A área de cultivo do algodão deve aumentar, segundo projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA).
No último levantamento da Conab, a expectativa é de que haja um aumento de 6,2% em relação à safra 2022/2023. Já a representante dos produtores é mais otimista, com perspectiva de crescimento em 11,9%.
A explicação apresentada pelas entidades é que devido às incertezas com a soja, muitos produtores têm optado por antecipar o plantio da pluma ou até mesmo substituir outras culturas de 2º safra, como o milho.
“Tivemos problemas na área de soja o que tem levado a uma reorganização no plantio”, destaca o presidente da ABRAPA, Alexandre Schenkel, em entrevista para o Agro Estadão. Ele explica que os agricultores têm observado uma “janela melhor para o algodão” com relação ao plantio de soja em algumas regiões.
Cultivo de algodão no Mato Grosso e Piauí
O estado de Mato Grosso apresenta a maior parte dessas mudanças de cultura. É o caso do produtor Eswalter Zanetti Junior, de Campo Verde-MT. Ele tinha o planejamento de começar o plantio do algodão verão em meados de dezembro e do algodão safrinha ao final de janeiro, após colher a soja. Acabou antecipando tudo para o início de dezembro.
“As chuvas foram escassas entre outubro e novembro, então a área que seria de soja e depois algodão safrinha passou a ser tudo algodão verão. E pelas condições climáticas está caminhando para a chuva cortar em abril”, diz o produtor.
Zanetti diz ainda que essa mudança de rumo nos plantios aconteceu em boa parte das propriedades do município. Ele estima que entre 30% e 35% da área de soja tenha diminuído na região. No entanto, nem toda a área foi substituída por algodão, muitos também optaram pelo milho.
Outro destaque que o presidente Schenkel reforça é o estado do Piauí. Por lá, a expectativa é de que haja um aumento de 30% da área plantada, saindo de cerca de 17 mil hectares para 22 a 23 mil hectares.
Fonte: Estadão
https://agro.estadao.com.br/economia/area-cultivada-de-algodao-deve-aumentar-em-2024