de Xi Jinping como presidente e muitos analistas esperam que, após o congresso, as políticas de Covid comecem a se flexibilizar e o país possa retomar o crescimento. - Oferta e demanda 1 - Relatório de outubro do USDA divulgado quarta (12) apontou poucas mudanças nos números dos EUA, mas reduziu a previsão de consumo, em linha com as expectativas econômicas ruins. - Oferta e demanda 2 - A estimativa de consumo global de algodão 22/23 apontada pelo USDA agora é de 25,17 milhões de toneladas, queda de 659 mil toneladas com relação às estimativas de setembro e de 385 mil toneladas com relação ao consumo da safra passada. - Oferta e demanda 3 - As maiores revisões das estimativas de consumo do relatório do USDA de setembro foram na China (-218 mil t), Índia (-218 mil t) e Paquistão (-109 mil t). - Oferta e demanda 4 - As estimativas de produção global para 22/23 ficaram em 25,7 milhões de toneladas. Este número é 86 mil tons abaixo da previsão do mês anterior, com esta redução concentrada no Paquistão devido às enchentes que atingiram o país. - EUA – USDA relatou que 29% da safra dos EUA já foi colhida. Este número é maior que a média dos últimos cinco anos (25%) e também acima da safra passada (19%). - Brasil - A Abrapa divulgou mais um relatório de safra. Até o momento, com a colheita praticamente finalizada no Brasil, o beneficiamento e análise de qualidade já atingiram 55% da pluma. - Exportações - De acordo com dados do Ministério da Economia, o Brasil exportou 61,9 mil tons de algodão na primeira semana de outubro/22. A média diária de embarque foi 22,0% superior quando comparado com outubro/21. - Colheita 2021/22 - A colheita foi encerrada 100% em todos os Estados. -  Beneficiamento 2021/22 - Até ontem (13/10):  BA (90%); GO (96%); MA (51%) MS (81%); MT (84%); MG (88%); SP (100%); PI (89%); PR (100%). Total Brasil: 85% beneficiado. - Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

Movimento Sou de Algodão e Riachuelo se unem em prol da moda responsável
11 de Outubro de 2022

A Riachuelo, uma das maiores empresas de moda do Brasil, oficializou no dia 07/10, a adesão como parceira do Movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores do Algodão (Abrapa), que conta com a participação de mais de 1.1000 marcas de diversos segmentos. O anúncio ocorre na mesma data em que é comemorado o Dia Mundial do Algodão, lançada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra, na Suíça, com o objetivo de enaltecer uma das matérias-primas que mais dinamizam o meio agrícola, a economia mundial e brasileira, já que o País é o quarto maior produtor do mundo. Rumo a novas soluções e a um novo jeito de fazer moda, a Riachuelo, por meio do CRIA, movimento da marca para materializar a responsabilidade com a sociedade e com o meio ambiente, conheceu de perto o trabalho do Sou de Algodão, após experiência imersiva na Cotton Trip, iniciativa do movimento que leva gestores de grandes marcas brasileiras até os campos de algodão. "Tivemos o imenso prazer de conhecer de perto o movimento que promove a produção responsável da fibra, algo essencial para a Riachuelo que atua fortemente na preservação da cadeia de valor para ofertar produtos que causem menos impactos ambientais desde a extração da matéria-prima até a entrega do produto na arara", diz Valesca Magalhães, gerente executiva de Sustentabilidade da Riachuelo. Para o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, é muito importante a presença de todas as marcas parceiras, desde o pequeno empreendedor até grandes varejistas. Ele ressalta que a entrada da Riachuelo só ajuda a comprovar o quanto o trabalho do Movimento reforça e fortalece a união da cadeia, que vai além da fazenda. Dessa forma, a indústria e a mão de obra nacional também são valorizadas. "A nossa intenção é diminuir as distâncias entre os diferentes públicos e realizar a comunicação com os consumidores, envolvendo os produtores de algodão e a cadeia têxtil. Ao mostrarmos que a fibra é o elemento que nos conecta e demonstrarmos a importância de cada agente, unimos todos em torno de um