notícias

Campanha do Movimento Sou de Algodão é premiada com ouro na 20ª Mostra ABMRA
02 de Dezembro de 2022

O Movimento Sou de Algodão foi um dos destaques na 20ª Mostra de Comunicação Agro ABMRA, promovida pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA), ao receber o prêmio de ouro na categoria "Campanha Promocional/Varejo/Campanha de PDV" e de bronze em "Projetos Digitais". O anúncio foi realizado na quarta-feira (30/11), durante cerimônia transmitida pela canal do youtube da ABMRA. Essa foi a segunda edição consecutiva em que a iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) foi contemplada no evento. Na anterior, foram conquistados os troféus de bronze nas categorias "Projetos de Conteúdo em Qualquer Plataforma de Mídia" e em "Filme ou Campanha para TV, Cinema ou Plataformas Digitais". As campanhas premiadas na edição deste ano estão relacionadas com o lançamento do SouABR, um programa inédito na cadeia têxtil nacional que rastreia, por meio da tecnologia blockchain, o algodão brasileiro com certificação socioambiental da fazenda ao guarda-roupa. O Movimento Sou de Algodão conquistou o troféu de ouro com a vitrine realizada, em conjunto com a marca Reserva, para o lançamento do SouABR e das primeiras camisetasrastreáveis.  Para comunicar o novo programa de rastreabilidade, o algodão ficou evidenciado em uma foto e foram levados itens da  fibra em diferentes momentos da jornada de produção no campo (capulhos), beneficiamento (pluma),  fiação (rolos de fios) e peça pronta. "É uma felicidade muito grande receber a categoria ouro. Somos uma associação e não estamos falando, necessariamente, de um produto em si, mas de um movimento que tem como objetivo mudar a percepção do consumidor final a respeito da fibra que é produzida no Brasil. Temos uma equipe muito grande e com bastante trabalho envolvido. Quero agradecer todos os nossos apoiadores e a parceria com a Reserva, que confiou no nosso trabalho. Além da Renner que participa também da continuidade desse programa", comemora Silmara Ferraresi, gestora do Movimento Sou de Algodão. Já o troféu de bronze está relacionado ao desenvolvimento do sistema de blockchain, que permite que o consumidor acesse um QR Code na etiqueta para ver toda a trajetória e as empresas envolvidas na produção da peça rastreável. Para conferir um exemplo do funcionamento é só acessar este link. Mostra de Comunicação Agro ABMRA A Mostra de Comunicação Agro ABMRA tem o objetivo de contribuir para o aprimoramento das técnicas e gestão da comunicação do agronegócio por meio da premiação de profissionais, empresas e instituições. O prêmio, que é realizado a cada dois anos, tem caráter nacional e contempla, em 15 categorias, peças, campanhas, programas e cases, desenvolvidos e divulgados no País. Fundada em 1979, a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMR), reúne Cooperativas, Indústrias Fornecedoras dos principais Insumos, Bens e Serviços, Veículos de Comunicação, Agências de Propaganda, Empresas de Pesquisa e Empresas de Consultoria especializadas no Agronegócio. Seu objetivo é fomentar o conhecimento e as boas práticas no Marketing Agro, nas suas várias cadeias e segmentos do mercado, buscando um melhor entendimento do seu valor pela sociedade em geral. Abrace este movimento:  Site: www.soudealgodao.com.br Facebook, Instagram, Youtube, LinkedIn e Pinterest: @soudealgodao

