O Brasil vem escrevendo uma nova história em sua cotonicultura desde os anos 1990, com o algodão nacional se destacando por sua excelência e inovação. Em 2024, a pluma brasileira alcançou o topo do ranking como maior exportador mundial e, no ano anterior, conquistou um novo mercado: o Egito, símbolo de algodão de qualidade. Essa trajetória de sucesso é fruto de dedicação, investimentos em tecnologia e aprimoramento contínuo de processos. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) tem liderado esse movimento com iniciativas estratégicas, como o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB), que, neste ano, certificou 4,3 milhões de fardos, com bons índices de conformidade.
Além disso, o setor registrou avanços significativos com a aquisição de modernas máquinas de análise instrumental, acreditação de laboratórios e aprimoramento de sistemas de gestão. Esses investimentos asseguram precisão e confiabilidade das análises ao longo de toda a cadeia produtiva, desde o campo até o mercado nacional e internacional. O algodão brasileiro é, hoje, muito mais do que uma commodity. É um exemplo de superação e trabalho para transformar desafios em conquistas. Com cada fardo que cruza os oceanos, o Brasil reforça sua posição como um dos grandes protagonistas no agronegócio mundial.
Programa Standard Brasil HVI
Os laboratórios participantes do Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) apresentaram melhorias significativas em seus sistemas de gestão. O desafio, agora, é alcançar o nível de excelência em todos os instrumentos. Neste ano, a taxa de checagem deles chegou a níveis impressionantes, com 98% de estabilidade em 10 dos 12 estabelecimentos avaliados, sendo que alguns atingiram 99%.
A compra de duas máquinas de análise instrumental Classing Q Pro, da Uster, pelo Centro Brasileiro de Classificação de Algodão (CBRA), teve um papel crucial na produção de amostras de checagem e no aumento da confiabilidade das análises. Essas ferramentas são fundamentais para aprimorar o monitoramento da qualidade intrínseca do algodão brasileiro.
Além disso, nos últimos 12 meses a equipe do CBRA realizou sete treinamentos e workshops focados em qualidade e visitas orientativas a todos os laboratórios participantes do programa.
Desempenho Superior
No Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB), 4,3 milhões de fardos foram certificados este ano, com o índice de aprovação de amostras de 95%, desempenho superior ao registrado no ano anterior e evidenciando a eficiência e confiabilidade do programa. Lançado oficialmente em 2023, o PQAB utiliza como base o Standard Brasil HVI (SBRHVI), agregando a certificação de amostragem e o controle externo realizado por fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Esse é o sistema oficial do governo brasileiro que certifica os indicadores de qualidade do algodão produzido no país.
O CBRA qualificou 98 inspetores de Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA) sobre requisitos legais do PQAB, como a Instrução Normativa 24 (IN24), que regulamenta o algodão em pluma, e a Portaria 375, que define critérios para certificação voluntária de produtos de origem vegetal. Também foram capacitados 41 profissionais de laboratórios nas melhores práticas no programa.
Participação Internacional
A Abrapa reforçou sua presença em eventos internacionais de alta relevância técnica. Deninson Lima, especialista em análise de pluma do CBRA e Quality Expert por ICA Bremen, representou o Brasil na Conferência Internacional de Algodão em Bremen, na Alemanha, e na Conferência de Padrões Universais de Algodão, em Memphis, nos Estados Unidos.
Avanços em Acreditação e Gestão
Os avanços em acreditação de laboratórios também foram notáveis. Além do Laboratório de Classificação Visual e Tecnologia da Fibra de Algodão da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) e do CBRA, o laboratório da Associação Sul-mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampasul) foi avaliado conforme a norma ISO 17025, este ano. O CBRA mantém sua posição de referência com certificação ICA Bremen, acreditação pela Cgcre/Inmetro e habilitação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Qualidade da fibra
Entre as características intrínsecas da fibra avaliadas nas análises por instrumentos de alto volume, houve avanços em índices como resistência, comprimento UHML, uniformidade, índice de fibras curtas e grau de reflexão, no ciclo 2023/24.
Nota Técnica sobre Contaminação
Ponto de atenção para desafios como pegajosidade, fibras curtas e contaminação por plásticos e seed coat, que impactam diretamente a competitividade do algodão brasileiro no mercado internacional. Para mitigar o problema de contaminação, o CBRA realizou uma publicação de uma nota técnica sobre o tema que reforça a importância de manter altos padrões de qualidade intrínseca e extrínseca, associados a baixos níveis de contaminação, garantindo maior competitividade no mercado internacional.
Os avanços em qualidade e conformidade obtidos pela Abrapa em 2024 refletem o compromisso contínuo com a excelência de seus processos, consolidando o algodão brasileiro como uma referência no mercado global.