A equipe do Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), completou a aplicação do protocolo de Verificação e Diagnóstico de Conformidade do Laboratório (VDCL) nos laboratórios de Mato Grosso e Minas Gerais, como parte do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI). As visitas técnicas realizadas em agosto abrangeram o Central de Classificação de Fibra de Algodão - Minas Cotton, em Uberlândia; o Laboratório de Classificação de Algodão BV Kuhlmann, em Rondonópolis; o Laboratório Petrovina, em Pedra Preta; o Laboratório de Classificação Instrumental da Unicotton, em Primavera do Leste; e o da Cooperfibra, em Campo Verde. Recomendações para melhorias foram feitas sempre que necessário.
“Hoje, no Brasil, todos os laboratórios seguem padrões e normativas para a realização de ensaios com HVI. Embora sempre existam pontos de melhoria, nada compromete a qualidade dos resultados entregues ao produtor”, explica Deninson Bezerra dos Santos Lima, especialista em classificação de pluma no CBRA.
O objetivo das visitas é garantir a transparência e a precisão dos resultados de análise de HVI. Por isso, são avaliados o cumprimento dos 42 itens da lista de VDCL e, se for o caso, feitas as recomendações para melhorias, para que todos os itens estejam em conformidade com o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB). “Observamos também um avanço em relação à amostragem, com uma grande preocupação em relação ao cumprimento dos requisitos da instrução normativa 24 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)”, diz.
Durante a maratona de encontros, a equipe do CBRA observou melhorias significativas na estrutura de equipamentos e processos dos laboratórios visitados. Todos possuem Sistemas de Gestão de Qualidade implantados, com base na NBR ISO/IEC 17025, exceto o da Unicotton, que segue a norma ISO 9001.
O novo laboratório da Cooperfibra conta com um instrumento Classing Q PRO adquirido nessa safra. Para Ademir Carling, gerente de classificação da Cooperfibra, a presença da Abrapa é extremamente importante para apontar as melhorias que devem ser realizadas. “Há sempre espaço para ajustes e aprimoramentos. Este ano, com a nossa nova estrutura, estamos aprendendo a operar dentro desse novo layout, o que torna a visita ainda mais valiosa. O trabalho da associação não beneficia apenas o nosso laboratório, mas todos do Brasil. É fundamental que eles falem a mesma língua e trabalhem com padrões consistentes. A atuação da Abrapa contribui significativamente para o aprimoramento do cultivo do algodão no país e fortalece a confiança do mercado internacional em nossos produtos”, afirma.
O gestor do laboratório da Kuhlmann, Guido Souza Santana, expressou sua satisfação com a visita. “Desde o início das visitas, a qualidade no processo melhorou significativamente. Observamos que as análises apresentam menos problemas, e os gráficos de checagem confirmam isso. É um grande aprendizado e um importante indicador de melhorias”, informa.
No laboratório da Unicotton, houve a implantação do condicionamento ativo por esteira, além da aquisição de mais um instrumento HVIM1000 com colorímetro duplo. Para Jaison Vavassori, diretor executivo da empresa, as visitas técnicas são importantes para os laboratórios terem uma padronização da linha de trabalho. “Elas mostram que os laboratórios estão preparados com máquinas e tecnologia, que atendam a demanda mundial do algodão com relação à classificação.”
O CBRA irá completar a verificação dos 13 laboratórios que integram o terceiro pilar do SBRHVI, em outubro, garantindo que os dados de ensaios com algodão sejam precisos e que os laboratórios estejam prontos para atender à fiscalização Mapa.