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Movimento Sou de Algodão e universidades fazem parceria para difundir a moda responsável

​A iniciativa prevê um ciclo inicial de três anos com a realização de palestras, atividades práticas e competições para promover uma experiência imersiva no universo do algodão e estimular a pesquisa sobre a fibra e seu uso na moda

19 de Maio de 2022

O Movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), firma parceria com universidades visando fortalecer a conexão das instituições de ensino com a indústria, principalmente, tecelagens e malharias, para aprofundar o conhecimento dos futuros profissionais em relação aos tecidos e à moda responsável, desde a origem da matéria-prima.

As universidades parceiras Salgado de Oliveira (Universo), de Goiânia/GO, e a Uniateneu, de Fortaleza/CE, contarão com palestras, atividades práticas e competições que levam estudantes a uma experiência imersiva no universo do algodão, durante sua formação. Além disso, os conteúdos também abordarão informações sobre as boas práticas da produção brasileira e o Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) para estimular a pesquisa sobre a fibra por meio de uma colaboração mútua. A expectativa é que o programa, que prevê um ciclo inicial de três anos, conte com a participação de, pelo menos, seis instituições de ensino superior, até o fim de 2022.

O trabalho com a Universo, começou em 2017, com a primeira ação junto ao Clube de Costura, coworking de moda do Mega Moda Shopping. Na ocasião, foi realizado um workshop de customização de camisetas, que terminou com um desfile de abertura com os trabalhos dos formandos daquele ano.

"De lá para cá, realizamos palestra durante a Semana de Moda, em 2018, e webinars para divulgar o 2° Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores. Tivemos grande apoio da coordenadora do curso de Moda, Suely Calafiori, que é entusiasta do movimento e ama o algodão, sempre fomentando a criatividade dos alunos em ações junto ao setor produtivo como visitas guiadas à fazenda e apresentação de desfile em Dia de Campo, no Instituto Goiano de Agricultura (IGA), em 2019", explica Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa.

Suely conta que a iniciativa é essencial para a formação dos estudantes, que são os futuros profissionais da indústria e grandes influenciadores. "Precisávamos de esforço mútuo e sintonia para desenvolver produtos feitos de algodão e com responsabilidade socioambiental. Em 2018, percebi que esse namoro estava dando certo, porque era visível que essa consciência era coletiva. Foi quando o Movimento começou a conversar, de fato, com as universidades e com os estudantes de moda. Essa parceria que está acontecendo de verdade, com papel assinado, significa muito para nós porque vamos mobilizar os nossos alunos a desenvolver produtos ambientalmente corretos e socialmente justos", explica a coordenadora do curso da Universo.

Já com a Uniateneu, o primeiro contato aconteceu em 2020, para divulgação do 2° Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores, quando foi realizada uma live no perfil do Instagram, do curso de Moda, para convidar e inspirar estudantes a participarem do concurso, junto com André Hidalgo, diretor artístico do evento, e Jorge Feitosa, estilista nordestino do line-up. Gerar identidade e mostrar que a moda brasileira é formada por talentos de todos os cantos do país abre caminhos e dá esperanças a estudantes que sonham participar desse universo, trazendo inspirações e raízes da cultura local. O algodão é a fibra que conecta todas essas histórias.

Segundo, a professora Regina Célia Santos de Almeida, coordenadora do curso de graduação em Design de Moda e dos cursos de Pós Graduação do eixo de moda da Pós Uniateneu, o convite para participar como parceiro do Movimento Sou de Algodão foi muito bem aceito pelo curso Design de Moda e pela pró-reitoria de Relações Institucionais do Centro Universitário Ateneu.

"A oportunidade chegou em um momento excelente, já que estamos desenvolvendo algumas ações do Projeto de Extensão Teias: Ateliê de economia circular, Criativa e das artesanías cearenses, sendo uma parceria que contribui para o engajamento dos estudantes e professores", comenta Regina.

O presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Alberto Moresco, comenta que a parceria é uma oportunidade de levar informações relevantes para os estudantes e professores. "Trabalhar com os estudantes é maravilhoso já que podemos levar informações detalhadas que muitas vezes os alunos e professores não têm acesso com facilidade. Eles têm a chance de ouvir os produtores e presidentes de associações sobre como é feito o trabalho nos bastidores, visando a preservação, a responsabilidade social e a sustentabilidade da produção. Essa metodologia deve ser levada para os grandes centros, já que os estudantes serão os difusores desse conhecimento e os futuros estilistas e designers de moda. Creio que é uma semente plantada em um solo muito fértil", afirma Moresco.

 

Ciclo do programa

O presidente da Abrapa explica que ao longo de um ciclo inicial de três anos, o programa de parceria representará uma contribuição importante para o aperfeiçoamento dos estudantes e que terá um impacto positivo no universo da moda brasileira. "Nossa expectativa é que o relacionamento com as universidades e as oportunidades que criaremos para enriquecer o conhecimento e a experiência dos futuros profissionais da indústria nacional colaborem no ingresso de pessoas ainda mais capacitadas a realizar melhores escolhas para a produção de uma moda mais responsável", finaliza Busato.

 

Congresso

As ações de parceria com a Universo tiveram início, na última quinta-feira (12/05), com a participação do Movimento Sou de Algodão no Congresso Multidisciplinar da Universidade, com um bate-papo sobre o algodão brasileiro e a responsabilidade da cadeia produtiva, com os presidentes da Abrapa, Júlio Cezar Busato, e da Agopa, Carlos Alberto Moresco, e um debate sobre o tema do evento "Relacionamento interpessoal: a arte do encontro" com três convidados goianos, parceiros do movimento: os estilistas Theo Alexandre, da marca Thear Vestuário, Naya Violeta, da marca homônima e integrante do projeto Sankofa, do SPFW, e Juliana Cecílio, proprietária da marca Mon Petit Pijamas, uma das primeiras marcas parceiras do movimento, desde 2017.

Para a estilista Naya Violeta, a oportunidade de conversar com o público universitário é uma experiência gratificante. "Falar para essa juventude e entender a nossa responsabilidade como estilistas autorais, que estão abrindo esse caminho, principalmente, no cerrado goiano, tem um potencial gigantesco. Precisamos motivar, é muito difícil fazer moda em Goiás, mas conseguir um espaço no SPFW é uma forma de demonstrar que é possível falar desse Brasil plural que trago nas minhas coleções. No meu período de formação, eu não tive uma referência para que pudesse olhar para ser igual. Todos eram muito distantes da minha realidade", afirma Naya.

Para Theo Alexandre, os eventos em universidades possuem uma ação transformadora por meio da troca de experiências. "Esses encontros são muito importantes. Como criador é possível transmitir conhecimento e damos um passinho a mais no processo criativo. Além disso,  podemos alcançar outros locais e quando passamos isso aos alunos é transformador", diz Theo.

Juliana Cecílio revela que as conexões são importantes e que eventos em parceria com universidades promovem uma integração muito importante. "Os jovens têm tantos sonhos a serem conquistados e, às vezes, ficam meio perdidos e desmotivados com os primeiros obstáculos. Assim, é muito importante demonstrar como as relações interpessoais são necessárias. O  mundo é feito de trocas, caminhar junto tem muito mais valor e compartilhar isso é uma experiência positiva e gratificante", ressalta.

 

Sobre Sou de Algodão

É um movimento único no Brasil que nasceu em 2016 para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia do algodão, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos, com 84% da produção com a certificação ABR.

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