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Com aumento da área plantada, produção brasileira de algodão deve crescer 16,5% na safra 21/22

​Dados foram apresentados em reunião da Câmara Setorial nesta quarta-feira (8)

08 de Dezembro de 2021

Com aumento da área plantada, produção brasileira de algodão deve crescer 16,5% na safra 21/22 



A área plantada brasileira de algodão deverá alcançar 1,55 milhão de hectares na safra 21/22, um crescimento de 13,5% em relação ao ciclo anterior. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (8) pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CSAD/Mapa).



Com a recuperação da área, a produção da pluma deverá voltar a subir em 2022 no Brasil. O volume projetado é de 2,71 milhões de toneladas, um aumento de 16,5% sobre a safra 20/21, que foi revisada para 2,33 milhões de toneladas pela Associação. Destaque para os estados do Mato Grosso e Bahia, com previsão de 1,88 milhão de toneladas e 563 mil toneladas, respectivamente. O levantamento foi feito na primeira semana de dezembro pela Abrapa, em parceria com as associações estaduais.



"Para a safra do ano que vem está tudo caminhando muito bem, estamos plantando, nossos insumos foram comprados e já vendemos 60% do algodão a bons preços", avaliou o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato. O que preocupa os cotonicultores são as incertezas quanto à temporada 22/23. "É uma interrogação. Os custos dos insumos aumentaram muito e o preço do algodão é uma incógnita, por isso não podemos travar contratos", explicou Busato.



Para a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) é prematuro prever o comportamento do setor já em 2022. "Sem dúvida nenhuma, o aumento da taxa de juros e a redução do poder aquisitivo da população atrapalham bastante", afirmou o presidente da entidade, Fernando Pimentel. "Hoje estamos com uma expectativa de crescimento de 1,6%, o que significa estabilidade. É um horizonte favorável, mas sujeito a revisões recorrentes", ponderou.  Caso a projeção se confirme, a indústria têxtil nacional consumirá cerca de 800 mil toneladas de algodão.



As previsões para vendas externas também são positivas, de acordo com a  Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). "Com o clima e o preço ajudando, esperamos chegar a uma produção perto da registrada no ano passado, que foi de 3 milhões toneladas. Se isso ocorrer, os embarques também vão voltar ao patamar anterior", pontuou o presidente da Anea, Miguel Faus. Segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações brasileiras de algodão devem totalizar 1,764 milhão na temporada 21/22, iniciada em agosto.




Fechamento da temporada 20/21 



A cadeia do algodão também aproveitou a última reunião do ano da Câmara Setorial para fazer um balanço da temporada 20/21. Até o dia 2 de dezembro, 100% da safra já havia sido colhida e 96%, beneficiada. A produtividade registrada foi de 1.707 Kg/hectare, 5,3% abaixo da alcançada na temporada 19/20. "Infelizmente, reduzimos a área e tivemos alguns problemas de clima, mas superamos com muito trabalho e tecnologia", afirmou o presidente da Abrapa.



A boa notícia da temporada recém encerrada ficou por conta do recorde de adesão à certificação Algodão Brasileiro Responsável (ABR): 84,2% da  pluma produzida na safra 2020/2021, , o equivalente a 1,96 milhão de toneladas, recebeu a certificação ABR e licenciamento pela Better pela adoção de boas práticas socioambientais. "A média de produtividade das fazendas certificadas foi 6% maior que a média brasileira, demonstrando os ganhos de eficiência produtiva nas propriedades ABR", pontua o Relatório de Sustentabilidade da Abrapa, também divulgado nesta quarta-feira (8).



A cadeia têxtil, embora não tenho recuperado os indicadores pré-pandemia, fez um balanço positivo de 2021. "Estamos terminando com geração de empregos e com crescimento, mas ainda atrás dos níveis de produção de 2019", afirmou Fernando Pimentel.



Quanto às exportações de algodão, a temporada 20/21, encerrada em julho, registrou recorde de embarques. O ciclo atual, porém, apresenta queda em relação ao período anterior devido ao recuo na safra 20/21 e outros fatores. "Chegamos até o final de novembro com 620 mil toneladas exportadas, um pouco em função da crise dos contêiners e de alguns dias de greve dos caminhoneiros. Com isso, revimos a projeção de embarques para este ciclo de 1,75 milhão para 1,675 milhão de toneladas ", informou o presidente da Anea.



No encerramento da reunião da Câmara Setorial, a Abrapa apresentou a atualização da plataforma Cotton BI, que disponibiliza números e indicadores atualizados do setor subsidiar o planejamento e a tomada de decisões de todos os elos da cadeia do algodão (https://cottonbi.com.br).



Confira a íntegra dos relatórios Abrapa de safra e sustentabilidade de dezembro:


Relatorio_safra_Abrapa.09Dez2021.pdf


Relatório de Sustentabilidade - Dezembro21.pdf

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