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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
05 de Junho de 2020

ALGODÃO PELO MUNDO#21 📊 Algodão em NY - Os futuros de NY estão em mais uma semana de alta. Fatores como baixas taxas de juros, abundância de liquidez nos mercados, dólar mais fraco e reaberturas econômicas nas principais economias do ocidente têm se sobressaído em relação aos fundamentos baixistas.  O contrato dez/20 fechou a última semana (até ontem) com alta de 3,6%, a 59,58 centavos de dólar por libra-peso (c/lp). 🐂 Altistas- Entre as notícias altistas desta semana, estão a redução do desemprego nos EUA, em maio, e estímulos monetários por parte do Banco Central Europeu (BCE). Com relação ao algodão, notícias de problemas climáticos na safra americana, como clima seco em partes do Texas (maior produtor), tendem a confirmar uma redução de área no relatório “Acreage Report”, que será divulgado no final do mês pelo USDA. 🐻 Baixistas- No último capítulo da novela entre Washington e Pequim, a China pediu a suas empresas estatais que suspendam compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos, após o governo norte-americano ter afirmado que iria eliminar o tratamento especial dos EUA a Hong Kong. No relatório de vendas externas semanais de algodão dos EUA, divulgado nesta quinta-feira, as vendas foram negativas, sem compras Chinesas de algodão da safra atual. 🇮🇳 Índia - Enquanto produtores iniciam o plantio de algodão da safra 20/21, o Governo da Índia, maior produtor mundial de algodão, anunciou esta semana aumento no preço mínimo (MSP) pago aos produtores do país.  O aumento foi de 5% para em torno de 83,4 c/lp CIF Ásia.  Este nível de subsídio causa distorções tanto internas quanto no mercado internacional. 🦗 Gafanhotos - A Índia e o Paquistão, quinto maior produtor mundial, estão enfrentando uma séria praga de gafanhotos que ameaça suas lavouras, incluindo as de algodão.  As nuvens de gafanhotos têm atingido até mesmo as áreas urbanas em algumas províncias, destruindo parques e a arborização das vias. Trata-se, até o momento, da crise mais grave dessa natureza desde 1993, segundo o governo do Paquistão. 🇵🇰 Paquistão. O governo local negociou com a FAO um repasse de US$ 500 milhões para mitigar os efeitos da infestação sobre a renda dos agricultores. Estima-se que cerca de 1,8 milhão de pessoas trabalhem apenas nas lavouras de algodão em Punjabi. Além da indústria têxtil, o algodão tem importância para a segurança alimentar do país: o óleo de algodão responde por quase 20% do consumo de óleo comestível no Paquistão. 👕♻ Sustentabilidade - Hoje, 5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente.  Ótima oportunidade para lembrar que 1/3 do algodão certificado produzido no mundo é brasileiro, pois mais de 80% da produção nacional têm certificação de sustentabilidade. 🏭 Microplásticos – Além disso, o algodão é natural e não polui.   Partículas invisíveis oriundas de roupas sintéticas representam mais de 35% dos microplásticos que poluem os oceanos, afetando os ecossistemas e a saúde humana, segundo a OCDE. 🇺🇸 Plantio - O USDA divulgou esta semana mais um relatório sobre o progresso do plantio da safra 2020.  Segundo o relatório, o plantio da safra de algodão de 2020 atingiu 66% plantada até 31/maio.  Este número está em linha com o do ano passado e com a média dos últimos cinco anos. 🇧🇷 Colheita - A previsão para início da colheita nas primeiras áreas da Bahia é a partir de 10 de junho, assim como em Goiás, Minas Gerais, e no restante do Mato Grosso do Sul.  As primeiras lavouras de algodão de Mato Grosso começam a ser colhidas na segunda quinzena de junho.  São Paulo alcança 61% da área total colhida e o Paraná, 80%. 🚢 🇧🇷 Exportações - O Brasil exportou 69,6 mil toneladas de algodão em pluma no mês de maio/20.  Com isso, o volume total exportado neste ano comercial (Ago-Jul) já supera 1,8 milhões de toneladas. 