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Abrapa homenageada no 24º Clube da Fibra

28 de Maio de 2019

Os 20 anos da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), completados no dia 7 de abril de 2019, tiveram celebração especial na programação da 24ª edição do Clube da Fibra, evento promovido pela empresa FMC, e realizado entre os dias 15 e 17 de maio, no Grand Hyatt Hotel, em São Paulo. As homenagens à associação, cujo embrião germinou durante um Clube da Fibra, duas décadas antes, pontuaram todas as atividades, com destaque para o painel apresentado pela entidade, com uma panorâmica das duas décadas, as conquistas de cada gestão e os desafios para os próximos 20 anos. Na quinta feira, um jantar "de gala", marcou as comemorações.



A cerimônia teve presença de praticamente todos os ex-presidentes da Abrapa, além do atual, Milton Garbugio. Vídeos-documentários apresentaram o depoimento dos oito cotonicultores que estiveram à frente da associação no período: João Luís R. Pessa, Jorge Maeda, Eduardo Logemann, João Carlos Jacobsen, Haroldo da Cunha, Sérgio De Marco, Gilson Pinesso, Arlindo de Azevedo Moura e Milton Garbugio.



"Nos primórdios da produção, já no cerrado, o Brasil colheu 700 mil toneladas de algodão. Na safra em curso, deve colher 2,8 milhões de toneladas da pluma. Nos anos de 1980, importávamos algodão para abastecer a indústria nacional, e hoje não apenas atendemos à necessidade interna e exportamos o excedente, como ocuparemos o segundo lugar do ranking mundial de exportadores da fibra", disse o presidente da Abrapa. De acordo com Garbugio, a disponibilidade de terras agricultáveis, água e o mercado em crescimento no mundo permitem inferir que o país, dentro de cerca de sete anos, irá assumir o primeiro lugar no pódio dos exportadores.



Ainda segundo Garbugio, muita coisa aconteceu para a transformação de um país deficitário na produção da pluma no grande provedor mundial da fibra. "Antes de tudo, foi preciso ousar, quebrar paradigmas. Decidir plantar em uma região sem qualquer histórico na produção, o que só foi possível com investimento em tecnologia e união dos produtores", explica o presidente da Abrapa, para quem, após superados os desafios iniciais, a associação teve de se aprimorar em frentes cada vez mais complexas, como qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade e promoção da commodity.



Firme na liderança



Para o vice-presidente da FMC para a América Latina, Ronaldo Pereira, uma vez que a cotonicultura brasileira avançou nas duas últimas décadas, é preciso fazer um trabalho urgente para garantir que o algodão brasileiro ganhe o mercado e mantenha-se como grande player, como o investimento em logística. "Não podemos deixar para a última hora. A cadeia passa a ser muito grande agora. O tamanho do Valor Bruto da Produção (VBP) do algodão fica, comparativamente às outras cadeias produtivas, muito forte. O fator humano também será um diferencial, pois a área cresceu 45% e, para cuidar desse incremento, será preciso pessoas capacitadas", afirmou. Ronaldo Pereira ressaltou a satisfação da companhia por homenagear a Abrapa, a quem chamou de uma "jovem moça" que a empresa "viu nascer e apadrinhou".



Ao longo da programação, palestras e painéis apontaram tendências e elencaram possíveis soluções para os problemas que decorrem de um crescimento de safra e área. Foi o caso da explanação do consultor André Pessoa, da Agrocolsult, intitulada "Algodão brasileiro: agora que crescemos, o que queremos ser". Entre os convidados que expuseram a posição pessoal ou das entidades que representam, o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski, que destacou a necessidade de garantir a constância nos embarques e alertou para o alongamento do fluxo tanto de exportações, como de concretização dos negócios, "que demandará mais capacidade para o agricultor fazer fluxo de caixa".


Em sua fala, o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, destacou o papel pioneiro e proativo do produtor brasileiro de algodão e frisou os riscos que a atividade corre, com a possível extinção do Convênio 100 e da Lei Kandir. O Clube da Fibra também teve diversos momentos de congraçamento, com espetáculos musicais e atividades especiais.

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