Com a missão de posicionar o algodão brasileiro no mercado internacional, o programa Cotton Brazil, da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), conclui o ano de 2024 de forma histórica. Ao fim do ano comercial 2023/24, o País se tornou o maior exportador mundial de pluma – antecipando uma meta que estava prevista para 2030. A união de forças e a atuação estratégia ajudam a explicar o resultado.
“O caminho da sustentabilidade na moda e no consumo passa pelo algodão, uma fibra natural, reciclável e com menor pegada de carbono. Disseminar essa ideia e mostrar como o Brasil pode contribuir para esse cenário mundial tem nos ajudado a ter grandes conquistas”, analisa o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.
A estratégia tem dado bons frutos. No ano comercial 2023/24, que foi de agosto de 2023 a julho de 2024, o Brasil embarcou 2,7 milhões de toneladas de algodão – 85% a mais que no ano comercial anterior (2022/23). Com isso, o País forneceu 28% de toda a pluma comercializada no período, ampliando em dez pontos percentuais (10 pp) a nossa presença no mercado mundial.
Na análise do ano civil de 2024, os resultados também são positivos. “Se a média dos últimos três meses se mantiver em dezembro, o Brasil pode fechar o ano de 2024 batendo a marca dos US$ 5 bilhões exportados. De qualquer forma, já superamos o recorde anterior, de 2022, quando o País registrou US$ 3,7 bilhões de receita com o comércio exterior”, observa o diretor de Relações Internacionais, Marcelo Duarte.
Duarte coordena de Singapura o programa Cotton Brazil, que ao longo de 2024 realizou 9 missões internacionais em diferentes países importadores. Ao todo, o Cotton Brazil impactou cerca de 4.500 stakeholders neste ano, com a realização e participação em 34 eventos e relacionamento junto a 20 países.
A união do setor produtivo do algodão é outro ponto que contribui para os bons resultados do programa. “O Cotton Brazil, propriamente dito, é a união da Abrapa com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea). Mas muitos outros players do mercado estão conosco nas nossas iniciativas”, afirma Duarte.
Seja em eventos setoriais estratégicos internacionais, como o congresso anual da International Cotton Association (ICA), ou em ações nacionais como a Cotton School, a Abrapa mobilizou marcas como a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e as associações estaduais de cotonicultores.
“Outro apoio fundamental veio do Governo Brasileiro, via Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Ministério das Relações Exteriores (MRE)”, destacou Schenkel. Do Mapa, o Cotton Brazil conta com a rede de adidos agrícolas, e do MRE, com diplomatas e embaixadores – principalmente nos países prioritários do programa (Bangladesh, Coreia do Sul, China, Egito, Índia, Indonésia, Paquistão, Turquia e Vietnã).