📉📈 Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão. 📊 Algodão em NY - Os futuros de NY estão em mais uma semana de alta. Fatores como baixas taxas de juros, abundância de liquidez nos mercados, dólar mais fraco e reaberturas econômicas nas principais economias do ocidente têm se sobressaído em relação aos fundamentos baixistas.  O contrato dez/20 fechou a última semana (até ontem) com alta de 3,6%, a 59,58 centavos de dólar por libra-peso (c/lp). 🐂 Altistas- Entre as notícias altistas desta semana, estão a redução do desemprego nos EUA, em maio, e estímulos monetários por parte do Banco Central Europeu (BCE). Com relação ao algodão, notícias de problemas climáticos na safra americana, como clima seco em partes do Texas (maior produtor), tendem a confirmar uma redução de área no relatório “Acreage Report”, que será divulgado no final do mês pelo USDA. 🐻 Baixistas- No último capítulo da novela entre Washington e Pequim, a China pediu a suas empresas estatais que suspendam compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos, após o governo norte-americano ter afirmado que iria eliminar o tratamento especial dos EUA a Hong Kong. No relatório de vendas externas semanais de algodão dos EUA, divulgado nesta quinta-feira, as vendas foram negativas, sem compras Chinesas de algodão da safra atual. 🇮🇳 Índia - Enquanto produtores iniciam o plantio de algodão da safra 20/21, o Governo da Índia, maior produtor mundial de algodão, anunciou esta semana aumento no preço mínimo (MSP) pago aos produtores do país.  O aumento foi de 5% para em torno de 83,4 c/lp CIF Ásia.  Este nível de subsídio causa distorções tanto internas quanto no mercado internacional. 🦗 Gafanhotos - A Índia e o Paquistão, quinto maior produtor mundial, estão enfrentando uma séria praga de gafanhotos que ameaça suas lavouras, incluindo as de algodão.  As nuvens de gafanhotos têm atingido até mesmo as áreas urbanas em algumas províncias, destruindo parques e a arborização das vias. Trata-se, até o momento, da crise mais grave dessa natureza desde 1993, segundo o governo do Paquistão. 🇵🇰 Paquistão. O governo local negociou com a FAO um repasse de US$ 500 milhões para mitigar os efeitos da infestação sobre a renda dos agricultores. Estima-se que cerca de 1,8 milhão de pessoas trabalhem apenas nas lavouras de algodão em Punjabi. Além da indústria têxtil, o algodão tem importância para a segurança alimentar do país: o óleo de algodão responde por quase 20% do consumo de óleo comestível no Paquistão. 👕♻ Sustentabilidade - Hoje, 5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente.  Ótima oportunidade para lembrar que 1/3 do algodão certificado produzido no mundo é brasileiro, pois mais de 80% da produção nacional têm certificação de sustentabilidade. 🏭 Microplásticos – Além disso, o algodão é natural e não polui.   Partículas invisíveis oriundas de roupas sintéticas representam mais de 35% dos microplásticos que poluem os oceanos, afetando os ecossistemas e a saúde humana, segundo a OCDE. 🇺🇸 Plantio - O USDA divulgou esta semana mais um relatório sobre o progresso do plantio da safra 2020.  Segundo o relatório, o plantio da safra de algodão de 2020 atingiu 66% plantada até 31/maio.  Este número está em linha com o do ano passado e com a média dos últimos cinco anos. 🇧🇷 Colheita - A previsão para início da colheita nas primeiras áreas da Bahia é a partir de 10 de junho, assim como em Goiás, Minas Gerais, e no restante do Mato Grosso do Sul.  As primeiras lavouras de algodão de Mato Grosso começam a ser colhidas na segunda quinzena de junho.  São Paulo alcança 61% da área total colhida e o Paraná, 80%. 🚢 🇧🇷 Exportações - O Brasil exportou 69,6 mil toneladas de algodão em pluma no mês de maio/20.  Com isso, o volume total exportado neste ano comercial (Ago-Jul) já supera 1,8 milhões de toneladas. 📉📈 Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão. ​

