ALGODÃO PELO MUNDO #34
Algodão em NY - Esta semana o mercado oscilou acima e abaixo da marca dos 65 c/lp. O contrato dez/20 chegou a bater a marca de 66,44 no início da semana, mas acabou fechando ontem a 64,28 c/lp, com baixa de 1,7% nos últimos 7 dias.
Altistas - O clima no mercado foi de mais otimismo em relação ao comércio bilateral EUA-China esta semana. Na última, os dois lados se encontraram por teleconferência e deram à Fase 1 do acordo uma "nota de aprovação". Assim, apesar das enormes tensões em diversas áreas entre os dois gigantes, o cumprimento dos termos do acordo parece ser interessante para ambos os países, por razões diferentes.
Altistas 2 - O mercado de algodão também reagiu positivamente no início deste mês após o USDA mostrar que as condições das lavouras de algodão do país estão um pouco piores. Na média, o índice de lavouras em condições boas e excelentes caiu de 46% para 44% na última semana.
Baixistas - O maior fator de baixa esta semana foi o a queda no índice Dow Jones. O índice chegou a cair mais de 800 pontos em uma hora nesta quinta-feira. A queda teve origem em uma suposta afirmação do Dr. Anthony Fauci (principal cientista dos EUA no combate ao coronavírus). Ele teria dito que uma vacina contra COVID-19 em novembro era improvável, contrariando uma afirmação do presidente Trump esta semana. O Dow caiu e o dólar subiu, o que acabou puxando para baixo o mercado de algodão.
Oferta e Demanda - O ICAC aumentou suas previsões de produção mundial 20/21 em 280 mil toneladas, para 25,1 milhões (USDA em 25,6). Por outro lado, a entidade estimou também um aumento no consumo global da fibra em 490 mil ton para 24,3 milhões (USDA em 24,6) e comércio internacional de algodão em 9,3 milhões de tons (USDA em 9,1). Mesmo assim, os estoques mundiais seguem altos, estimados em 22,7 milhões (USDA em 22,8), com a relação estoque-uso global de 93%.
Oferta e Demanda 2 - Especulações em torno do relatório mensal de oferta e demanda do USDA (chamado de WASDE), que será divulgado na próxima sexta-feira (11/9) serão um dos focos na próxima semana.
Sustentabilidade - O salto de eficiência do algodão do Brasil e a parceria de sucesso entre a Abrapa e a Better Cotton Initiative (BCI) mereceram destaque no webinar promovido pela BCI, nesta quarta-feira (02/09). Hoje o Brasil é o líder global em fibra sustentável, chancelada pela BCI, com participação de 36% no montante licenciado em todo o mundo em 2019. Dos 2,9 milhões de toneladas de algodão que o Brasil produz 75% têm certificação internacional BCI.
India - Lideranças políticas e da cadeia de algodão indiana têm subido o tom contra o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). A Associação de Algodão da Índia (CAI), diz que a estimativa de estoques da Índia feita pelo órgão americano é excessivamente baixista. Segundo estimativa do USDA, em agosto, os estoques de algodão da Índia alcançaram 4,18 milhões de toneladas. No entanto, a entidade indiana recentemente estimou os estoques do país em apenas 2,44 milhões de toneladas.
China - A China Cotton Association anunciou esta semana novas projeções para 2020/21. A entidade projeta uma safra maior: 5,92 milhões de tons (USDA em 5,77). A CCA também estimou uma retomada no consumo, com números de 7,65 milhões de tons (USDA em 7,95), mas um pequeno aumento nas importações: 1,58 milhões de tons (USDA em 1,96).
Bangladesh - O governo de Bangladesh noticiou um aumento de cerca de 51% nas exportações de confecções nos primeiros 19 dias de agosto em comparação com o ano passado. De acordo com empresários locais o aumento, após a enorme crise deste ano, deve-se à reversão de pedidos que haviam sido cancelados e retomada de pedidos principalmente do mercado Europeu.
Colheita - A Abrapa informou o progresso da colheita da safra 2019/20 de algodão no Brasil até ontem: Mato Grosso: 99%; Bahia: 87%; Goiás: 95%; Minas Gerais: 80%; Mato Grosso do Sul: 99%; Maranhão: 95%; Piauí: 98%; São Paulo: 100%; Tocantins: 87% e Paraná: 100%. Média Brasil: 96% colhido
Beneficiamento - A Abrapa informou o progresso do beneficiamento da safra 2019/20 de algodão no Brasil até ontem: Mato Grosso: 28%; Bahia: 46%; Goiás: 43%; Minas Gerais: 45%; Mato Grosso do Sul: 69%; Maranhão: 35%; Piauí: 50%; São Paulo: 96%; Tocantins: 46% e Paraná: 100%. Média Brasil: 34% beneficiado.
Exportações - As exportações brasileiras de algodão em pluma totalizaram 109 mil ton em agosto. Este número é animador para o início das exportações do ano comercial 20/21 (safra 19/21), visto que o número é mais que o dobro do número de ago/19, ano de exportações recordes.
Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.