único propósito e rompemos os limites entre cada setor para que eles possam se comunicar", explica Busato. Constantemente reafirmando seu compromisso de mitigar impactos ambientais na cadeia, a Riachuelo é membro da Better Cotton Initiative (BCI) e segue investindo em matérias-primas mais sustentáveis e certificadas, como a viscose produzida a partir da celulose extraída da madeira, onde ocorre a "quebra" do material por meio de processos químicos, até se obter a fibra. Com a certificação Lenzing ou Birla, a matéria-prima é proveniente de madeiras originadas de manejo florestal responsável, além de o processo produtivo possuir rígidos padrões ambientais relacionados a recursos hídricos e emissões. Potência na produção de algodão, o Brasil, segundo maior produtor de denim e o terceiro na produção de malhas. Atenta ao mercado e preocupada com o setor, a Riachuelo, além de prezar por matérias-primas mais sustentáveis, possui um jeans mais sustentável com fibras têxteis mais sustentáveis, energia 100% renovável e com uma redução de até 85% na utilização de químicos. Para se ter uma ideia, o jeans, para ser produzido, consome até 90% menos de água em relação aos processos convencionais. A participação da Riachuelo no Movimento Sou de Algodão reforça ainda mais a atenção para o cultivo e produção sustentável do algodão usado em 89% na fabricação das peças no parque fabril da marca em Natal e Fortaleza. "Estamos felizes em fazer parte deste Movimento tão significativo para a cadeia da principal matéria-prima usada na nossa confecção. Acreditamos que essa parceria será essencial para promover a importância de se fazer uma moda mais responsável, conscientizando e mobilizando a sociedade e clientes a abraçarem essa causa", diz Valesca. Dia Mundial do Algodão No Brasil, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) representa os produtores que cultivam da fibra, com a ajuda de suas nove associações, que juntas conseguem oferecer mais de 84% da produção com a certificação Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e cerca de 92% da produção em regime de sequeiro, cultivado apenas com a água da chuva, tornando o Brasil uma referência na produção responsável, além de ocupar a quarta posição de maior produtor do mundo e conseguir atender a indústria nacional em, praticamente, sua totalidade. A fazenda só é certificada se atender a um extenso protocolo com mais de 180 itens distribuídos em 08 critérios, como contrato de trabalho, proibição do trabalho infantil e análogo ao escravo ou em condições degradantes ou indignas, desempenho ambiental e boas práticas agrícolas. Neste sentido, para garantir boas práticas e o respeito aos direitos humanos dos trabalhadores, os fornecedores da Riachuelo passam por auditorias periódicas e são certificados ABVTEX. E, desde 2017, a marca apoia o Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO), organização não governamental que tem como missão promover a prevenção e a erradicação do trabalho escravo na cadeia produtiva. A companhia segue com a certificação no aplicativo Moda Livre, que monitora a indústria têxtil e de vestuário, sendo uma das marcas mais bem colocadas no ranking de responsabilidade. Leia mais: Movimento Sou de Algodão e Riachuelo se unem em prol da moda responsável - Guia JeansWear Mídia: Guia JeansWear – 10/10/2022

Movimento Sou de Algodão promove live esclarecendo as diferenças na produção
10 de Outubro de 2022

O Movimento Sou de Algodão promoveu, na quinta-feira (06/10), uma live com Marcio Portocarrero, diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), e Alderi Emídio de Araújo, chefe geral da Embrapa Algodão, que teve a mediação de Luciano Thomé e Castro, sócio-diretor da Markestrat Group, com o objetivo de esclarecer as diferenças entre os conceitos de algodão orgânico, agroecológico, naturalmente colorido e responsável, além de expor como o Brasil é referência no mundo em responsabilidade socioambiental. O encontro, realizado pela plataforma Zoom, foi destinado aos profissionais das mais de 1.100 marcas e universidades parceiras, apoiadores