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Cotonicultura brasileira deve alcançar novos recordes em sustentabilidade na safra 2019/2020

03 de Setembro de 2020

O Brasil ainda não terminou de beneficiar os cerca de três milhões de toneladas de pluma da safra 2019/2020 – em fase final de colheita – e um novo recorde já se anuncia: em sustentabilidade. O programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e suas associadas, juntamente com a Better Cotton Initiative (BCI), certificou 1,25 milhão de hectares de lavouras, em oito estados produtores, com previsão de produção de 2,24 milhões de toneladas de pluma, 8% a mais que o registrado no ciclo passado. A expectativa da Abrapa é de que os números não apenas se confirmem como superem o previsto. Caso isso aconteça, 77% de toda a produção nacional de algodão será certificada com os melhores padrões sociais, ambientais e econômicos, preconizados pelos dois programas.



Em julho, a ONG suíça BCI, referência mundial em licenciamento de pluma sustentável, divulgou em seu relatório que o Brasil foi responsável por 36% de toda a pluma chancelada pela entidade ao redor do planeta, na safra 2018/2019. Em segundo lugar, veio o Paquistão, com 16,1% do volume mundial, e, em terceiro, a China, com 15,9% da participação no mercado global. Os Estados Unidos, principal concorrente do Brasil em exportação de algodão, são o sexto colocado, com pouco mais de 300 mil toneladas de pluma licenciada BCI, o correspondente a 5,5% do montante de algodão licenciado pela ONG.



Altamente usuária de tecnologias modernas em todas as fases – da produção ao beneficiamento –, e, portanto, com menor impacto ambiental no processo produtivo, a cotonicultura brasileira tem ainda outra vantagem que a coloca na liderança da produção sustentável. Somente 8% da área plantada com algodão no país dependem de irrigação.



"Os outros 92% recebem apenas água da chuva durante todo o ciclo. Além disso, somos campeões mundiais de produtividade sem irrigação, com média de 1.795 quilos por hectare. Isso faz do nosso algodão não apenas mais sustentável, como também aumenta a nossa competitividade", explica o presidente da Abrapa, Milton Garbugio. Ainda na comparação com os Estados Unidos, a média brasileira em produtividade sem irrigação supera em 94% a dos americanos", diz


 


Protocolos referenciados



O programa ABR e a BCI atuam no Brasil em benchmark, desde 2013, quando Abrapa e a entidade internacional unificaram os protocolos das duas iniciativas. A certificação brasileira, baseada nas legislações ambiental e trabalhista do país, consideradas das mais completas e complexas do mundo, traz 178 itens dos principais requisitos da legislação nacional e internacional, divididos em oito critérios: contrato de trabalho; proibição do trabalho infantil; proibição de trabalho escravo ou em condições degradantes ou indignas; liberdade de associação sindical; proibição de discriminação de pessoas; segurança; saúde ocupacional e meio ambiente do trabalho; desempenho ambiental e boas práticas agrícolas.



Já para receber a chancela da BCI, o produtor tem de cumprir apenas 25 itens, já contemplados no ABR. "Apesar da diferença na exigência dos programas, a BCI é sinônimo de algodão sustentável no mundo, e ser campeão mundial no fornecimento de fibra sustentável tem um grande peso para nós", afirma Garbugio, lembrando que o conselho de administração da BCI é  formado por algumas das principais marcas varejistas internacionais, como Nike, Adidas, Levis, Ralph Lauren, H&M, dentre outras.

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