Abrapa participa do Denim Meeting Talks
04 de Junho de 2020

Setores de fibras têxteis debatem o futuro do jeans O Brasil é atualmente o maior produtor mundial de jeans, com 25 milhões de metros produzidos ao mês. O tecido é feito majoritariamente de algodão, commodity na qual o país também performa em grande estilo, sendo hoje o quarto maior produtor mundial, segundo maior exportador, e, também, campeão global em produtividade sem irrigação (1776kg/hectares). Mas, em quase um século e meio de história, desde que o denim ganhou o guarda-roupa das pessoas ao redor do mundo, muita coisa mudou no tecido, que começou a incorporar outras fibras e tecnologias. O que pode vir a ser o futuro deste item que é quase unanimidade no planeta, em termos de funcionalidade, conforto e sustentabilidade, foi debatido nesta terça-feira (03/06), no Denim Meeting Talks, evento virtual que teve como um dos convidados o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato. A "live" incluiu representantes da indústria de produção de outras fibras de base natural, como a viscose, e sintética, como o elastano e o nylon. O debate entre representantes de setores, aparentemente, concorrentes teve como objetivo repensar o jeans, sob as luzes e incertezas do cenário que se desenha, principalmente, pós-pandemia da Covid-19, em que os consumidores estão ainda mais exigentes com atributos como conforto – para trabalhar de jeans em home office –, segurança e sustentabilidade. O jeans, que originalmente era feito totalmente em algodão, desde os anos de 1960 vem incorporando outras fibras, nem sempre biodegradáveis, para conferir mais maleabilidade, movimento e caimento à trama. Na "ordem do dia" da cadeia produtiva, estão termos como sustentabilidade, economia circular, rastreabilidade, redução de resíduos e biodegradabilidade. Em sua fala, Busato resumiu a história do algodão no Brasil e os diferentes modelos de produção que caracterizaram as muitas fases de cotonicultura brasileira, desde o século XVII até o final do século XX, quando as lavouras migraram para o centro-oeste do país, e o conceito de produção passou a ter como linha-mestra a sustentabilidade (ambiental, social e econômica) da fibra. Segundo Busato, esse pensamento sustentável só se configurou graças à união dos produtores e à organização do setor, em associações estaduais, congregadas pela nacional, a Abrapa. "Assim, conseguimos nos mobilizar para atingir a excelência. Hoje, temos qualidade, volume de escala e regularidade de fornecimento. Conquistamos a credibilidade no mercado, com programas voltados à precisão e transparência nos resultados de classificação, e somos reconhecidos como líderes mundiais em produção sustentável", disse o vice-presidente da Abrapa, que preside também a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). Ele enfatizou a importância do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que, desde 2013, estabeleceu 178 critérios a serem cumpridos pelos agricultores, nos quais estão inserido outros 25 itens da Better Cotton Initiative (BCI), uma vez que a Abrapa opera em benchmark com a BCI, referência global em licenciamento de algodão sustentável. "Os cotonicultores brasileiros se orgulham de ter 80% do seu algodão chancelado com o selo ABR, que é auditado por empresas de terceira parte, e de grande renome", afirma o Júlio Busato. Único com tecnologia milenar, natural e biodegradável, 100% reciclável e produzido em parâmetros sustentáveis, o algodão inspira outras fibras a agregar biodegradabilidade e também a investir em processos de reciclagem. Um dos exemplos é a "Refibra", novo produto Tencel, feito de resíduos de madeira e algodão, da Lenzing, também representada no evento.