e finalistas do 2º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores. Na abertura, o mediador apresentou alguns números referentes à última safra, quando o Brasil produziu 2,5 milhões de toneladas de algodão, sendo que 86% já saiu das fazendas com certificação socioambiental ABR. No mesmo período, o consumo da indústria têxtil nacional foi de 750 mil toneladas de pluma e mais de 1,5 milhão de empregos foi gerado pela cadeia, que inclui a produtiva e a têxtil. "Somos líderes mundiais na adoção do sistema de plantio direto, tecnologia que permitiu o desenvolvimento da agricultura na região do cerrado brasileiro, preservação da qualidade biológica, química e física dos solos utilizados pela agricultura, e o uso de rotação de culturas e agricultura de precisão. Em relação à produtividade das nossas lavouras, obtemos em média 1.850 kg de pluma por hectare, enquanto os produtores dos EUA conseguem colher em média 950 kg. Podemos concluir que os produtores brasileiros são muito mais eficientes e conseguem obter o dobro de produção em comparação com os produtores americanos, possibilitando uma potencialização do uso/ocupação das áreas produtivas", explicou Portocarrero. Um dos assuntos abordados na conversa, o algodão orgânico, que vem conquistando o interesse de marcas e da indústria, ganhou destaque. O chefe geral da Embrapa comentou que é uma alternativa para que os produtores do semiárido não deixassem o negócio, mas que ele não possui condições de produção em larga escala. "Em grande quantidade é muito difícil. A alternativa foi o algodão colorido, que já existe na natureza, mas as características que permitem a viabilidade de transformar em tecido de qualidade, não eram adequadas. Por isso, iniciamos o programa de melhoramento para incorporar essas características e permitir que fosse feito tecido de qualidade com esse algodão. Como o colorido é produzido sem aplicação de pesticidas, despertou o interesse em começar a produzir algodão branco da mesma forma", explica. Para saber mais detalhes do que foi abordado no aulão e assistir na íntegra a conversa, é só acessar este link.

Sustentabilidade do algodão brasileiro é destaque em eventos internacionais
10 de Outubro de 2022

Em busca de mais sustentabilidade na produção de algodão, o Brasil profissionalizou sua cotonicultura e passou de segundo maior importador para segundo maior exportador, em 20 anos. Os detalhes dessa história estiveram no tema central da participação da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) em dois eventos internacionais, nesta semana, dirigidos aos mercados indiano e paquistanês. Na terça (4), industriais, investidores e técnicos do setor têxtil indiano se reuniram em evento do Conselho de Promoção da Exportação de Têxteis de Algodão da Índia (Texprocil). Convidado para palestrar, o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, mostrou o histórico da cotonicultura brasileira e como o empenho em aumentar a certificação socioambiental acabou levando à profissionalização dos cotonicultores. O evento do Texprocil teve como tema sustentabilidade, circularidade e rastreabilidade da indústria têxtil. Um dos pontos altos foi a participação do ministro indiano de Têxteis, Uprenda Prasad Singh. Na Índia, segundo maior produtor e consumidor mundial de algodão, a manufatura têxtil é vital para a economia nacional. O desafio atual tem sido dispor de um produto de alta qualidade, o que acaba explicando a procura pela fibra brasileira. Após um ano de queda nas importações do Brasil, no ano comercial 2021/22 a Índia ampliou em 138% o volume de algodão brasileiro. Foram 22 mil toneladas embarcadas, o que posicionou o país como o 9º maior importador da pluma nacional. Já na quinta (6), a Abrapa participou da reunião regional de membros da Better Cotton - no Paquistão – terceiro maior consumidor de algodão no mundo. Além de números mostrando a evolução do Brasil no cenário mundial de algodão, Duarte explicou como funciona o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), principal impulsionador de boas práticas