A estabilidade no fornecimento de algodão para a China e a capacidade de ampliar tanto a produção da fibra como a exportação de caroço e farelo foram os objetivos centrais da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) na Missão Ásia, realizada junto com a Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa) e com a Associação Matogrossense de Produtores de Algodão (Ampa). Nesta semana, uma comitiva brasileira esteve em Guanzhou (China) e Taipei (Taiwan) para uma série de agendas do Cotton Brazil, programa da Abrapa que promove o algodão brasileiro no exterior.
O diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, palestrou na plenária principal da China International Cotton Conference 2025 (CICC 2025), considerada um dos maiores eventos do setor de algodão da Ásia. Mostrando dados sobre a safra brasileira atual e as perspectivas de exportação, Duarte destacou os diferenciais da fibra brasileira e explicou o caminho traçado pelo Brasil até o posto atual de maior exportador mundial.
“Os compradores reconhecem o Brasil como um dos grandes players globais, sendo muito citado pelo enorme potencial de produção e pela evolução contínua tanto em termos de quantidade quanto de qualidade”, destacou o diretor. “Além disso, estamos nos tornando referência em produção responsável, rastreabilidade e qualidade”, disse.
A diversificação dos produtos exportados pelo cotonicultor brasileiro também esteve em pauta durante a Missão Ásia. “Existe um grande potencial para o Brasil ampliar as vendas externas de caroço e farelo de algodão também”, destacou o vice-presidente da Abrapa, Celestino Zanella.
Esse potencial ficou ainda mais claro durante a visita técnica ao Haid Group, conglomerado chinês especializado em nutrição animal. O grupo empresarial é o maior produtor de ração animal da China, e tem planos de investir em uma planta de esmagamento de caroço de algodão no Brasil.
Adido agrícola brasileiro em Pequim, Leandro Feijó acompanhou a comitiva brasileira na etapa chinesa e avaliou positivamente a experiência. “Fizemos muitos contatos com autoridades governamentais, além de importadores e traders. Reforçamos o fato de que o Brasil oferece segurança jurídica, transparência e uma sólida relação comercial para a China”, revelou.
Para Feijó, o potencial brasileiro de ampliar a produção agrícola sem desmatamento e a evolução da logística contribuem para que o País seja “um parceiro confiável, estável e comprometido com as demandas do mercado chinês de algodão”.
A agenda da Missão Ásia continua nesta segunda-feira (16/06), em Seul, capital da Coreia do Sul. Lá,será promovida uma edição do “Cotton Brazil Outlook”, em parceria com a Spinners & Weavers Association of Korea (SWAK), entidade que representa grande parte das empresas têxteis sul-coreanas. Atualmente, a SWAK é responsável por vender ao consumidor final aproximadamente 84% do total de algodão no país, e por importar 95% de toda pluma que chega à Coréia do Sul.
A Missão Ásia é uma iniciativa da Abrapa, através do programa Cotton Brazil, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea). O objetivo da missão é promover os potenciais do algodão brasileiro na Ásia, continente onde se encontram os principais importadores da fibra do Brasil.