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
29 de Maio de 2020

ALGODÃO PELO MUNDO #20 Algodão em NY - O contrato dez/20, referência para a safra nacional 2019/2020, fechou a última semana com baixa de 2,0%, a 57,54 centavos de dólar por libra-peso (c/lp). Notícias sobre falta de chuvas em algumas regiões dos EUA (Sul do Texas) e excesso em outras (Costa do Atlântico) não foram suficientes para dar suporte ao mercado, que ainda está computando os terríveis efeitos da pandemia de Covid-19, e agora vive um momento de reaquecimento das tensões entre as duas maiores economias do planeta. 🇨🇳🇺🇸 Tensão- Hoje o mercado da pluma está em baixa com o temor do que a entrevista coletiva especial do presidente Trump pode trazer. O presidente deverá falar sobre as ações que os EUA irão tomar em retaliação à aprovação, na China, da nova lei de segurança para Hong Kong. 🇨🇳🇺🇸 Acordo Comercial- Enquanto isso, é importante lembrar que a meta da Fase 1 do acordo comercial EUA-China para exportações agrícolas para este ano é US$ 36,6 bilhões. Nos primeiros três meses do ano, entretanto, a China comprou apenas US$ 3,35 bilhões em produtos agrícolas dos EUA, menos que no mesmo período de 2019. 🇨🇳🇺🇸 Acordo Comercial 2- De fato, os altos números estabelecidos no acordo e os efeitos econômicos da pandemia de Covid-19 justificam grande parte desta distância entre a meta e o realizado, no primeiro trimestre.  Entretanto, o que vem preocupando o mercado é que a escalada de tensão entre os dois países pode estar ameaçando o trade deal, estabelecido em fevereiro deste ano. 🇮🇳 Índia - Em entrevistas divulgadas esta semana, a Associação de Algodão da Índia (CAI), afirmou que as exportações de algodão do país podem ultrapassar um milhão de toneladas em 2019/20, um aumento de 12% em relação à estimativa anterior. 🇮🇳 Índia 2 - A queda da moeda indiana (rupia) tornou o algodão indiano o mais barato do mundo, segundo a Associação de Algodão da Índia (CAI).  As exportações indianas podem limitar os embarques de concorrentes, como Estados Unidos e Brasil, para os principais compradores asiáticos, como China, Bangladesh e Vietnã. 🇧🇷 Colheita 2019/2020 - Segundo a Abrapa, São Paulo alcança 56% da área total colhida e o Paraná 75%. A partir da próxima semana a colheita inicia em novas áreas de Goiás, Minas Gerais, Bahia e restante de Mato Grosso do Sul.  Os maiores produtores, Mato Grosso e Bahia – que respondem juntos por, praticamente, 90% da produção nacional – começam suas colheitas a partir de junho. 🇺🇸 Plantio 2020/2021 - O USDA divulgou esta semana mais um relatório sobre o progresso do plantio da safra 2020/2021.  Segundo o relatório, o plantio atingiu 53% da área, até 24 de maio, um aumento de nove pontos percentuais em relação à semana anterior. O progresso do plantio está em pé de igualdade com o ritmo médio dos últimos cinco anos, apesar do lento progresso no meio-sul. Com relação à região, Arkansas, Missouri e Tennessee estão atrasados, com a janela de plantio ideal fechada há quase uma semana. 🇺🇸 Exportações - Os EUA divulgaram hoje os dados de vendas externas e exportações da última semana.  Conforme esperado, as vendas líquidas de exportação da safra 2019/2020 foram muito inferiores às registradas na semana anterior (12 mil toneladas). As exportações, por outro lado, foram modestamente mais altas (58 mil toneladas). 🇧🇷 Exportações - O Brasil exportou 16,6 mil toneladas de algodão em pluma na terceira semana de maio/20.  Com isso, o volume total exportado em nas três primeiras semanas de maio/20 foi de 59 mil toneladas. Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.  

