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Disponibilidade de caminhões e contêineres atrapalha os embarques

02 de Outubro de 2017

Um atraso no início da colheita da safra 2016/2017, a boa performance nas lavouras de algodão – em um contexto de aumento de produção de soja e milho no Brasil – e a maior concorrência por caminhões e menor oferta de contêineres para escoamento e embarque da commodity têm comprometido o cumprimento dos prazos de entrega dos produtos para os compradores no mercado interno e no internacional. O gargalo ocasionou a sobreposição da demanda no período de pico da safra, que preocupa a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).



"A safra brasileira já inicia, em grande parte, comercializada, com compromissos de embarque tanto para o mercado interno quanto para exportação. Naquele momento, com o atraso da colheita e o problema de disponibilidade de caminhões, quando o fluxo para embarques começou a ganhar força, a demanda acumulou. Os contratos de exportação que não foram performados em julho tiveram de ser rolados para agosto, competindo com os compromissos naturais do período. O resultado foi um overlap", explica o presidente da Anea, Henrique Snitcovski. Além do problema de cronograma, a situação se complicou com a redução das rotas de navio, e a diminuição da disponibilidade de contêineres, em função da queda nas importações.



"Tudo isso junto, na mesma cesta, acarreta um problema no momento de auge da sazonalidade das nossas exportações, que ocorre, principalmente, durante os meses de setembro, outubro e novembro. E ainda não atingimos esse pico", alerta. Segundo o representante dos exportadores, a Anea está trabalhando em conjunto com as demais entidades do setor para tentar reduzir os impactos. O assunto está sendo trabalhado também na Câmara de Logística do Mapa. "Não é algo que se possa resolver da noite para o dia", pondera.



Durante a reunião da Câmara do algodão, o vice-presidente da Abrapa, que preside a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Busato, disse que a entidade está articulando para a retomada das exportações pelo Porto de Salvador. "Já estão sendo estudados os custos dos embarques pela capital baiana. Hoje, rotas para Paquistão, Turquia e Bangladesh já estão em operação, e a Abapa está buscando linhas para China e Singapura. Essa pode ser a solução para os problemas, não apenas da Bahia, como do Piauí e do Maranhão", afirma Busato.



Snitcovski também acredita que os embarques por Salvador podem diminuir o gargalo nas exportações, mas defende que é preciso um fluxo maior, e com regularidade, para os principais destinos do algodão brasileiro, majoritariamente, no mercado asiático.


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