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Com tecnologia, informação e uma legislação específica, é possível a produção de microorganismos on farm

Assunto foi abordado em um dos workshops técnicos no Congresso do Algodão

18 de Agosto de 2022

A produção on farm, ou produção na fazenda de insumos biológicos foi tratada em workshop sobre o tema, que aconteceu na tarde desta quinta-feira (18), no último dia do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA). Esse ano o encontro nacional chega a sua 13ª edição e tem Salvador com cidade escolhida para receber o evento nacional da cotonicultura. Com programação técnica, a mesa foi composta por representantes da esfera governamental, empresarial e de pesquisa para analisar o futuro da produção de microorganismos, ampliar o conhecimento sobre a legislação brasileira, compartilhar experiências e alertar os participantes sobre os cuidados com o controle de qualidade.


De acordo com a Embrapa, a demanda por insumos biológicos tem crescido no Brasil, seguindo uma tendência mundial e observa-se um interesse pela produção de insumos biológicos on farm, para uso próprio.


André Peralta, coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tratou sobre a legislação sobre a produção de microrganismos on farm. De acordo com Peralta, a legislação de fertilizante não permite produção para uso próprio. Apenas se for enquadrado como agrotóxico.


De acordo com a legislação vigente, produto fitossanitário pode ser produzido para uso próprio, na agricultura orgânica. Peralta mencionou projetos de lei que estão em discussão na Câmara (PL 658) e no Senado (3668/2021), que tratam a classificação, a produção, comercialização e destino de bioinsumos.


Trazendo a experiência da indústria na produção on farm de microorganismos, o coordenador de produção da SLC Agrícola, Doglas Broetto, abordou os avanços do uso de biológicos e os processos de produção on farm. “Os processos precisam ser analisados em todas as etapas. É preciso avaliar o meio de cultura, a fonte de contaminação, fazer o controle qualitativo e especialmente, ter pessoas capacitadas para monitorar, controlar e registrar os bioinsumos”.


A pesquisadora Rose Monnerat discorreu sobre os principais cuidados na produção e controle de qualidade dos microrganismos on farm. A especialista esclareceu que o processo pode ser realizado tomando os cuidados necessários. “É necessário ter uma estrutura física adequada, um responsável técnico, seguir as etapas de coleção de trabalho com microrganismos bem identificado, corpo técnico capacitado e respeitar a fisiologia do microorganismo”, pontua Monnerat.


“É preciso entender os riscos, os custos e a qualidade da produção on farm. Com o aumento da procura por bioinsumos, as indústrias vêm ofertando produtos seguros e de qualidade. Para o futuro é fundamental ter tecnologia e informação, além de uma legislação específica”, conclui Rose Monnerat.

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