Abrapa apresenta movimento Sou de Algodão no Inspiramais
28 de Maio de 2020

Salão de design e materiais para moda reúne players e tem cerca de 8 mil visitantes a cada edição. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apresentou o movimento Sou de Algodão, no último dia 27 de agosto, na edição 100% digital do salão de design e materiais para moda, Inspiramais. Totalmente alinhado com o conceito do Sou de Algodão, o salão tem como propósito promover o desenvolvimento de materiais que tenham capacidade de transmitir valores essenciais e verdadeiros ao consumidor. O Inspiramais recebe a visita de quase 8 mil pessoas a cada edição e, este ano, por conta das circunstâncias ligadas à pandemia da Covid-19, toda a programação foi transmitida online. Em sua palestra, o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarreiro, enfatizou que o algodão, uma fibra têxtil natural, biodegradável e versátil, dentre vários outros atributos, não deixou de ser inovadora e está sempre evoluindo. "Da forma como o algodão é produzido no país, ele também é responsável, inclusivo e competitivo", afirmou. Segundo Marcio Portocarrero, quando alguém escolhe comprar uma peça feita de algodão, especialmente se produzida no Brasil, está consumindo um produto que tem uma história que pode ser rastreada; que, da lavoura até o beneficiamento, foi produzido com respeito ao meio ambiente e às pessoas, e que, quando o seu ciclo se cumprir, até o descarte – passando antes por todas as reciclagens possíveis –, voltará a natureza onde vai se degradar. No evento, Portocarrero frisou a sustentabilidade, um dos quatro compromissos fundamentais da Abrapa – junto com qualidade, rastreabilidade e marketing –, evidenciando a posição de liderança do país no fornecimento de fibra sustentável ao mercado global. "Na safra 2018/2019, o Brasil respondeu por 36% de todo algodão licenciado pela Better Cotton Initiative (BCI) no mundo", celebrou. O executivo também explicou o funcionamento do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que é integrado às outras iniciativas da Abrapa, como o Sistema Abrapa de Identificação (SAI), de rastreabilidade; o Standard Brasil HVI (SBRHVI), de qualidade, e o pilar do marketing, que engloba o Sou de Algodão.  Ao longo de quatro anos, o movimento Sou de Algodão já conversou com os mais diversos profissionais de moda, desde os estudantes, até os professores e designers. Atualmente o movimento já congrega 300 marcas, dos diferentes segmentos da cadeia produtiva da fibra e da indústria têxtil. "Nosso propósito é despertar o senso coletivo em torno da moda responsável e do consumo consciente, agregando valor ao produto brasileiro e fomentando a união entre todos os elos, até chegar ao consumidor final", concluiu.

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
22 de Maio de 2020

ALGODÃO PELO MUNDO #19 Algodão em NY - O mercado andou "de lado" na última semana em NY.  As notícias positivas, como o sucesso em testes com uma vacina para Covid-19, foram anuladas pela divulgação de mais um aumento no número de desempregados nos EUA (agora, 39 milhões).  Mas o mês de maio vai chegando ao fim e as medidas de restrição e isolamento nos EUA e Europa continuam sendo flexibilizadas, o que cria expetativas para aumento do consumo e retomada da economia.  