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Cotonicultura nacional tem ano histórico em 2018/2019
28 de Novembro de 2019

Participação do algodão na China salta de 10% para 30% e exportações totais devem ficar em torno de dois milhões de toneladas. Grandes marcas em produção e produtividade, recordes históricos nas exportações e uma mais forte no mercado chinês definiram o ano o ano-safra 2018/2019 para a cotonicultura brasileira. O país colheu 2,9 milhões de toneladas de algodão, em 1,6 milhões de hectares de lavouras, com produtividade de 1,77 mil quilos de pluma por hectare. Para o ciclo 2019/2020, a estimativa da Câmara Setorial da Cadeia do Algodão e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é de números ligeiramente mais modestos, com redução de 2,1% de área, 5% a menos no volume, e de 3,3% de decréscimo na produtividade. Na última quarta-feira (27/11), a Câmara realizou a última das quatro reuniões anuais de avaliação de safra, dessa vez, em Cuiabá/MT, na sede da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), com presença de representantes dos dez estados produtores, indústria, exportadores e governo. Apesar de previsões que sugerem manutenção, em 2019/2020, da performance de 2018/2019, os membros da Câmara dizem que os números são grandiosos, e consolidam o papel de grande player do Brasil na configuração atual do mapa global do algodão. “A partir dessa safra, passamos a influenciar preços e mostramos para o mercado que nosso algodão, que já era reconhecido pela qualidade e sustentabilidade, agora também tem escala maior e passa a suprir a indústria ao longo de 12 meses”, defende o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e da Câmara Setorial, Milton Garbugio. Segundo ele, preços menos atrativos na Bolsa de Nova Iorque, no segundo semestre de 2019, “frearam um pouco o ímpeto dos cotonicultores em avançar em área”. O valor da commodity chegou a custar US$0,57, atualmente, está cotado em U$0,67. Exportações Qualidade, volume e, principalmente, constância na oferta também foram destacados pelo presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Sniticovski, como pontos fortes do Brasil perante os compradores globais. “E, nessa safra, também mostramos que estamos preparados para entregar o nosso algodão na hora certa. Batemos um recorde histórico num único mês, quando embarcamos, em outubro deste ano, 274 mil toneladas de pluma. Antes disso, nossa maior marca havia sido em dezembro de 2018, com 228 mil toneladas”, compara Snitcovski. A guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, iniciada em 2018, e o fato de os chineses voltarem a comprar mais algodão, após um tempo consumindo preferencialmente os próprios estoques, abriram uma grande janela de oportunidades para o algodão brasileiro. “Estamos aumentando nossa participação nesse mercado em relação aos Estados Unidos, que liderava como principal fornecedor. Mas esse incremento se dá também em função da qualidade, sustentabilidade, e, sobretudo, capacidade de embarque que vem superando expectativas”, diz o presidente. Em 2018, o Brasil exportou para a China 436,5 mil toneladas de pluma. “Agora, de julho até outubro de 2019, já embarcamos 155 mil toneladas. Nossa participação no montante do algodão que eles compram saiu de 10% para 30%, e isso é muito significativo”, considera. A China importa no total 2 milhões de toneladas da commodity, e, acredita-se, tem um déficit de três milhões de toneladas para suprir o seu parque industrial. “De julho de 2019 a junho de 2020, 700 mil toneladas do nosso algodão seguirão para lá”, afirma Snitcovski. Ainda segundo a Anea, no segundo semestre de 2019, o Brasil deve embarcar 980 mil toneladas de pluma, e, nos primeiros seis meses de 2020, 900 mil, perfazendo algo em torno de dois milhões de toneladas do algodão colhido na safra recém finalizada. De 2013 até 2018, as exportações brasileiras praticamente triplicaram, saindo de 489 mil toneladas para 1,3 milhões de toneladas. Indústria De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), Fernando Pimentel, a indústria nacional deve fechar o ano sem grandes alterações nas previsões iniciais. “No zero a zero para o setor têxtil ou com uma ligeira queda; alta discreta na confecção e crescimento no varejo na faixa de 1% a 1,5%. Portanto, um ano em que nós não tivemos alegrias já que vamos terminar mais ou menos do mesmo tamanho que começamos”, disse. Para 2020, se nada mudar no cenário, a expectativa do setor industrial é de crescer em torno de 2% a 2,5%, com incremento na faixa de 3,5% para o varejo. Com relação aos empregos, o setor gerou, até outubro, mais de 15 mil postos formais de trabalho. No ano passado, no mesmo período, a Abit constatou uma queda de pouco mais de 2,5 mil postos formais de trabalho. Segundo a associação, não há como garantir que 2019 finalizará com um número positivo nesse aspecto. “Mas, podemos imaginar que é provável que fechemos no zero a zero ou com uma queda relativamente pequena. Já para ano que vem, se nós crescermos os 2% a 2,5%, estimamos um incremento da ordem de 10 mil empregos formais”, afirma Pimentel. Quanto ao consumo de matérias-primas, o algodão continua sendo o principal insumo produzido e processado no país, mas o crescimento das fibras sintéticas continua ocorrendo. “Isso se dá por preços, por tecnologia, processos, enfim uma série de razões. E é por isso que nós realizaremos um evento na ABIT no dia 11 de dezembro, para discutir um pouco esse cenário das fibras na indústria têxtil de confecção, como novas possibilidades advindas da biodiversidade, para tratar de sustentabilidade, e de como o Brasil vai lidar com isso”, anuncia Pimentel.  “O algodão é uma pluma nobre, mas, apesar de ser a segunda maior matéria-prima de consumo no mundo, e de, no Brasil, ser o mais relevante insumo da nossa indústria, vem sendo erodido na sua posição de mercado”, conclui.