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
02 de Dezembro de 2022

 - Destaque da Semana – Semana de muitas atividades de promoção do algodão do Brasil na Ásia. No mercado, a semana foi marcada pela fala do presidente do Fed indicando aumentos de juros mais brandos futuro. Na China, os protestos podem ter acelerado a flexibilização das políticas de controle da Covid no país. -  Algodão em NY 1 – O contrato Mar/23 fechou ontem a 84,85 U$c/lp (+2,35%). - Algodão em NY 2 - Referência para a safra 2022/23, o contrato Dez/23 era cotado a 80,25 U$c/lp (+2,98%) e o Dez/24 a 76,88 (+1,25%) para a safra 2023/24. - Preços (01/12), o algodão brasileiro estava cotado a 104,00 U$c/lp (+175 pts) para embarque em Dez/22-Jan/23 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). Para embarque em Out-Nov/23 a referência do preço fechou em 98,75 U$c/lp (+200 pts). - Altistas 1 – Após o início de enormes protestos por todo país que pedem o fim da política de Covid-zero na China, o governo aparentemente começou a ceder e afirmou esta semana que deverá flexibilizar algumas medidas restritivas e aumentar a taxa de vacinação no país. - Altistas 2 – Presidente do Fed, banco central americano, Jerome Powell, discursou na quarta (30) indicando que o Fed reduziria o ritmo no aumento das taxas de juros na reunião de dezembro. - Baixistas 1 – Powell, entretanto, afirmou que as taxas provavelmente permaneceriam relativamente altas por um período prolongado, já que os EUA ainda estão lutando contra a inflação mais alta dos últimos 40 anos. - Baixistas 2 – A demanda por produtos têxteis continua baixa e assim reduzindo interesse por algodão e fios de algodão na grande parte dos mercados. - ICAC - A Abrapa participou na 80ª reunião plenária do ICAC, o Comitê Consultivo Internacional do Algodão. O evento online foi realizado de 29/11 a 1º/12. O diretor de Relações Internacionais da entidade, Marcelo Duarte, falou sobre a produção e sustentabilidade do algodão brasileiro. - Singapura 1 - Na segunda (28), ocorreu o Agritalks Brasil-Singapura, onde palestrantes dos dois países compartilharam ideias sobre sustentabilidade em todos os níveis da agricultura, da cadeia de suprimentos de alimentos à indústria da moda. - Singapura 2 - A conferência foi realizada em Singapura e organizada pela Embaixada do Brasil e pela ApexBrasil, com o apoio da Abrapa, por meio do Cotton Brazil. Foi focada na promoção da inovação, sustentabilidade e segurança na agricultura. - Indonésia 1 - Depois de Singapura, a delegação que esteve no Vietnã na semana anterior, seguiu para a Jacarta (Indonésia). Na terça (29) ocorreu evento com as principais indústrias e agentes de algodão do país. - Indonésia 2 - O evento contou com a presença do Embaixador do Brasil na Indonésia, José Dornelles, e teve como temáticas principais a situação das safras, qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade do algodão brasileiro. - Indonésia 3 -A Indonésia é um país muito importante, pois é o sexto maior importador mundial de algodão.  Este ano o país deve importar 530 mil toneladas. - Indonésia 4 - O país, que não produz algodão, tem uma população de 276 milhões de habitantes e ainda exporta US$ 12 bilhões/ano em produtos têxteis. - Indonésia 5 - Esse mercado, assim como na grande maioria dos países compradores de algodão, está desaquecido para algodão neste momento. As fiações afirmam que a demanda por fios está baixa e os estoques não vendidos estão altos. - Indonésia 6 - Para se ter uma ideia do momento, as importações de algodão da Indonésia em setembro somaram 37,5 mil toneladas, o menor volume mensal desde abril. - Indonésia 7 - Assim como no Vietnã e outros mercados na Ásia, a concorrência com algodão australiano este ano tem sido muito forte. - Indonésia 8 - Como o boicote ao algodão do país da Oceania ainda vigora na China, os australianos tem oferecido algodão de qualidade a preços agressivos. - Indonésia 9 - Aproximadamente metade das importações da Indonésia neste ano comercial vieram da Austrália e, em seguida, vêm Estados Unidos e Brasil. - Agenda - No dia 8 de dezembro será divulgado o relatório mensal de oferta e demanda do USDA. - Exportações 1 - o Brasil exportou 268,6 mil tons de algodão em nov/22. O volume supera em 61,5% o total embarcado em novembro de 2021. - Exportações 2 - No acumulado de agosto a novembro de 2022 (quatro primeiros meses do novo calendário), as exportações somaram 776,3 mil ton, alta de 38,5% com relação ao mesmo período da temporada passada. - Safra 2022/23 - O plantio da nova safra está autorizado nas regiões leste (Querência) e sudeste (Primavera do Leste) do MT. O período de vazio sanitário encerrou nessas regiões em 30 de novembro. Na região oeste (Sapezal) e médio norte (Sorriso) o vazio sanitário para a cultura do algodoeiro estende até 14 de dezembro. - Beneficiamento 2021/22 - Até ontem (01/12):  BA (94%); GO (99%); MA (68%), MS (99%); MT (98%); MG (99%); SP (100%); PI (100%); PR (100%). Total Brasil: 96% beneficiado. - Semeadura 2022/23 - Até ontem (01/12): SP (9%), GO (24%), MS (1%), BA (7%), MG (60%), PI (2%). Total Brasil: 3% semeado. - Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

Abrapa lança livro sobre história da cotonicultura do Brasil
02 de Dezembro de 2022

