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Estresses abióticos e os impactos na cultura do algodão

04 de Setembro de 2024

Um dos grandes desafios do cultivo do algodão na atualidade é lidar com os estresses abióticos que as plantas estão sujeitas, aqueles causados por componentes sem vida de um ecossistema, como a água, gases atmosféricos e radiação solar. Estratégias para solucionar o problema, como mudar a fisiologia da planta, foi um dos assuntos discutidos nesta quarta-feira (04) em um dos hubs do 14° Congresso Brasileiro do Algodão, evento promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que vai até o dia 5, em Fortaleza (CE).


Com coordenação do consultor técnico e especialista na cultura do algodoeiro, Ederaldo Chiavegato, o painel contou com a participação virtual da professora do departamento de Bioquímica e Centro de Inovação em Ciências Vegetais da Universidade de Nebraska (EUA), Katarzyna Glowacka. Ela atua na melhoria de culturas, como o milho e a soja, para que sejam resistentes a fatores de estresse, como a seca, excesso de frio, de luz solar ou baixos níveis de nitrogênio.


 “Fazemos mudanças moleculares nas plantas para ver como se traduzem com o objetivo de aumentar a tolerância a estresses abióticos. Um exemplo disso foi um método de fenotipagem que criamos, pela qual conseguimos ter uma planta que precisa de 11% menos de água, produzindo a mesma massa”, explica Katarzyna.


Na sequência, o pesquisador da Embrapa na Área de Ecofisiologia da Soja, José Salvador Simoneti Foloni, tratou sobre a tolerância das plantas a estresses abióticos, citando como exemplo as culturas da soja e do algodão no Cerrado. Ele destacou a grande perda de produtividade que o setor agrícola tem em função de estresses climáticos, como a seca, causada por uma combinação de déficit hídrico e altas temperaturas. Abordou ainda as respostas fisiológicas da planta, adaptação genética e os desafios da biotecnologia e melhoramentos genéticos.


“Nós precisamos aumentar o investimento para criação de ferramentas agronômicas que nos ajudem no enfrentamento do estresse abiótico causado pela seca. Isso tem impactado em perdas de produtividade para os agricultores brasileiros. Essas perdas são graves, os prejuízos são gigantescos e a tendência é piorar os problemas nas culturas anuais, como a do algodão”, afirma Foloni.

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