Programa de Qualidade da Abrapa é referência para o mercado mundial
13 de Novembro de 2019

A pedido da fabricante de equipamentos de classificação instrumental de algodão Uster, Abrapa apresenta SBRHVI e CBRA para representantes do governo chinês. Além de incrementar a credibilidade e fortalecer a imagem do algodão brasileiro, o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) e o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) já são hoje referência de classificação de algodão, e modelo a seguido no mercado mundial. Nos dias 7 e 11 novembro, o CBRA abriu as portas para visitas de benchmarking, realizadas a pedido da empresa suíça Uster, líder em fornecimento de equipamentos de classificação instrumental de fibra. O programa foi apresentado a uma comitiva formada por membros do China Fiber Inspection Bureau (CFBI) e do China Fiber Quality Monitoring Center (CFQMC), equivalentes chineses do programa brasileiro. Entre os membros da missão, o líder do CFIB, Shuibo Xu, e o gerente técnico do CFIB, Xiong Zongwei. Representantes da Uster, Xinhei Dai, David McAlister e Kent Rinehart acompanharam a visita. Shuibo Xu é responsável pela classificação de análise de HVI na China, onde existem 17 laboratórios do governo, com 300 máquinas HVI, que classificam toda a pluma chinesa. “O fair play é muito importante no mercado global. Quando começamos a desenhar o programa SBRHVI, outros países, através de órgãos como o USDA e o ICA Bremen, cooperaram com orientação e referência para que pudéssemos dar os nossos primeiros passos. Hoje mostramos o nosso modelo para a China, que além de grande produtor é o maior mercado mundial de algodão. É uma colaboração salutar”, afirmou o presidente da Abrapa, Milton Garbugio. Segundo David McAlister, da Uster, o encontro foi muito importante para a troca de informações. “Estamos muito bem impressionados”, disse. “Essa aproximação é boa para os negócios do Brasil com a China e para entendermos o que precisamos fazer para melhorar o nosso programa”, afirma o gestor do programa de Qualidade da Abrapa, Edson Misoguchi. Na segunda-feira (11/11), David McAlister, o vice-presidente de vendas e serviços da Uster, Tanner Andreas, e o diretor técnico da Cotimes do Brasil, Jean-Luc Chanselme foram recebidos pela diretoria da Abrapa. Eles também visitaram os laboratórios da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa).

Desoneração das exportações
08 de Novembro de 2019

Representada pelo seu diretor executivo, Marcio Portocarrero, a Abrapa, mais uma vez, defendeu enfaticamente a manutenção da “Lei Kandir”. A PEC 42/2019, que propõe a alterações da Lei Complementar 87/1996, responsável pela desoneração das exportações de produtos primários e semielaborados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), foi tema de audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural da Câmara (CAPADR), na Câmara dos Deputados, em Brasília, na quarta-feira (6). Como argumento, Portocarrero citou o exemplo da inversão de posição do Brasil na cotonicultura, que saiu da condição de importador de algodão, para o posto de segundo maior exportador mundial nesta safra. O Brasil ocupava o 56º lugar no ranking mundial, entre 71 países exportadores em 2000. Na safra 2018/2019, 61% do algodão brasileiro produzido foram exportados e 39% abasteceram o mercado interno. "Isto seria inimaginável com tributação das exportações, e não poderá se manter caso a Lei Kandir seja extinta", explanou. Durante a audiência pública, membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) afirmaram que o colegiado é contra a extinção do incentivo e não permitirá prejuízos ao setor. Segundo o diretor da Abrapa, a cadeia do algodão gera um PIB de US$ 74,11 bilhões anualmente, considerando a venda de produtos de confecção. "Isso se traduz em riquezas para o país, emprego e renda, e explica em grande parte o grande desenvolvimento dos estados onde a agricultura assumiu o protagonismo econômico, após a Lei Kandir, como é o caso do Mato Grosso", defendeu. Em outubro de 2017, a Abrapa participou de audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, como palestrante, defendendo a manutenção desta lei.

Rede Ramulária
24 de Outubro de 2019

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), sediou, nos dias 23 e 24 de outubro, duas reuniões do Comitê Técnico da “Rede Ramulária”. Trata-se de um fórum que reúne instituições de pesquisa públicas e privadas, além de empresas detentoras de patentes de fungicidas para estudar formas eficazes de combate à doença, hoje presente em todos os estados produtores de algodão. Na reunião, foram divulgados os dados estatísticos levantados sobre a performance dos químicos para combate da doença, que chega a trazer prejuízos da ordem de 35% a 45% quando existe o manejo correto da doença e até de 100%, quando não se toma qualquer providência. Os resultados foram obtidos em ensaios de campo, instalados em 12 locações, nos quatro maiores estados produtores na safra 2017/2018: Mato Grosso, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul. As conclusões sobre a eficácia foram analisadas por locação, por proximidade geográfica e sobre o total dos “plots” experimentais. Os dados foram debatidos na reunião na Abrapa e também na preparatória, realizada na quarta-feira (23). As informações serão disponibilizadas posteriormente aos produtores.  “Atualmente, o melhor fungicida do mercado dá cobertura de 75% a 80% da doença. Quando se trata de ramulária, falamos de controle e combate, mas ainda não existe uma solução total. Depende de clima e de vários fatores. O que queremos com a Rede é identificar os produtos de melhor performance, que permitam ao produtor reduzir o número de aplicações, atualmente, estimada em uma média de oito a nove por safra”, afirma o pesquisador da Embrapa e coordenador da Rede Ramulária, Alderi Emídio Araújo. Segundo o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, até pouco tempo, a ramulária era considerada uma ameaça secundária à cotonicultura. “Nos últimos três anos, ela vem ganhando importância e preocupa o produtor. Por isso, a Abrapa e parceiros testam métodos de monitoramento e controle, para evitar que a doença comprometa a produção brasileira”, afirma. A meta da associação é reduzir o custo de produção de algodão, hoje estimado em R$8,6 mil por hectare. “Os insumos agrícolas representam 61% do total. Destes, 35% correspondem aos gastos com defensivos”, diz. A Rede Ramulária, como é conhecida, é patrocinada pela Abrapa, com recursos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), e conta com a parceria da Embrapa Algodão, Agrodinâmica, Fundação Bahia, Assist Consultoria, Fundação Chapadão, Circulo Verde Assessoria Agronômica, Fundação MT, Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), Instituto Phytus, Adama, ISK Biociences, Basf, Oxiquímica, Corteva, Sipcam Nichino, FMC, Helm, Syngenta, Isagro Brasil e  UPL.

SBRHVI: Visita técnica e encontro com produtores na Bahia.
23 de Outubro de 2019

SBRHVI: Visita técnica e encontro com produtores na Bahia. Com uma produção de algodão 15% maior na safra 2018/2019, e previsão de recorde em análises do produto este ano, estimada em três milhões de amostras, o estado da Bahia recebeu nos dias 16 e 17 de outubro a visita da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), como parte do calendário nacional de orientação aos laboratórios e mobilização de cotonicultores do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI). A iniciativa é um dos três pilares do programa, que incluem o Centro Brasileiro de Análise de Algodão (CBRA) e Banco de Dados da Qualidade. Já a mobilização é o esforço que a associação empreende para assegurar o engajamento dos produtores e o consequente fortalecimento da imagem do algodão brasileiro perante o mercado global. No Centro de Análise de Fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), localizado na sede do município de Luís Eduardo Magalhães, o gestor de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi checou a conformidade da estrutura, procedimentos e equipamentos, cumprindo à risca um checklist de 42 itens. Segundo ele, o Centro da Abapa deu um grande salto em sua capacidade de processamento de amostras, com a aquisição de cinco novas máquinas, que, somadas às que o laboratório já tinha, totaliza agora 14 equipamentos. Para garantir o ritmo e a operação do serviço mesmo em caso de falhas no fornecimento de energia elétrica, e diminuir os custos com este insumo nos horários de pico, a associação baiana colocou um novo grupo gerador de energia no Centro, hoje considerado um dos maiores da América Latina. “A cada visita, verificamos que o laboratório tem melhorado significativamente.  Iniciou o processo de implantação de um sistema de Gestão de Qualidade baseado na NBR ISO IEC 17025:2017, que já vem mostrando resultados”, afirma o gestor de Qualidade da Abrapa. O gerente do Centro de Análise, Sérgio Brentano, afirma que, em 2019, o local deve processar em torno de um milhão a mais de amostras em comparação à safra anterior, o que totaliza três milhões. “Este volume crescente torna mais importante o programa SBRHVI, contribuindo para que os resultados sejam confiáveis, e as negociações com algodão, mais harmônicas”, diz. De acordo com Brentano, os trabalhos de classificação instrumental e visual da Abapa para a safra 2018/2019 estão previstos para ser concluídos ao final deste ano. Mobilização Nesta etapa da visita da Abrapa à Bahia, em lugar de uma reunião com produtores, foram feitos encontros pontuais, uma vez que a estadual já vem realizando iniciativas de engajamento com seus associados ao programa SBRHVI. No dia 17, Mizoguchi e Brentano conversaram com o grupo Irmãos Franciosi e o produtor Belmiro Catalan. Na ocasião, os representantes da estadual e da nacional reforçaram a importância do programa na comercialização da fibra, e o reconhecimento do mercado em confiabilidade tanto para quem vende quanto para quem compra. Eles lembram que, para aderir, o produtor não precisa pagar nada, e deve procurar a associação do seu estado. 21.10.2019

Presidente da empresa indiana Premier visita o CBRA
23 de Outubro de 2019

No dia 14 de outubro, o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) abriu as portas para receber o presidente da Premier, companhia indiana responsável pela fabricação da tecnologia ART 3 de análise instrumental de algodão, hoje presente em cerca de 30% do mercado nacional, e concorrente da HVI (Uster). Srinivasan veio acompanhado pelo representante da Premier no Brasil e diretor da Orbi Cotton, João Celso dos Santos, e foi recebido pelo gestor de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi. "Ele gostou muito do que viu no nosso laboratório", afirma Mizoguchi, lembrando que Srinivasan é mundialmente reconhecido pela expertise, sendo, inclusive, colaborador do Manual para a Padronização da Classificação Instrumental do Algodão elaborado pela força tarefa do ICAC e o Comitê Internacional do ITMF, e que serve de guia para o programa SBRHVI.

Abrapa presente nos maiores eventos da cotonicultura mundial em outubro.
18 de Outubro de 2019

Como tem feito desde os primeiros anos da sua criação, 20 anos atrás, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão tem marcado presença nos mais importantes eventos internacionais da cotonicultura, promovendo o algodão brasileiro, como parte dos quatro compromissos fundamentais da entidade: qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade e promoção. Na terça-feira, 8 de outubro, a Abrapa reuniu em Liverpool, na Inglaterra, traders, industriais, e agentes diversos da cadeia produtiva da fibra para mostrar os números e traçar um panorama sobre a produção nacional da commodity na safra atual, que está sendo embarcada, além de apresentar as perspectivas para a próxima. O Brazilian Cotton Day já acontece há mais de uma década, como programação paralela à agenda do tradicional evento anual promovido pela International Cotton Association (ICA). O ICA Trade Event, este ano, se deu no berço da associação internacional, a cidade de Liverpool, entre os dias 9 e 10 de outubro, e culminou com o jantar de gala anual. Os esforços da Abrapa para promover o algodão brasileiro no mercado internacional, no mês de outubro, foram reforçados pela participação da entidade no lançamento do Dia Mundial do Algodão, realizado na sede da Organização Mundial de Comércio (OMC), em Genebra, na Suíça, no dia 7. Ainda este mês, entre os dias 20 e 22, a entidade participa da conferência anual da International Textile and Manufacturers Federation (ITMF), na cidade do Porto, em Portugal. Na edição de 2019, em lugar da rodada de reuniões com os agentes internacionais, o Brazilian Cotton Day incluiu um painel com lideranças do da cotonicultura nacional, assim como uma apresentação sobre a safra para os convidados, durante almoço realizado no Malmaison Liverpool. Na pauta das discussões, as exportações recordes, que devem somar 1,85 milhões de toneladas de pluma na safra 2018/2019, o novo posto de segundo maior exportador mundial, e as repercussões para o país da guerra comercial travada entre Estados Unidos e China. “Este ano, a presença do Brasil no Trade Event foi ainda mais especial. Estamos todos preocupados com os preços nada animadores, mas ocupamos o nosso espaço de grande player, e o que podemos dizer é que o mundo olha para o Brasil como fornecedor estratégico de algodão. Não só porque temos volume, mas porque entregamos qualidade e sustentabilidade, valores que vêm sendo demandados pelo consumidor final e que têm feito toda a cadeia se movimentar para atender. Nosso programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) é um grande trunfo; um diferencial de mercado que nos faz ainda mais atrativos para a indústria mundial”, afirma o presidente da Abrapa, Milton Garbugio. Para o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, mais que nunca, o Brasil precisa estar próximo do mercado mundial e a associação está direcionada neste sentido. “Um amplo programa de marketing internacional está sendo posto em prática, e se torna cada vez mais importante, uma vez que evoluímos muito nos pilares estruturantes da qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade. Agora, precisamos vender, e bem, o nosso produto, disputar mercados com os nossos diferenciais competitivos, além de ajudar o algodão como um todo a recuperar parte do espaço que vem perdendo para outras fibras têxteis. Hoje, somos um grande player, respondendo por um de cada cinco fardos comercializados internacionalmente.  Temos muita reponsabilidade, mas, também, muito espaço para crescer, uma vez que oferecemos um algodão cada vez melhor em qualidade, e que também é rastreável e sustentável”, avalia Duarte

Representantes da Abrapa participam do lançamento do Dia Mundial do Algodão na sede da OMC, em Genebra
08 de Outubro de 2019

Os subsídios conferidos por alguns países aos produtores de algodão e os impactos da prática sobre o comércio da commodity foram assuntos-chave que a delegação brasileira levou, nesta segunda-feira (7), para Genebra, na Suíça, durante o lançamento do Dia Mundial do Algodão, realizado na sede da Organização Mundial dos Comércio (OMC). O tópico foi destacado no discurso da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que também enfatizou a importância sócio econômica da cotonicultura para o país e o caráter sustentável da atividade, que fazem do Brasil o principal fornecedor de pluma reconhecidamente produzida dentro de parâmetros corretos pelo conceito da sustentabilidade. O vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, o presidente do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Haroldo da Cunha, e o produtor Paulo Shimohira participaram da solenidade e dos painéis integrantes da programação. O lançamento foi uma iniciativa do Cotton-4 (Benin, Burkina Faso, Chad e Mali), em colaboração com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com a United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), o International Trade Centre (ITC) e o International Cotton Advisory Committee (ICAC).  “O PIB da cadeia produtiva do algodão do Brasil é de cerca de US$ 74,11 bilhões, considerando as vendas de produtos de confecção. A cadeia gera emprego e renda para 1,2 milhão de trabalhadores”, disse Tereza Cristina. A ministra ressaltou que o "bom funcionamento do comércio internacional, sem distorções, é fundamental para o desenvolvimento de setores produtivos agrícolas, como o do algodão. Por essa razão, o Brasil tem sido um membro ativo na OMC, sempre buscando fortalecer o papel conciliador da organização, pautado por isenção e equidade”. Ela reafirmou o comprometimento do setor produtivo brasileiro com a sustentabilidade ambiental, lembrando que o Brasil é líder mundial na certificação socioambiental de algodão, com mais de 80% da produção certificada. A ministra lembrou que, em 20 anos, a produção nacional de algodão cresceu 226% e, na safra 2017/18, o Brasil colheu 2,2 milhões de toneladas de pluma, 11% da produção mundial. Segundo o vice-presidente da Abrapa, e também presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Busato, a fala da ministra reflete hoje um dos maiores problemas enfrentados pelos cotonicultores do Brasil. “Com os preços em baixa, a remuneração do produtor está no nível do custo de produção. Essas distorções têm impacto grande. Sabemos não apenas que alguns países mantêm esses subsídios, como o quanto eles investem em suas políticas de incentivo. Já vencemos os Estados Unidos numa batalha histórica num passado recente contra esse mesmo problema. Estamos trabalhando junto com o Governo Brasileiro para trabalhar por uma solução em favor de um comércio internacional justo”, afirmou Busato. Data a comemorar O presidente da Abrapa, Milton Garbugio, se pronunciou sobre a data. “Celebrar o Dia Mundial do Algodão é fazer justiça à fibra que acompanha a humanidade desde o início da história. É também um marco importante para que essa mesma humanidade possa pensar suas ações hoje, de modo a garantir que haja um futuro. Escolher algodão é comprometer-se com um matéria-prima sustentável e dignificante. No Brasil, nós, produtores, nos comprometemos a cultivá-la visando a garantir qualidade, volume e constância na oferta, de forma comprovadamente correta, seja social, ambiental ou economicamente falando. Queremos ajudar a assegurar que esta e todas as futuras gerações serão beneficiadas pelas nossas escolhas hoje, e poderão desfrutar da fibra sempre. Apoiamos esta ideia com força e entusiasmo”, concluiu.