Em pouco mais de duas décadas, a cotonicultura brasileira foi de 800 mil a 3,3 milhões de toneladas de pluma, e o País se tornou o segundo maior fornecedor mundial desta matéria-prima, que mantém, através dos séculos, sua importância na base da indústria têxtil global. Se o feito por si só já impressiona, ele ganha ainda mais relevância quando se considera que, apenas poucos anos antes da virada deste milênio, a produção de algodão no Brasil quase foi extinta, tanto por causa de uma praga, o bicudo-do-algodoeiro, quanto em função das várias políticas econômicas e da inflação galopante que castigou o País, nos anos 80 e 90 do século passado. Para explicar esta grande virada e contar a saga do algodão no Brasil, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) lançará, no dia 07 de dezembro, o livro comemorativo dos 20 anos da entidade, “Algodão: o fio da história no Brasil”. O livro foi escrito pela jornalista Catarina Guedes, com prefácio do economista e ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega. A ideia de elaborá-lo surgiu em 2020, durante a gestão do ex-presidente da entidade, Milton Garbúgio, como um meio de tornar conhecida não apenas a trajetória do algodão no Brasil, mas a estreita relação entre o sucesso desta atividade, após a criação da Abrapa, em 1999, e das suas estaduais. O livro foi concluído em 2022, na gestão do atual presidente, Júlio Cézar Busato. “O algodão brasileiro é motivo de orgulho para nosso País, pela sustentabilidade, volume, qualidade e muitos outros fatores, mas nada disso veio de graça. Éramos uma origem desacreditada na produção de pluma e tivemos de nos reinventar, com união e coragem, até mesmo para enfrentar os grandes e poderosos Estados Unidos na OMC. Por reinventar, entenda-se, traçar estratégias e seguir o plano”, diz Garbúgio, referindo à emblemática vitória do País no chamado Contencioso do Algodão, disputa entre Brasil e EUA no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), que se estendeu entre os anos de 2002 e 2010, e que possibilitou o investimento maciço dos recursos na modernização da cotonicultura nacional. Para Júlio Busato, que conclui seu mandato de presidente, neste mês de dezembro, preservar a memória da produção de algodão no Brasil é fundamental e desafiador. “Principalmente, porque esta é uma história aberta, que ainda está sendo contada e que nós esperamos que jamais se conclua. Os personagens estão vivos e ativos, e a terceira geração dos desbravadores já começa a assumir o bastão. Ao mesmo tempo, temos pessoas como o ex-presidente da Abrapa, Jorge Maeda, que viveu os dois momentos da cotonicultura brasileira, antes e após a migração para o cerrado, e ele pôde contar o que viu e ainda vê na atividade”, disse Busato, que acredita que, em muito breve, o País suplantará seu principal concorrente na disputa global, os Estados Unidos, no topo do ranking dos maiores exportadores. O livro “Algodão – O fio da história no Brasil” é dividido em duas partes. A primeira, remonta a tempos anteriores à chegada dos europeus à “nova terra”, no século XVI, e a segunda tem como divisor de águas o início das experiências com o algodão, empreendidas pelo famoso empresário Olacyr de Moraes, que introduziu estudos numa de suas fazendas, no estado de Mato Grosso, a partir de 1998. Ainda na segunda parte, é possível conhecer em detalhes os programas da Abrapa e os marcos históricos da instituição, desde a sua fundação. A história é contada como uma narrativa literária, com linguagem fácil e agradável de ler.  Ao final do livro, artigos de todos os ex-presidentes da Abrapa dão o ponto de vista de quem já comandou a instituição e acompanhou de perto seus desafios e êxitos. O conteúdo estará disponibilizado no portal da associação em www.abrapa.com.br, a partir de 08/12/2022. Serviço: Título – Algodão: o fio da história no Brasil (Um recorte do 20º aniversário da Abrapa) Autor – Catarina Guedes Produção editorial – Fonte Editora Número de páginas – 306 Todos os direitos reservados à Abrapa

Adida agrícola americana conhece trabalho da Abrapa
01 de Dezembro de 2022

O Brasil está entre os quatro maiores produtores de algodão do mundo e é o segundo no ranking de exportação. De olho nesse setor que não para de crescer, apostando na tecnologia e na inovação para obter os melhores índices de produtividade com sustentabilidade socioambiental, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), recebeu nesta terça-feira, 29, Nicole Podesta, adida agrícola americana, na sede da associação, em Brasília. Os anfitriões Marcio Portocarrero, diretor Executivo da Abrapa, e Fábio Carneiro, gestor de Sustentabilidade, mostraram a abrangência de atuação da associação, em parceria com as estaduais e os produtores, os programas e ações para impulsionar a cotonicultura brasileira. Portocarrero, destacou as transformações do setor ao longo dos anos, mesmo diante de adversidades do período, e os avanços que resultaram na pujança de um setor que não para de crescer. Trabalho, segundo ele, dividido em quatro áreas: qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade e promoção. "Investimos no planejamento, desde a produção até o beneficiamento, com escala e mecanização. Na melhoria da qualidade da fibra, em inovação e biotecnologia", ressaltou.  Não à toa o País detém a maior produtividade/ha em algodão de sequeiro, 1.800 kg de fibra/ha, enquanto os Estados Unidos 918 kg/ha e a Índia 460 kg/ha. "Foi uma visita bastante positiva e importante para estreitarmos relações e construirmos pontes. Mostramos a dimensão do setor e o trabalho desenvolvido pela cotonicultura brasileira que produz com responsabilidade socioambiental", disse. De acordo com o diretor, o setor cresceu em meio às crises, se transformando e avançando em questões estratégicas, de modo a aumentarmos divisas e mostrar ao mundo que a pluma é produzida com responsabilidade social, ambiental e econômica e, tem rastreabilidade, da semente ao guarda-roupa. Com o programa SouABR, gerido pela Abrapa, é possível o consumidor acompanhar como a fibra é produzida no BRasil e de onde ela vem. Por meio de um QR Code na etiqueta das peças, é possível conhecer a origem da matéria-prima certificada com o ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e o caminho percorrido em todas as empresas e etapas da cadeia produtiva. Nenhum país produtor tem a excelência do programa brasileiro e esse reconhecimento foi conquistado atendendo a uma demanda do mercado e dos consumidores cada vez mais exigentes com o que estão comprando. Nicole ficou surpresa ao acessar o QR Code de uma etiqueta de calça jeans (de uma empresa parceira) com seu celular e verificar tantas informações de procedência. Durante a visita na Abrapa, Nicole também conheceu o Centro de Referência em Análise de Algodão (CBRA). Trata-se de um laboratório central de verificação e padronização dos processos classificatórios do algodão brasileiro, atuando para garantir a qualidade e a credibilidade dos resultados aferidos nos diversos laboratórios instalados no território nacional. A estrutura é parte do programa Standard Brasil HVI–SBHVI, lançado há seis anos. Coube ao gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, mostrar o funcionamento da unidade. Nicole considerou a visita à associação positiva para o estreitamento das relações.