O contrato dez/20, referência para a safra nacional 2019/20, fechou a última semana com leve alta de 1,6%, cotado a 58,70 centavos de dólar por libra-peso (c/lp). - Relação China-EUA - O aumento do atrito entre EUA e China, observado nas últimas semanas, ganhou mais um novo episódio: os chineses devem impor uma nova lei de segurança, que contempla Hong Kong. A medida levou o governo americano a alertar sobre forte reação que adotará, caso isso se concretize. A bolsa de Hong Kong caiu 5,56% no fechamento desta sexta-feira e deve impactar os mercados deste lado do mundo hoje. - China-EUA 2 - Em ano eleitoral, Trump tem motivos para não aliviar a tensão, uma vez que o eleitor americano vê como positiva uma política mais dura com os chineses. Do lado chinês, a relação com Hong Kong é uma questão de soberania. Mesmo considerando que a China tenha afirmado que irá cumprir a Fase 1 do acordo comercial, o mercado tende a piorar com a elevação nas tensões. - China – Para complementar o quadro, hoje, pela primeira vez na história, na abertura do Congresso Nacional do Povo (NPC), a China retirou seu alvo de crescimento para o ano. Para justificar a decisão, o premiê Li Keqiang disse que "a situação econômica e epidêmica global e a situação comercial são muito incertas".  A meta de crescimento era de 6% e o mercado esperava um corte para em torno de 2% a 3%. - Comercialização – Os índices de comercialização das safras 2019/20 e 20/21 de Mato Grosso são de, respectivamente, 78% e 30%, segundo o Imea.  Já na Bahia, a Abapa estima em 75% e 20%, para as safras 19/20 e 20/21.  Mato Grosso e Bahia representam, juntos, em torno de 90% da produção nacional de algodão. - Colheita - Segundo a Abrapa, São Paulo e Paraná já iniciaram a colheita do algodão da safra 19/20.  Os dois estados já têm, respectivamente, 50% e 65% da área total colhida. Além disso, as regiões de Sidrolândia e Aral Moreira, no Mato Grosso do Sul, já finalizaram a colheita. A colheita em Goiás, Minas Gerais e Bahia deve começar no início do mês de junho. - Plantio - O USDA divulgou, esta semana, mais um relatório sobre o progresso do plantio da safra 2020.  Segundo o relatório, 44% da área foi plantada até 17 de maio.  O plantio está acima da média do ano passado, em 39%, e, comparado à média dos últimos cinco anos, 40%. Entretanto, algumas consultorias chamam atenção para a previsão do tempo atual, que não sinaliza favoravelmente para os próximos dias. - Subsídios - Esta semana o USDA deu detalhes sobre os subsídios de US$ 16 bilhões que serão pagos aos produtores do país nos próximos dias.  O Programa de Assistência Alimentar para Coronavirus dos EUA (CFAP) irá fazer pagamentos diretos aos produtores das commodities que sofreram queda de preço de 5% ou mais, devido à pandemia.  Os produtores de algodão terão direito a receber US$0,19 c/lp pelo algodão não comercializado até 15 de janeiro deste ano, mediante comprovação e alguns limites estabelecidos. - Exportações - Apesar do número semanal ter diminuído, as vendas de exportação para a China continuaram fortes.  Na última semana, o país comprou 34,5 mil tons dos americanos. Os EUA exportaram 59,7 mil toneladas na semana anterior, e, neste momento, já exportaram 77% do que era projetado pelo USDA para este ano comercial (ago-jul). - Exportações - O Brasil exportou 12 mil toneladas de algodão em pluma, na segunda semana de maio de 2020.  Com isso, o volume total exportado em 2019/20 ultrapassou 1,79 milhão de toneladas, ou 95% da projeção para este ano comercial (ago-jul). - Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.