entre cotonicultores. O ABR é um protocolo brasileiro de certificação socioambiental, que avalia o cumprimento das leis brasileiras ambiental e trabalhista, além do uso racional de insumos pelas fazendas participantes. A adesão por parte dos produtores é grande: 84% da produção cultivada na safra 2021/22 tiveram certificação ABR. Pautado pelo conceito de melhoria contínua, o ABR acaba estimulando, na prática, a eficiência na produção, o investimento em qualidade da fibra e rastreabilidade da pluma cultivada no País. Com isso, o Brasil também detém outro título importante no mercado mundial: é o maior fornecedor de algodão com licenciamento da Better Cotton. Embora o Paquistão seja hoje o quinto maior produtor mundial de algodão (1,3 milhão de toneladas e 5% da produção global), o país precisou importar 958 mil toneladas no ciclo 2021/22 para suprir a demanda doméstica, que foi de 2,35 milhões de toneladas. As importações de algodão do Brasil pelo Paquistão se ampliaram após a suspensão do comércio com a Índia. Assim, em dez anos, a compra de pluma brasileira aumentou 220%. Hoje, o país é o quinto maior comprador do produto brasileiro, tendo importado 190 mil toneladas na última temporada.

Fibra natural com certificação socioambiental
07 de Outubro de 2022

O algodão é uma cultura que tem raízes no seio da civilização humana. Em todos os níveis da cadeia de valor, o setor representa uma forma de abordar questões de desenvolvimento mais amplas para aumentar o emprego, garantindo trabalho e renda decentes para todos. Tecnologias e recursos inovadores são vitais para que o setor se mantenha viável e sustentável e a mobilização e o empenho para isso não nos faltam. Em agosto de 2021, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu esses benefícios únicos da pluma ao proclamar o dia 7 de outubro de cada ano como o Dia Mundial do Algodão. Sim, o objetivo desta celebração global é aumentar a visibilidade do setor algodoeiro e a conscientização sobre o papel que desempenha no desenvolvimento econômico, comércio internacional e redução da pobreza. A fibra é produzida em mais de 70 países, em todos os continentes, onde são plantados, anualmente, 32 milhões de hectares, movimentando 10 trilhões de dólares por ano. Nesse cenário, o Brasil tem peso expressivo, é o quarto maior produtor do mundo, segundo maior exportador e o sétimo maior consumidor. O Valor Bruto da Produção (VBP) de algodão no Brasil, em 2022, é de R$ 41 bilhões, sendo a quarta cultura mais importante da agricultura nacional, depois da soja, cana-de-açúcar e milho. O nosso diferencial e que nos dá credibilidade para a expansão no mercado global é o trabalho permanente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) que mobiliza cotonicultores, trabalhadores, pessoas ligadas à moda e o setor produtivo na execução de programas e ações que contribuem para a melhoria da cultura. Podemos dizer que o fio da meada do algodão brasileiro passa por: rastreabilidade, sustentabilidade, qualidade e promoção da pluma, pilares que foram ao longo de quase duas décadas internalizados pelo setor. Hoje, em todos os níveis da cadeia, a cotonicultura trabalha em um processo de produção de algodão responsável e certificado, direcionado a pequenos, médios e grandes produtores. Para fazer frente às exigências dos novos compradores quanto à garantia de origem do algodão brasileiro, desde 2004, o setor segue o fio da rastreabilidade. A iniciativa resultou no Sistema Abrapa de Identificação (SAI) e, a partir de então, o SAI apresenta uma evolução constante. Hoje, por meio do SouABR, é possível verificar o caminho da fibra graças ao QR Code e a uma tecnologia chamada blockchain. Tudo começa na fazenda onde a produção certifica atende a 183 critérios de respeito ao meio ambiente, leis trabalhistas e transparência econômica. Com a origem comprovada, o algodão ABR vai para a usina de beneficiamento para ter a pluma separada do caroço e das impurezas, seguindo depois para a indústria têxtil e de confecção. Assim, podemos afirmar que o nosso algodão é rastreável da semente