Publicada na quarta-feira (14/12), no Diário Oficial da União (DOU), a Portaria de número 265, de 6 de dezembro de 2016, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que declara "estado de emergência fitossanitária" relativo ao risco de surto da lagarta Helicoverpa armigera nas mesorregiões Leste e Sul do Maranhão, por um prazo de um ano a contar da publicação. O estado de emergência habilita os cotonicultores maranhenses a implementar o plano de supressão da praga e a adotar medidas emergenciais, dentre as quais, utilizar o produto benzoato de emamectina, único que se mostrou eficaz no combate à lagarta, cujo uso ainda não liberado no Brasil. A última safra maranhense de algodão já se deu em estado de emergência, sendo a Portaria uma renovação.
O vice-presidente da Associação Maranhense dos Produtores de Algodão – Amapa, Aurélio Pavinato, destacou a importância da medida para a sustentabilidade da cotonicultura estadual. "Batalhamos muito por isso. Precisamos agora que o produto seja liberado definitivamente", afirmou. O Maranhão possui, atualmente, uma área plantada de 23 mil hectares de algodão.
O presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen, também se declarou satisfeito com a conquista maranhenses. Ele alerta que a demora na liberação de moléculas e outras tecnologias para a lavoura, ocasionada, na maioria das vezes, pela falta de entendimento entre os Poderes Públicos, é extremamente danosa para a economia brasileira.
"O descompasso entre o tempo da agricultura e o da liberação de novas tecnologias traz prejuízos econômicos, sociais e ambientais. A demora favorece a entrada de produtos piratas, que fogem ao controle dos órgãos competentes e põem em risco toda a sociedade", destaca Jacobsen.
A resistência causada pelo uso continuado e longo das mesmas substâncias nas pragas e doenças é outro problema acarretado pela morosidade. "Muitas vezes, quando um produto é liberado no Brasil, ele já está em desuso em outros países. Somos um player importante na produção mundial de algodão e de alimentos. Não podemos por essa posição em risco", conclui o presidente da Abrapa.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Abrapa