Cotonicultores mostram o compromisso da agricultura brasileira com um futuro global responsável
01 de Dezembro de 2022

Realizado pela primeira vez em um país do Sudeste Asiático, o Agritalks Brasil representa um compromisso contínuo com o agronegócio sustentável. Na edição de Cingapura, realizada em 28 de novembro de 2022, palestrantes brasileiros e cingapurianos de vários setores compartilharam insights sobre sustentabilidade em todos os níveis da agricultura – da cadeia de suprimentos de alimentos à indústria da moda. 28 de novembro de 2022, Cingapura – O evento Agritalks Brasil-Cingapura, conferência focada na promoção da inovação, sustentabilidade e segurança na agricultura, foi realizada pela primeira vez em Cingapura. Apresentado pela Embaixada do Brasil em Cingapura e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), com o apoio de Cotton Brazil, o evento destacou os avanços alcançados e o potencial de investimentos no setor agroalimentar dos dois países. O evento reuniu figuras influentes do setor com pontos de vista únicos e diferentes, fundamentais para ampliar nossa compreensão dos desafios para a sustentabilidade agrícola global. Contou com mais de 100 participantes, além de convidados de honra de destaque, como a Embaixadora Eugênia Barthelmess, Embaixadora do Brasil em Cingapura, o Sr. Lucas Fiuza, Diretor de Negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, e a Sra. Dilys Boey, Diretora Executiva Adjunta da Enterprise Singapore. O Agritalks Brasil-Cingapura apresentou quatro discussões focadas na agricultura e temas relacionados, como políticas governamentais, sustentabilidade, inovação da indústria e financiamento. O evento foi refletiu um momento marcante de Cingapura e Brasil unindo forças para enfrentar questões e desafios urgentes. O primeiro segmento enfocou como as políticas governamentais desempenham um papel crucial na preparação do caminho para um futuro sustentável. Os palestrantes compartilharam os avanços alcançados em nível governamental tanto em Cingapura quanto no Brasil. "É realmente gratificante poder realizar uma discussão tão frutífera em Cingapura; um país que compartilha a motivação e a ambição do Brasil em promover a sustentabilidade. Brasil e Cingapura podem unir nossas experiências muito diferentes para alcançar um objetivo comum de forjar um mundo sustentável", disse Eugênia Barthelmess, Embaixadora do Brasil em Cingapura. O segundo segmento cobriu especificamente as cadeias de abastecimento de alimentos sustentáveis e as perspectivas do setor privado na área. Palestrantes de diferentes formações avaliaram a responsabilidade que o setor privado tem em fornecer soluções reais para a sustentabilidade. Os palestrantes discorreram sobre como a transformação geracional do Brasil em uma potência agrícola forneceu um modelo inspirador para o setor privado. Essas entidades contribuem fortemente para o compromisso do Brasil com a segurança alimentar global e destacam a posição do país como o maior exportador mundial de frango e carne bovina. Isso é especialmente crucial para Cingapura, já que a proteína brasileira representa uma parcela significativa do total de carne importada de Cingapura - com pelo menos 58% da carne bovina consumida no país sendo de origem brasileira. Lucas Fiuza, diretor da ApexBrasil compartilhou: "Agritalks em Cingapura fortalecerá nossos laços institucionais com um de nossos parceiros comerciais mais leais e estratégicos na região. Este evento promove um debate útil sobre as melhores práticas e experiências em nossa agroindústria. Essas discussões destacam a inovação do Brasil e consolidam sua posição de liderança na questão da segurança e abastecimento alimentar." Ele continuou dizendo: "Além disso, reconhecemos a importância de apoiar o setor privado e, ao mesmo tempo, promover a sustentabilidade. Nosso objetivo é continuar promovendo um ambiente competitivo por meio de políticas focadas na sustentabilidade em equilíbrio com o desenvolvimento humano." Também foi dada atenção à indústria da moda e seus desafios de sustentabilidade, desde os recursos utilizados até o produto. Júlio Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), destacou os benefícios de Cotton Brazil, um programa de desenvolvimento do mercado internacional para a promoção do algodão brasileiro. O programa obteve um sucesso impressionante com seu foco em mostrar a sustentabilidade e rastreabilidade do algodão brasileiro, ao mesmo tempo em que supera os padrões internacionais de qualidade. O último segmento do evento discutiu inovação e financiamento, como a espinha dorsal da sustentabilidade na agricultura. Os palestrantes justapuseram as capacidades públicas e privadas em impulsionar a inovação por meio de incentivos e financiamento, deixando claro que tanto o setor privado quanto os tomadores de decisão do governo devem priorizar tecnologias que podem mudar o jogo se nossas economias continuarem prosperando. Isso foi enfatizado quando os palestrantes mencionaram o desenvolvimento de uma indústria biológica dinâmica e em constante evolução no Brasil; possibilitado pelo fluxo cíclico de financiamento e subsequentes retornos bem-sucedidos. A discussão concluiu reforçando que a tecnologia inovadora é inestimável para o fluxo de finanças e em todos os níveis da cadeia produtiva do agronegócio. Marcelo Duarte Monteiro, Diretor de Relações Internacionais da Abrapa, disse, "Usando ciência e tecnologia de ponta, o Brasil conseguiu se firmar como uma indústria líder no campo da agricultura sustentável e de qualidade. O comércio brasileiro de algodão é exemplar ao mostrar que a inovação pode levar ao sucesso na rastreabilidade, logística, tecnologia e verticais de sustentabilidade do algodão sem comprometer a qualidade". A primeira conferência Agritalks em Cingapura foi um sucesso e gerou discussões mutuamente benéficas no setor, no que provou ser uma experiência informativa e perspicaz para todos os participantes. Por meio da promoção de parcerias estratégicas e eventos semelhantes, o Brasil continuará a ser um líder de mercado na conscientização da agricultura sustentável.     Sobre a ApexBrasil A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua na promoção de produtos e serviços brasileiros no exterior e na atração de investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. A ApexBrasil organiza diversas iniciativas com o objetivo de promover as exportações brasileiras no exterior. A atuação da Agência compreende missões comerciais e prospectivas, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, realização de visitas técnicas de compradores e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira e outras atividades selecionadas para fortalecer a marca do país no exterior. A ApexBrasil também tem papel de destaque na atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o Brasil, atuando na identificação de oportunidades de negócios, na promoção de eventos estratégicos e no apoio a investidores estrangeiros interessados em alocar recursos no Brasil. A ApexBrasil é um órgão vinculado ao Itamaraty. https://apexbrasil.com.br/ Sobre a Abrapa A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) foi fundada em 1999 com o compromisso de tornar a cotonicultura brasileira cada vez mais conhecida e competitiva nacional e internacionalmente. Numa perspetiva de melhoria contínua, quatro aspetos ganharam destaque ao longo dos anos: qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade e marketing. Legítima representante do setor, a Abrapa é a voz que fala pelos cotonicultores brasileiros de todos os portes, no Brasil e no mundo. Para melhor cumprir esse papel, reúne nove associações estaduais e representa 99% da produção e 100% das exportações de algodão do Brasil. https://www.abrapa.com.br/ Sobre Cotton Brazil Cotton Brazil é uma iniciativa liderada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA) com o apoio da APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e da ANEA (Associação Nacional dos Exportadores de Algodão) com o objetivo de promover o algodão brasileiro no mercado internacional . https://cottonbrazil.com/ Sobre a Embaixada do Brasil em Cingapura A Embaixada do Brasil em Cingapura é uma das mais de 200 missões diplomáticas e consulares do Brasil ao redor do mundo. Representa o governo brasileiro junto à República de Cingapura e mantém comunicação permanente com autoridades locais, governantes e setor privado, visando estreitar os laços políticos, empresariais e de amizade entre as duas nações. https://www.gov.br/mre/pt-br/embaixada-singapura/English