ao guarda-roupa. Mas a tecnologia e a inovação aplicadas no melhoramento da cultura não se limitam à rastreabilidade. Outro fator bastante importante é como essa fibra é produzida nas lavouras visando cumprir as metas de sustentabilidade demandadas pelos seus clientes. O mercado busca fechar contratos antecipados com os produtores desse algodão e não à toa seguimos, sim, o fio da produção responsável desde 2012, quando implantamos o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e entregamos aos produtores de algodão,  um protocolo contendo toda a legislação trabalhista brasileira, as exigências dos atos Normativos do Ministério do Trabalho e o cumprimento de todas as determinações da Organização Internacional do Trabalho, para que os produtores se adequassem à Legislação e se preparassem para receber as empresas de auditoria de terceira parte, visando comprovar a regularidade das relações de trabalho. Neste mesmo ano, convidamos o Better Cotton Iniciative (BCI) para atuar no Brasil junto com a Abrapa e promovemos um processo de benchmarking unindo os protocolos BCI e ABR. Hoje, o País é o maior produtor de algodão Better Cotton do mundo, com 42% da oferta mundial de pluma licenciada pela entidade. Na safra 2021/2022, 84% de toda a pluma brasileira foram certificadas/licenciadas pelo ABR/BCI, correspondendo a 2.000.000 de toneladas com a chancela de algodão responsável. Nos dedicamos, ao longo de quase duas décadas, a implantar um processo de produção de algodão responsável e certificado, direcionado a pequenos, médios e grandes produtores, mas sem esquecer também da qualidade da fibra e da sua promoção para alcançarmos novos mercados mundo a fora. E como o próprio conceito da nossa campanha propõe, seguimos o fio da qualidade e da promoção da pluma, visando estabelecer o fortalecimento da cadeia produtiva e ampliar a competitividade do setor algodoeiro em todo o continente. Em 2016, desenvolvemos o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), estruturado em três pilares: Centro de Referência de Análise de Algodão (CBRA), Banco de Dados da Qualidade do Algodão Brasileiro e Orientação aos laboratórios participantes. O CBRA é o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão, que desenvolve o programa de checagem das amostras analisadas pelos laboratórios participantes do programa, garantindo a padronização dos processos de classificação. Desse modo, os dados da qualidade da fibra também constam nas etiquetas quando rastreadas, garantindo o resultado de origem, dando credibilidade e transparência para os resultados de análise de HVI realizados pelos laboratórios de classificação instrumental que operam no Brasil. Mesmo com todas essas ações, o algodão enfrenta uma série de incertezas, sobretudo nas demandas que precisam ser abordadas adequadamente para que o setor direcione seu potencial no apoio ao crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável. O movimento Sou de Algodão nasce em 2016 para estimular a moda responsável. Para isso, unimos em uma só voz todos os agentes da cadeia produtiva e da indústria têxtil dessa fibra, desde o homem do campo até o consumidor final, passando por tecelões, artesãos, fiadores, designers de moda brasileiros, estilistas e estudantes, para disseminar os benefícios da fibra natural. Hoje, nos orgulhamos em afirmar que o Brasil é o maior fornecedor de algodão responsável do mundo. E comunicamos isso para o mercado externo, que busca qualidade, relações transparentes e sustentabilidade, por meio do programa Cotton Brazil. Iniciativa que projeta a nossa pluma para parceiros das fiações, tecelagens e confecções ao redor do mundo. Após quase 20 anos de constante inovação, pesquisa e investimentos em aprimoramentos, capitaneados pela Abrapa, suas associadas e parceiros, é hora de oferecer uma matéria-prima que busca incessantemente pela evolução da produção responsável, com qualidade e rastreabilidade. Passo a passo estamos produzindo e, ao mesmo tempo, cuidando do Planeta. Júlio Cézar Busato Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa)