O solo, elemento vital para a agricultura e o clima, se destaca como o maior reservatório de carbono do sistema terrestre. Esse foi o ponto de partida da fala do pesquisador da Embrapa, Alexandre Ferreira, ao abrir o painel "Modelos de Sistema de Produção para Algodoeiro: Impactos no Perfil e Estoque de Carbono no Solo", durante o 14º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), que acontece na capital cearense até essa quinta-feira (05/09). O debate trouxe a importância de um manejo do solo que não só sustente a agricultura, mas que também mitigue os efeitos das mudanças climáticas
Em sua apresentação, Ferreira destacou um desafio global crescente: a cada 13 anos, haverá um bilhão de novas pessoas a mais no mundo, aumentando a demanda por alimentos e consequentemente, as emissões de gases de efeito estufa.
Já o coordenador de pesquisa da SLC Agrícola, Fábio Ono, apresentou exemplos práticos de talhões comerciais acompanhados pela SLC em mais de 20 fazendas pelo Brasil, demonstrando como a gestão eficiente do solo pode resultar em ganhos de produtividade e sustentabilidade.
Por sua vez, o pesquisador Junior Cesar Avanzi trouxe à tona a importância de analisar o perfil do solo em profundidade e ressaltou que a avaliação das camadas abaixo de 20 centímetros é crucial. “É preciso entender a disponibilidade de água, a distribuição de partículas por tamanho e, principalmente, o acúmulo de carbono. O manejo em profundidade é essencial para alcançarmos produtividades mais elevadas", enfatizou.
Em sua apresentação, Alexandre Cunha, também da Embrapa, mostrou estudos de longa duração que apontam como os sistemas de produção podem contribuir para uma agricultura de baixo carbono, integrando práticas modernas e sustentáveis. “A melhoria da qualidade do solo é atribuída ao seu manejo mais conservacionista, a exemplo do sistema de plantio direto”, refletiu Cunha nas considerações finais do debate.