Cotton Brazil fomenta parcerias estratégicas na Ásia com foco em qualidade e sustentabilidade
01 de Dezembro de 2022

Indonésia - Cotton Brazil, o programa internacional de desenvolvimento de mercado para algodão brasileiro da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), realizou no dia 29 de novembro, seu evento Cotton Brazil Outlook em Jacarta, Indonésia, como parte da Missão comercial que levou uma delegação de cotonicultores e agentes para o país. A agenda do evento concentrou-se na promoção do algodão brasileiro exportado como sendo confiável, sustentável, rastreável e de alta qualidade. Juntamente com a garantia de melhorias baseadas em dados, a Missão comercial representa o compromisso contínuo de Cotton Brazil com parcerias na Indonésia. A indústria global de algodão está enfrentando escassez de oferta, com o mercado asiático sendo impactado em todos os níveis, desde produtores até comerciantes. Países asiáticos como a Indonésia exigem algodão importado para suprir a necessidade doméstica. Esse aumento na demanda por algodão importado de alta qualidade abriu caminho para a ascensão do Brasil como um importante player na indústria do algodão; sendo o quarto maior produtor da fibra e o segundo maior exportador globalmente. Nos últimos quatro anos, o Brasil mais que dobrou sua produção de algodão, com 1,3 milhão de toneladas na safra 2015/2016 aumentando para aproximadamente 3 milhões de toneladas na safra 2019/2020. Isso foi alcançado principalmente por meio do aproveitamento da tecnologia agrícola de ponta e da adoção da prática agrícola sem irrigação, presente em mais de 90% das fazendas brasileiras de algodão. Na safra 2021/2022, o país forneceu 155 mil toneladas para a Indonésia. A Indonésia é o 6º maior importador do algodão brasileiro. Isso não surpreende devido à expansão da indústria têxtil da Indonésia, que responde por quase 7% das exportações do país; projetada em US$ 11,9 bilhões de dólares. Dentro desta indústria têxtil, o algodão brasileiro tem uma participação de mercado de 28%, representando uma das maiores importações de algodão da Indonésia. Prevê-se que essa participação aumente, com a continuidade da parceria sendo fortalecida pelo algodão brasileiro cada vez mais abundante e consistentemente de alta qualidade. A oferta brasileira de algodão deve voltar a crescer este ano, com a Abrapa estimando que a área cultivada neste ano será superior a 1,6 milhão de hectares – um aumento de 15% em relação ao ano anterior. Com o aumento da área plantada, a Abrapa prevê um crescimento de 20% na safra 2022 com uma produção de quase 2,5 milhões de toneladas, marcando a segunda melhor safra do algodão brasileiro da história. O Brasil embarcou 1,519 milhão de toneladas no período de agosto de 2021 a abril de 2022, gerando uma receita de US$ 2,827 bilhões de dólares. O país projeta embarques totais de 1,8 milhão de toneladas para o próximo ciclo, com previsão de 2,2 milhões de toneladas para o período de 2023 a 2024. O alto volume de algodão produzido e exportado pelo país é consistentemente de alto padrão, ao mesmo tempo em que permanece totalmente sustentável. O algodão brasileiro é certificado pelo programa ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e licenciado pela Better Cotton Initiative (BCI), um grupo sem fins lucrativos que promove práticas agrícolas sustentáveis e a produção de algodão globalmente. Para promover o controle de qualidade em toda a cadeia de abastecimento da indústria, o algodão brasileiro também é monitorado pelo programa de controle de qualidade do algodão da Abrapa, chamado Standard Brasil HVI (SBRHVI), que realiza testes de laboratórios de classificação de algodão parceiros em todo o país e produz uma taxa de confiabilidade de teste de 97%. Além disso, a Abrapa também desenvolveu um sistema de identificação de fardos de algodão (SAI) em que a tecnologia QR code é colocada nas etiquetas dos fardos para fornecer acesso rápido aos dados sobre qualidade, origem, classificação HVI e certificações socioambientais, garantindo a rastreabilidade dos fardos de algodão. Lançado no final de 2020, a missão global de Cotton Brazil é promover o comércio de algodão do Brasil para os mercados internacionais e oferecer à indústria têxtil global uma produção e fornecimento de algodão confiável e de alta qualidade. Cotton Brazil busca fortalecer os programas de sustentabilidade, qualidade e rastreabilidade e atender às mudanças nas demandas dos consumidores B2B internacionais. Durante o evento e a Missão comercial, quatro pilares principais foram explorados: Qualidade e Produção – que explorou a confiabilidade do programa de controle de qualidade do algodão brasileiro e quais são os principais indicadores de HVI da safra atual. Sustentabilidade – que explorou o programa de certificação ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e seu compromisso em garantir que a cotonicultura advenha de uma produção socialmente responsável e ambientalmente sustentável. Rastreabilidade – que explorou a transparência, confiabilidade e funcionalidades da plataforma de rastreabilidade Exportações – que explorou os principais desafios da oferta global e alternativas para atender à demanda de produção e abastecimento. Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa, disse: "Acreditamos na utilização da mais recente tecnologia disponível na agricultura para trabalhar no sentido de reduzir os efeitos nocivos ao meio ambiente causados por práticas anteriores insustentáveis de cultivo do algodão. Ao nos concentrarmos em nossos pilares principais, podemos criar uma indústria de algodão sustentável sem comprometer a qualidade e a demanda. Por esses motivos, o algodão brasileiro tornou-se reconhecido como uma importação importante para nossos parceiros indonésios. Como eles são alguns de nossos parceiros mais leais, esperamos continuar promovendo nosso relacionamento com eles - aprendendo uns com os outros para criar um futuro ainda mais brilhante para a indústria do algodão". No futuro, o programa visa aumentar ainda mais a participação de mercado em seus principais países, com planos em andamento para aumentar a capacidade de produção para atender às crescentes demandas do mercado asiático. Por meio de suas atuais e futuras parcerias estratégicas e ativações de eventos, o programa continuará a conscientizar o mercado sobre a qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade do algodão brasileiro. Sobre Cotton Brazil Cotton Brazil é uma iniciativa liderada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA) com o apoio da APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e da ANEA (Associação Nacional dos Exportadores de Algodão) com o objetivo de promover o algodão brasileiro no mercado internacional. https://cottonbrazil.com/

Abrapa realiza treinamento sobre cálculo da incerteza de medição de análise de algodão por instrumento
29 de Novembro de 2022

Entre os dias 22 e 25 de novembro, 29 profissionais participaram do último treinamento realizado em 2022 para a implantação de um sistema de gestão de qualidade com foco na ISO17025 para atestar a competência técnica de um laboratório. A capacitação se realizou de maneira presencial, na sede da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em Brasília, e de modo virtual. Os participantes obtiveram informações em detalhes necessárias para o cálculo da incerteza de medição das análises do algodão. O grupo integra representantes de laboratórios vinculados ao Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI). Para Edson Mizoguchi, gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, o curso teve como objetivo principal reforçar o aprimoramento técnico e a padronização dos itens essenciais para o cálculo de incerteza de medição. Segundo ele, para se chegar no resultado da incerteza é preciso ter conhecimento de estatística e experiência nas análises HVI. "Não há como realizar o cálculo sem isso. Finalizamos o treinamento com as seis principais características mapeadas (micronaire, comprimento, resistência, uniformidade, grau de reflexão e grau de amarelamento) e realizado o cálculo completo do micronaire. Com o desenvolvimento de ações como esta, o setor trabalha para aumentar a confiabilidade dos resultados apresentados pelos laboratórios brasileiros", disse. O treinamento integrou o terceiro pilar do programa SBRHVI – Orientação técnica aos laboratórios e foi ministrado pelo instrutor Cesar Leopoldo de Souza. Objetivos do treinamento: Calcular a incerteza de medição nas características micronaire, resistência, comprimento UHML, índice de uniformidade, grau de reflexão e grau de amarelamento com base no estudo de caso do Centro Brasileiro de Análise de Referência de Algodão (CBRA); Analisar criticamente os dados obtidos; Padronizar a metodologia do cálculo de incerteza.

Brasil se prepara para ser o maior exportador global de algodão
29 de Novembro de 2022

Brasil é o único grande produtor de algodão do mundo que pode dobrar as exportações de forma sustentável, com aumento da produtividade e da rastreabilidade total da fibra. Produtores trabalham por lavouras com alta tecnologia em todo o ciclo produtivo. "Quando minha família começou a plantar algodão, há 38 anos, ele era uma culturazinha", diz o agricultor Walter Horita, 59 anos, à frente do Grupo Horita, um dos mais tradicionais produtores do oeste da Bahia. Hoje, a realidade é outra: nos próximos meses, o grupo vai começar o plantio da safra 2022/23 em uma área de 40 mil hectares destinada à fibra. O grupo cultiva 112 mil hectares de lavouras, entre primeira e segunda safras, incluindo 60 mil hectares de soja e 12 mil hectares de milho. O crescimento do negócio de algodão dos Horita é um retrato do que aconteceu no resto do país. Em uma década, a partir dos anos 2000, acotonicultura passou de produção familiar para a empresarial. O Brasil, que se tornou o segundo maior exportador mundial, quer ir além e ser o número um no mundo. "Isso vai acontecer – e a Ásia é o grande mercado", afirma Horita. A estimativa de consultores é que a posição de liderança vai se consolidar em dez anos, com potencial de 4 milhões de toneladas exportadas. Em 2021, o país exportou 2,1 milhões de toneladas de algodão e têxteis de algodão – que representa uma pequena parte – por US$ 3,7 bilhões, de acordo com o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), organizado pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária). A marca de 2 milhões de toneladas foi alcançada em 2020; a de 1 milhão, em 2012, volume que se firmou de fato somente a partir de 2018. Neste ano, os dados até julho mostram 909,6 mil toneladas embarcadas por US$ 2 bilhões. "Lá atrás, a gente exportava algodão durante seis meses, hoje exportamos o ano todo. Isso fez a diferença para os compradores. Além do crescimento da produção, a certeza da oferta abriu mercado", diz Horita. Escala e volume revolucionaram o cenário da fibra no Brasil e dão fôlego para novos voos. Em meados de agosto, um público de 2.500 pessoas estava pouco interessado na bela paisagem da praia da Boca do Rio, endereço do centro de convenções de Salvador (BA), onde aconteceu o 13o Congresso Brasileiro do Algodão, evento promovido pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão). Uma legião de agrônomos, técnicos, acadêmicos, consultores e grandes produtores compareceram, entre eles o Grupo Horita e a SLC Agrícola, que pertence à família gaúcha Logemann e que atualmente é considerado o maior produtor de algodão do Brasil. Não por acaso, onde o CEO da companhia, o engenheiro agrônomo Aurélio Pavinato, parava, uma roda de curiosos se formava para escutá-lo. "O sucesso nos anos 1960 era tirar o Brasil de país importador para país produtor. Agora, o que queremos para daqui a 30 ou 40 anos?", pergunta Pavinato. Na safra encerrada, a SLC cultivou 177 mil hectares de algodão, entre primeiro e segundo ciclo de plantio. A área total cultivada foi de 672 mil hectares, incluindo soja e milho. Com uma generosa contribuição do algodão, em 2021 a receita líquida da empresa foi de R$ 4,6 bilhões, valor 24,5% acima de 2020. ROTA DO ALGODÃO O professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) Marcos Jank, coordenador do centro Insper Agro Global, diz que é preciso olhar quais são os desafios da cadeia, tomando como realidade uma demanda firme por algodão não somente da China, o atual maior comprador da fibra brasileira e maior fabricante de têxteis do mundo, mas de todo o sudeste asiático, principalmente a demanda de países como a Tailândia, o Vietnã e a Indonésia, com fortíssimas indústrias têxteis. E também olhar para o sul asiático, recomenda Jank, onde está a Índia, que de fato tem a segunda maior indústria têxtil do mundo, atrás apenas da China. "Hoje, mais de 70% da produção brasileira de algodão é exportada, e mais de 95% vai para a Ásia", afirma Jank. "Mas você não pode ser um gigante do algodão se não estiver fisicamente presente, junto com o seu cliente." O professor, que trabalhou na Ásia entre 2015 e 2019, e que estuda geopolítica há mais de duas décadas, foi um dos influenciadores para que a Abrapa abrisse um escritório permanente em Singapura, em 2020, quando a associação de produtores também iniciou o projeto Cotton Brazil, destinado à promoção da fibra, juntamente com a Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores. Essa proximidade com os compradores asiáticos foi reforçada com uma agenda de missões da Abrapa, que já vinham desde 2015. "O trabalho é de formiguinha, mas começamos", diz Júlio Busato, atual presidente da entidade. Neste ano, já aconteceram duas missões de produtores brasileiros, uma que incluiu Indonésia, Bangladesh e Tailândia, e outra para o Paquistão e a Turquia. "Visitamos empresas, mostrando a elas que o produtor brasileiro sabe produzir e preservar", afirma. No início de agosto, foi a vez de o Brasil receber a mais recente missão de compradores. Estiveram no país 21 empresários de cinco países asiáticos – Turquia, Vietnã, Paquistão, Coreia do Sul e Bangladesh –, mais o México. O grupo de países responde por 60% das importações globais de algodão. "O bloco dos asiáticos compra 900 mil toneladas de fibra por ano, metade do que vamos exportar nesta safra, que deve ficar um pouquinho abaixo da anterior por causa da seca. Mas que recuperaremos em 2022/23", diz Busato. O mercado exportador global é da ordem de 10 milhões de toneladas de pluma de algodão, com os Estados Unidos donos de 3 milhões de toneladas das vendas no mundo, seguidos por Brasil, Índia, Austrália e Benin. As exportações globais movimentam cerca de US$ 12 bilhões, por ano. Atualmente, o mundo produz entre 26 e 27 milhões de toneladas de fibra de algodão, por safra. A boa notícia para os cotonicultores brasileiros é que dos maiores países produtores, entre eles Índia, China, EUA e Paquistão, o Brasil é o que tem as melhores condições para aumentar a produção doméstica. Walter Horita diz que esse movimento é apenas uma questão de mercado. "O algodão é uma cultura de médias e grandes propriedades, por causa da estrutura de capital necessária e das exigências da produção, em termos de tratos culturais, gestão e comercialização", afirma. "Com esses três atributos, podemos ocupar qualquer espaço de demanda no mundo. Para dobrar as exportações, basta o mundo demandar." Horita dá como exemplo a produtividade dos norte-americanos, muito abaixo da brasileira. Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), ela foi de 950 quilos por hectare nas últimas três safras. No Brasil, para o mesmo período, a produtividade foi de 1.721 quilos por hectare, com base nos dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). No mundo, ela foi de 769 quilos por hectare. Pavinato, da SLC, viu as lavouras do grupo registrarem uma produtividade de 1.739 quilos por hectare nesse período, com uma das fazendas mais produtivas do grupo batendo em 1.989 quilos. Ele afirma que as tecnologias devem ajudar o produtor cada vez mais, e que a sustentabilidade vai ser uma moeda. "Vamos melhorar muito nossa mecanização e a automação das lavouras", diz ele. "Nós já produzimos muito bem, mas ainda tem espaços (para crescer)." Nessa seara do crescimento há um frisson no setor. Isso porque, em ganhos de produtividade, o Brasil libera no mundo, com taxas acima de 3%, enquanto a China e a Índia estão em uma faixa de 2% ao ano e os EUA com menos de 1% ao ano. "O agro é um investimento seguro no Brasil", diz Jank. "Ao crescimento do uso de tecnologias e de inovações dos grandes produtores de algodão, deve ser adicionado o crescimento da área cultivada, principalmente em áreas de pastagens que hoje se encontram degradadas e devem ir para a agricultura." Para Jank, essa recuperação de áreas soa como música aos ouvidos do mundo, porque mostra um país voltado para a preservação ao poupar áreas nativas. "Temos 75 milhões de hectares agrícolas no país e 160 milhões de hectares de pastos. Possivelmente, dos 50 milhões de hectares de pastos hoje degradados, 20 milhões virão para a agricultura – e o algodão deve fazer parte desse avanço", diz afirma. "Estados Unidos e Austrália, nossos maiores concorrentes em termos de preço e percepção de qualidade de fibra, jamais conseguirão fazer o mesmo" (Forbes) Leia mais: Brasil se prepara para ser o maior exportador global de algodão – Portal Campo e Negócios (campoenegocios.com.br) Mídia: Campo & Negócios – 28/11/2022