Setores de fibras têxteis naturais, artificiais e sintéticas discutem ameaças e oportunidades no contexto da Covid-19
20 de Maio de 2020

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Milton Garbugio, representou o setor de fibras naturais, no debate online que a Associação Brasileira da Industria Têxtil e de Confecções (Abit) promoveu na tarde desta terça-feira (19), para falar de cenários para as fibras têxteis no contexto da pandemia de Covid 19. No evento, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Artificiais e Sintéticas (Abrafas) Lineu Jorge Frayha, e o conselheiro da mesma entidade, Renato Boaventura, falaram, respectivamente, pelos produtores de poliéster e poliamida. A discussão foi mediada pelo presidente da Abit, Fernando Pimentel. Se, à primeira vista, o debate parecia sugerir o confronto entre insumos têxteis concorrentes, o consenso entre os debatedores foi justamente o oposto. Apenas o fortalecimento das cadeias produtivas integradas – desde a matéria-prima até a confecção –, a união entre os setores e a inovação podem assegurar uma retomada bem-sucedida, quando a crise atingir o pico e começar a passar. Da mesma forma, os participantes elencaram a redução do chamado "custo Brasil" e mecanismos de proteção à concorrência desleal como fatores prioritários. "A China é um grande comprador, mas também um grande produtor de algodão. É difícil competir com quem tem mão de obra e energia mais baratas, além de subsídios governamentais. Precisamos, no Brasil, de garantir meios para que o investidor acredite no país para colocar o seu dinheiro. Para isso, temos de ter segurança jurídica e transparência por parte dos governos. É importante também uma reforma tributária, pois nem os estados se entendem nessa questão", considerou Garbúgio. O presidente da Abrapa lembrou que, ao contrário das fibras artificiais e sintéticas, o algodão precisa ser cultivado, o que exige planejamento e obediência a um calendário agrícola. "Para termos algodão, precisamos de pelo menos 18 meses entre planejar e produzir. Isso nos deixa um tanto vulneráveis pois não sabemos quando tudo isso vai passar. A indústria nacional praticamente parou. O consumo mundial vai reduzir. Acredito que valorizar a indústria nacional e o produto brasileiro, de qualidade e sustentável, será essencial para puxar essa demanda", afirmou. Renato Boaventura considera que é preciso garantir a integração. "Se hoje dependêssemos de importação, as coisas seriam ainda piores. Já perdemos elos da cadeia como o da produção de viscose. Não podemos deixar que outros se percam", afirmou. Os representantes de poliéster e poliamida enfatizaram a queda no preço do petróleo, base da fabricação destes produtos, e a posição da China na produção mundial como desvantagens para o setor neste momento. "Competir com a China e os países asiáticos é um trabalho hercúleo. A China detém 70% da produção mundial e tem incentivos governamentais para a exportação de seus produtos acabados. Nosso governo tem de entender a importância de reduzir o custo Brasil, que hoje para nós é maior até que as eventuais barreiras tarifarias de que dispomos para proteger a nossa indústria", disse. Todos os setores representados avaliaram que o consumidor pós covid, empobrecido e receoso, vai prestar ainda mais atenção a critérios como qualidade e durabilidade, no momento em que voltar a comprar roupas e outros itens têxteis. "Ele também vai estar mais atento à sustentabilidade. Os cotonicultores fizeram um grande trabalho nesse sentido, tanto com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que atua em benchmark com a Better Cotton Initiative (BCI), como com as iniciativas em qualidade e rastreabilidade. Para fortalecer a indústria nacional, são importantes também programas como o Sou de Algodão, que já está repercutindo muito no Brasil, ao difundir as informações sobre os nossos diferenciais competitivos junto ao consumidor final brasileiro", comentou. Os participantes também evidenciaram a necessidade de valorização da indústria nacional e do produto feito no Brasil. "Isso vai além de uma etiqueta de origem, que demanda uma série de processos e rastreabilidade. Trata-se de um sentimento de que é preciso fortalecer o que é nosso, gerar empregos e melhorar a vida das pessoas", afirmou Pimentel.

Reforço na credibilidade
17 de Maio de 2020

CBRA conquista acreditação pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro nas análises de comprimento, uniformidade, resistência, micronaire, grau de reflexão e grau de amarelamento. O Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), laboratório central e pilar do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), acaba de receber a acreditação pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro para seus ensaios (análises) de comprimento, índice de uniformidade, resistência a ruptura, finura (índice micronaire), grau de reflexão e grau de amarelamento, por equipamentos do tipo High Volume Instrument (HVI), segundo os requisitos da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017. A acreditação é mais uma prova, reconhecida pelo mercado internacional, da qualidade brasileira na classificação de algodão. No final de 2018, o CBRA tornou-se um dos 11 laboratórios de fibra no mundo a conquistar a certificação internacional pelo ICA Bremen. Esta instituição é referência global e congrega o Faserinstitut Bremen, o Bremen Fibre Institute (FIBRE) e o Bremer Baumwollboerse (BBB). Embora certificação e acreditação sejam reconhecimento de qualidade e metodologias no cumprimento de normas técnicas, a acreditação se refere a processos mais específicos. A precisão nos resultados de análise de algodão por HVI é a base da credibilidade do produto e do país de origem, e garante harmonia entre as expectativas de quem compra e de quem vende, nas transações comerciais com a pluma. "Isso significa fortalecimento de imagem e valor agregado para o algodão brasileiro, um dos grandes compromissos que norteiam a atuação da Abrapa", diz o presidente da entidade, Milton Garbugio. Os laboratórios que atendem aos cotonicultores também estão se submetendo aos processos de implantação de sistemas de gestão de qualidade, o que, de acordo com o gestor de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, fortalece o programa e a imagem da pluma do Brasil como um todo. "Esse ano, o CBRA ainda terá a auditoria de manutenção da certificação ICA Bremen. Aprimoramento de sistemas e processos são algo que nunca tem fim. Temos orgulho de ser um dos melhores do mundo em classificação de fibra" Sobre o CBRA Trata-se de um moderno e bem equipado laboratório central que parametrizou a classificação no Brasil e está padronizando, checando e rechecando os resultados das análises, e, ano a ano, dando o direcionamento a todos os demais, para que trabalhem em sintonia na aferição de resultados. O CBRA está situado em Brasília, no mesmo prédio da Abrapa e do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). O centro analisa 0,5% de todas as amostras testadas nos laboratórios participantes, garantindo a padronização dos processos de classificação. Internamente, desenvolve quatro programas: Algodão CBRA de Checagem, Algodão de Reteste, Algodão Brasileiro de Verificação Interna e Programa Interlaboratorial Brasileiro LABORATÓRIOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA SBRHVI:

