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Algodão que comporá as amostras-padrão de rechecagem das máquinas de HVI chega ao CBRA

08 de Maio de 2017

O Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão – CBRA, da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), já recebeu a primeira carga de algodão em pluma. Foram 115 fardos, adquiridos pela associação nos estados da Bahia e Goiás, que serão transformados em amostras de rechecagem, para servir de parâmetros oficiais nos laboratórios que fazem análise de fibra para produtores de algodão,  como parte do Programa Standard Brasil HVI – SBRHVI. Inaugurado em dezembro de 2016, o CBRA começará a operar já na safra em curso (2016/17).


O modelo logístico da rechecagem com o envio das amostras aos laboratórios simplifica o processo e minimiza os riscos de atraso e mesmo de extravio das remessas em relação ao modelo idealizado inicialmente, que previa o recebimento, no CBRA, das amostras dos laboratórios. Hoje existem 13 centros de análise de High Volume Instrument (HVI) no Brasil, e 63 instrumentos do tipo disponíveis no território nacional. No dia 26 de março, representantes de todos os laboratórios que fazem parte do SBRHVI reuniram-se na sede da Abrapa para conhecer melhor, avaliar e validar as regras que regerão o programa, lançado em outubro do ano passado, em Liverpool, na Inglaterra.  O CBRA é um dos três pilares desta iniciativa, sendo os outros o Banco de Dados da Qualidade e a Orientação Técnica aos Laboratórios de HVI brasileiros.


As amostras de rechecagem produzidas no CBRA chegarão aos laboratórios com as dimensões necessárias e adequadas para análise. Terão sido aferidas pelas  duas máquinas de HVI do centro, e ao serem analisadas pelos equipamentos dos laboratórios participantes, na proporção de 1% das análises feitas durante toda a safra, servirão de base para a calibração de todos os instrumentos que analisam o algodão dos produtores associados às estaduais que compõem a Abrapa. De acordo com o gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, os laboratórios deverão inserir a amostra de rechecagem a cada 100 fardos analisados. "Os índices aferidos anteriormente têm de ser os mesmos da amostra. Se os dados não baterem, algo está errado com o instrumento. A Abrapa terá essas informações, notificando e orientando os laboratórios para a padronização", explica.


O novo modelo logístico, contudo, não invalida a chamada checagem cruzada, que será definida por sorteio. Nesse caso, o laboratório escolhido terá de enviar as amostras selecionadas para o Centro. Para tabular os dados, permitir uma visão abrangente das análises e favorecer o desenvolvimento do Programa Standard Brasil HVI – SBRHVI, a Abrapa contratará uma empresa para elaborar o estudo estatístico dos dados levantados e estabelecer os parâmetros de desvios e tolerâncias para o algodão brasileiro.


"Esse é mais um importante passo para padronização e a verificação da qualidade do nosso algodão, o que, consequentemente, contribuirá para reforçar a credibilidade do produto no mercado internacional", afirma o presidente da Abrapa,  Arlindo de Azevedo Moura.


O Centro


O CBRA foi inaugurado pela Abrapa em Brasília, em 6 de dezembro de 2016, ao final do mandato do ex-presidente João Carlos Jacobsen Rodrigues. Para a construção da estrutura e instalação do laboratório, foram investidos em torno de R$ 9 milhões, de um total de R$50 milhões já aplicados pela Abrapa e suas associadas no Programa de Qualidade.


O Centro é equipado com duas máquinas de HVI e capacidade de analisar 800 amostras por dia. Essa é a tecnologia mais avançada e recorrente no mundo para a classificação de algodão. Ela avalia com precisão características intrínsecas e extrínsecas da fibra, como comprimento, resistência, uniformidade, espessura, reflectância, dentre outras, minimizando a subjetividade da classificação visual, que continua existindo, em paralelo ao HVI. No CBRA, todo o ambiente é controlado para atingir e manter as condições ideais de temperatura e umidade para a análise.


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