Como parte da programação do 14º Congresso Brasileiro do Algodão, especialistas discutiram, na tarde desta quarta-feira (dia 4), o tema Evolução da Endomofauna no Sistema. O hub temático foi coordenado pelo agrônomo e professor da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Geraldo Papa. Também participaram da atividade os professores Jorge Braz Torres, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e José Bruno Malaquias, da Universidade Federal da Paraíba - Campus de Areia.
Entomofauna é o termo utilizado para se referir ao conjunto de espécies de insetos de uma determinada região. O professor Geraldo Papa fez abertura do hub, traçando um histórico do desenvolvimento da cotonicultura no Brasil, a partir da década de 1980, quando a cultura se concentrava ainda nas regiões de São Paulo e Paraná, com menos escala e baixo uso de tecnologia. Desde então, a atividade cresceu, assim como as pragas e doenças que causam prejuízos e perdas, a exemplo do pulgão e, principalmente do bicudo. “Estamos aqui mostrando a evolução tecnológica por qual passa todo o setor produtivo, incluindo a indústria de defensivos que vive um período de grande modernização de seus produtos, introduzindo no mercado inseticidas e acaricidas menos tóxicos”, explica Geraldo Papa.
Durante sua palestra Jorge Braz Torres abordou o tema Inimigos naturais no sistema de produção do algodoeiro. “Temos a possibilidade de termos esses animais trabalhando gratuitamente a nosso favor e acabando com pragas que causam doenças ou destroem as plantações", explicou, enfatizando que, por isso, é importante pensar no uso de defensivos que possam conservar a presença desses inimigos naturais.
Já José Bruno Malaquias falou sobre Biotecnologias para algodoeiro – evolução e gestão da resistência. Segundo ele, que participa de grupos internacionais de estudos, o Brasil causa grande preocupação no mundo pela resistência, cada vez maior, das pragas a toxinas e plantas geneticamente modificadas (Bt). “Nosso trabalho envolve o uso de modelos computacionais que possam ajudar a criar sistemas que facilitem o combate a pragas e doenças, associando o uso de defensivos ao controle biológico”, disse o professor, destacando que esse equilíbrio é fundamental.