Em sua terceira edição, o Desafio Sou de Algodão (@soudealgodao) + Casa de Criadores exaltou a importância de mostrar aos estudantes de moda a versatilidade do algodão brasileiro. Os dez finalistas (dois de cada região do País), mostraram coleções originais, cuidadosamente trabalhadas. Representando a @lofficielhommesbr, participei do júri e vi de perto o que cada concorrente levou para a passarela. Nesta edição, o apuro das técnicas empregadas, os acabamentos bem feitos e os moods inclusivos chamaram a minha atenção.
O primeiro colocado, Lucas Caslú (@lucas.caslu), do Centro-Oeste, partiu do seu próprio senso como acumulador para tramar peças a partir do upcycling. O resultado foi um mix de retalhos e de resíduos transformado em roupas engajadas. A parte cênica - do uso de máscaras que cobriram completamente os rostos à trilha sonora cadenciada pelo zunido de máquinas de costura - foi um acerto e tanto.
Já a segunda colocada, Fernanda Bastos (@_nandera) mergulhou na hidrografia amazônica para reverenciar a sua terra natal, o Pará. A designer também aproveitou o momento para alertar sobre os problemas que os igarapés locais enfrentam - tudo esmiuçado por bordados, fios de barbantes, macramês, redes e sobras de brim.
O pódio foi preenchido por Vitoria Antunes (@antunesvit), que exibiu a (desequilibrada) relação entre a humanidade e a biodiversidade em sua coletânea “Sapiens Caribal”. Suas peças com mapas bordados e drapeados dramáticos evidenciaram a crise climática vivida no Sul com as chuvas apocalípticas deste ano.