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Da produção ao consumidor final, como o uso da tecnologia modernizou a cadeia algodoeira

Portocarrero detalhou os programas e ações, geridos pela Abrapa, em favor da cotonicultura brasileira

18 de Agosto de 2022

O consumidor está cada vez mais exigente e quer saber de onde vem a matéria-prima das roupas que usa e como foi transformada em uma peça. Com base em exemplos realizados no Brasil, os palestrantes mostraram como o uso da tecnologia e a organização da cadeia têxtil permitem levar essas informações ao consumidor. Para discutir o tema "Da produção ao consumidor final, é possível entregar rastreabilidade completa?" foram convidados Alexandre Carvalho, gestor de Tecnologia da Bom Futuro Agrícola Ltda, o diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, e a assessora da presidência da Abrapa, Silmara Ferraresi.  Eles foram os painelistas da Sala Temática 1, do dia 17, quarta-feira.


Carvalho trouxe a experiência da Bom Futuro e apresentou aos congressistas as soluções usadas no ambiente agrícola. Focou no uso da solução RFID, mostrou os ganhos e o que pode ser melhorado na gestão com a tecnologia. Segundo ele, a solução é usada na colheita do algodão, auxilia ainda na leitura dos lotes nos rolos de algodão, por exemplo, na leitura à distância e rápida, agilizando os processos e, mais do que isso, promove assertividade, além de possibilitar a geo localização. “A tecnologia é bem-vinda se traz resultados para o negócio”, afirmou.


Marcio Portocarrero, por sua vez, discorreu sobre os programas e ações, geridos pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em favor da cotonicultura brasileira. Trouxe os exemplos implementados pela Abrapa, por meio dos programas ABR-Algodão Brasileiro Responsável, certificação brasileira para unidades produtivas de algodão; ABR-UBA (voltado às unidades de beneficiamento). Portocarrero discorreu sobre a certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro, dada às algodoeiras da Fazenda Pamplona, do Grupo SLC Agrícola, e da GM, do Grupo Moresco, ao laboratório de HVI do estado de Goiás e para o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), localizado em Brasília.


A SLC e a GM fazem parte do projeto-piloto de certificação e que consistiu na inspeção das facas, retirada de amostras, conforme a IN24, e malas com lacre para envio ao laboratório, por exemplo. Para o diretor, a certificação de conformidade é um grande passo da cotonicultura no cumprimento da missão de criar um ambiente favorável ao crescimento do setor. “Temos o nosso card brasileiro”, destacou, acrescentando que a Abrapa e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento trabalharam juntos, no projeto-piloto, na safra 2021/202, para a estruturação e implantação da certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro. Observou, no entanto, que isso não se faz sem um programa de rastreabilidade maduro e eficiente e a Abrapa aposta diariamente na tecnologia e na inovação como pilares para o aprimoramento e modernização do setor.


Para mostrar como isso é possível, a assessora da presidência da Abrapa, Silmara Ferraresi, apresentou a experiência da associação na execução de ações e programas que resultaram na sonhada rastreabilidade da fibra da lavoura até a etiqueta. É um trabalho permanente para agregar valor ao algodão brasileiro. “Queremos que cada vez mais pessoas tenham informações sobre o que fazemos”, disse, ao acrescentar que, ainda neste ano, a Abrapa lançará plataforma para consulta da rastreabilidade em lotes para o cliente.


Silmara explicou, em detalhes, aos congressistas como é feita a rastreabilidade da pluma, de onde vêm os dados do fardo, da algodoeira, que é possível identificar a localização, entre outras informações, como os dados de produção, origem, quem é o produtor e se tem a certificação ABR. A rastreabilidade avançou e foi possível firmar parcerias com a indústria da moda, desafio perseguido com o objetivo de fazer peças responsáveis ambientalmente. Hoje, a rastreabilidade da semente ao guarda-roupa, por meio do SouABR, é realidade. Renner e Reserva são parceiras na entrega da rastreabilidade do algodão brasileiro com certificação socioambiental. Isso é possível por meio do blockchain. 


Carlos Alberto Moresco, integrante da Comissão Científica e que coordenou as discussões, considerou o debate sobre o tema essencial na atual conjuntura global. "Cada vez mais o consumidor exige do mercado informações. A Abrapa iniciou a oferta ao mercado nacional da rastreabilidade completa, da semente até a prateleira da loja. É um trabalho interessante e que atenderá também o mercado internacional", destaca.

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