As estratégias para ampliar a participação do algodão brasileiro no mercado global foram debatidas pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) durante o terceiro Dia de Campo da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). Este evento, considerado o principal da cadeia produtiva do algodão no Nordeste e na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), ocorreu em 20 de julho na Fazenda Orquídeas, pertencente ao Grupo Schmidt, localizada na região agrícola das Placas, em Barreiras, no oeste da Bahia. O encontro atraiu um público recorde de mais de 1,4 mil pessoas, incluindo produtores, especialistas e fornecedores.
“É fundamental ressaltar a importância deste evento como um espaço destinado a discussões técnicas e estratégicas que impulsionam o desenvolvimento sustentável e a expansão contínua do mercado de algodão brasileiro no cenário global. A Bahia, sendo o segundo maior produtor nacional de algodão, desempenha um papel fundamental nesse contexto”, afirmou o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.
Na ocasião, ele destacou ainda a presença de todos os elos da cadeia para compartilhar conhecimentos, explorar inovações e reafirmar o compromisso do setor com práticas agrícolas responsáveis. “Nosso foco é manter e fortalecer a posição do Brasil como líder de exportação de algodão, assegurando que cada avanço seja sustentável e benéfico para todos os envolvidos. Juntos, estamos moldando o futuro de um setor que não só impulsiona nossa economia, mas também preserva nosso meio ambiente para as gerações futuras”, ressaltou.
Durante o encontro, os participantes tiveram a oportunidade de visitar três estações técnicas distintas, cada uma focada em temas específicos, como fitossanidade e sustentabilidade. A primeira estação foi conduzida por Luís Carlos Bergamaschi, presidente da Abapa, juntamente com o professor Aziz Galvão Junior, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Eles apresentaram as ações da entidade baiana, discutiram sobre o mercado atual e exploraram as perspectivas futuras para o algodão, além do papel que o setor agrícola desempenha na economia local e nacional.
“Foi um dia de celebração do algodão, destacando toda a cadeia produtiva dedicada à produção dessa fibra têxtil natural, que é tão importante. Todas as palestras abordaram temas atuais, proporcionando uma dinâmica envolvente. Os participantes tiveram a oportunidade de visitar uma plantação de algodão, aprender sobre seu processo de produção e entender como as iniciativas da Abapa têm contribuído para o desenvolvimento da região. Além disso, discutiram-se aspectos de mercado, como o futuro do algodão, os mercados exportadores e a importância do Brasil como um dos líderes mundiais na produção e exportação dessa commodity”, disse Bergamaschi.
Com a palestra “Futuro do Agro: Perspectivas para o Algodão”, Marcos Fava Neves conduziu os visitantes na segunda estação temática. Marcelo Duarte, diretor de relações internacionais da Abrapa, liderou a apresentação sobre "O Algodão Brasileiro no Cenário Global: Estratégias para Ampliar a Participação no Mercado" na terceira estação.
Duarte reforçou que uma das estratégias para consolidar a liderança do Brasil no mercado global é o investimento na divulgação da imagem da fibra, destacando sua qualidade e sustentabilidade reconhecidas mundialmente. Ele enfatizou que a meta é desafiadora, mas alcançável, especialmente considerando o recente marco onde o Brasil ultrapassou os Estados Unidos como o maior exportador de algodão do mundo na safra 23/24.
A plenária principal foi conduzida por Maurício Schneider, CEO da StartSe Agro, que discutiu "Organizações Infinitas: Liderança e Inovação no Agro". Na safra 2023/2024, a Bahia deve colher 662,8 mil toneladas de algodão, com a produtividade esperada de 1.919 kg de pluma/ha. A região oeste cultivou um total de 339.721 hectares da fibra, sendo 242.489 hectares de sequeiro e 97.231 hectares irrigado. No sudoeste, a área cultivada foi de 5.710 hectares, predominantemente em áreas de sequeiro.