ALGODÃO PELO MUNDO #18
15 de Maio de 2020

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão. ALGODÃO PELO MUNDO #18  Algodão em NY - As fortes vendas internacionais de algodão americano divulgadas ontem (com mais de 80% para a China) deram suporte para o mercado de algodão em NY esta semana.  O contrato dez/20, referência para a safra nacional 19/20, fechou a última semana com leve alta de 1,4%, a 57,76 c/lp. - Algodão em NY 2 - Os preços de algodão em NY aumentaram mais de 20%, desde que atingiram a mínima cotação, em 12 anos, de 48,35 c/lp, em 1º de abril, na esperança – principalmente - de uma retomada da atividade econômica, já que governos de todo o mundo estão flexibilizando as restrições por conta da Covid-19. - Oferta e Demanda - Em linha com as previsões de outras fontes como o ICAC e a Cotlook, o USDA reduziu em seu relatório mensal de oferta e demanda o consumo de algodão para este ano comercial (19/20).  O órgão previu a demanda global em 22,9 milhões de toneladas, 3,3 milhões de toneladas a menos que 18/19.  Esta foi a maior queda anual em mais de um século, devido ao impacto da Covid-19. - Oferta e Demanda 2 - Por outro lado, o relatório americano trouxe alívio ao mercado ao estimar uma retomada no consumo global em 20/21.  Em sua primeira previsão para o ano comercial que inicia em agosto de 2020, o órgão previu consumo de 25,4 milhões de toneladas. - China – As fiações chinesas ainda estão trabalhando bem abaixo da capacidade, devido à demanda. Apesar disso, segundo fontes locais, nas últimas semanas houve muito interesse de compra de algodão (americano 🇺🇸), a maioria por uma grande estatal.  Questões geopolíticas podem estar motivando estas compras. - China 2 – Porém, nos últimos dias, houve um aumento de demanda, por parte de empresas privadas chinesas. Segundo o trader Thomas Reinhart, ainda não é um "boom", mas o mercado parece estar melhorando, e a crise, ficando no "retrovisor", na China. - China 3 – Em linha com a percepção acima, o governo do país asiático divulgou esta semana dados econômicos de abril, que mostram uma recuperação contínua na indústria e nos investimentos, bem como recuperação surpreendente nas exportações.  O consumo interno ainda está fraco. - Safra 19/20 - De acordo com levantamento de da Abapa, o algodão, na Bahia, encontra-se no estádio fenológico, em torno de 170 dias, em uma área total de 313.566 hectares plantados. A estimativa de produção para esta safra, no estado, é de 593 mil toneladas de pluma, praticamente a mesma do ano anterior. - Colheita - Segundo a Abrapa, São Paulo e Paraná já estão avançados na colheita do algodão desta safra. Algumas regiões de MS e norte de MG estão iniciando a colheita. As primeiras áreas de GO e BA começam a ser colhidas em junho, enquanto em MT, maior produtor nacional, a colheita inicia em julho. - Plantio - O USDA divulgou esta semana mais um relatório sobre o progresso do plantio da safra 2020.  Segundo o levantamento, praticamente 1/3 da área foi plantado até 10 de maio.  O plantio está acelerado, em comparação com o ano passado (24%), com a média dos últimos cinco anos (27%). - Exportações - O Brasil exportou 30,5 mil toneladas de algodão em pluma na primeira semana de maio/20.  Com isso, o volume total exportado em 2019/20 (desde agosto de 201919) ultrapassou 1,77 milhão de toneladas. - Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.