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Os desafios e as perspectivas do algodão brasileiro no cenário mundial

17 de Agosto de 2022

Com o mesmo tema dessa 13ª edição do Congresso do Algodão Brasileiro (CBA) - "Algodão brasileiro – desafios e perspectivas no novo cenário mundial" - a segunda Plenária trouxe nesta terça, dia 16, o pesquisador e professor sênior de agronegócio global do Insper, Marcos Jank, para falar sobre o algodão brasileiro no mercado mundial.


Apesar de todas as turbulências e incertezas vividas no mercado internacional, as perspectivas são otimistas para o setor. O Brasil cresce quase 10% ao ano em produtividade e ocupa o segundo lugar no ranking mundial de exportações do algodão, com 72% da produção exportada para a Ásia.


O momento pós-pandemia pode ser de grandes oportunidades para o setor visto que o agronegócio explodiu em crescimento com preços atingindo o maior nível da história. Entre os fatores desse crescimento, estão os preços internacionais em alta, o aumento da demanda global, especialmente, na Ásia e na China, o impacto da peste suína, os estoques mundiais baixos e a desvalorização cambial.


Somado a isso, o professor acredita que o grande fenômeno dessa década será o avanço da agricultura na área de pastagem. O Brasil possui cerca de 160 milhões de hectares de pastagens que podem ser utilizadas. "Falo de um sistema integrado que nos permite fazer mais de uma safra agrícola. É a dádiva do trópico. Temos potencial de intensificar a pecuária e ampliar a segunda safra", acredita.


Contudo, o segmento deve estar atento aos fatores de risco, tais como inflação de alimentos no mundo e perda do poder aquisitivo pós-Covid, custos altos de insumos, mudanças climáticas, entre outros. Entre os grandes desafios do algodão brasileiro no mundo, o palestrante destacou a crescente competição com fibras artificiais, como o poliéster, além da necessidade de desenvolver e defender os mercados. "Não é só ser o maior, temos que ser o maior e o melhor", sinaliza ele, que acredita que a grande meta para 2030 é a consolidação do Brasil como o grande exportador mundial de algodão.


Para atingir essa meta será necessário manter o foco na Ásia que ainda é o destino de mais de 90% das exportações de algodão, investir no potencial de produtividade e da segunda safra, ampliar o market-share nos mercados-destino, focar em cada mercado relevante com estratégias individuais customizadas e estimular as parcerias e acordos comerciais entre os governos da China, Asean e Sul da Ásia.


Especialistas, produtores, pesquisadores e representantes de empresas brasileiras e internacionais estarão reunidos até o dia 18 de agosto no Centro de Convenções de Salvador para tratar de tendências, políticas para o setor, pesquisa, tecnologia, sustentabilidade e inovação no segmento do algodão. O CBA é organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e tem o apoio de várias instituições e empresas.

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