Entre os dias 6 e 8 de maio, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) promoveu mais uma edição do Workshop Sistema de Climatização, voltado para os laboratórios integrantes do programa SBRHVI (Standard Brasil HVI). Com carga horária de 24 horas, o treinamento reuniu 30 profissionais diretamente envolvidos na rotina técnica dos laboratórios, além de técnicos do Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA).
Edson Mizoguchi, gerente do programa de qualidade da Abrapa, explica que o treinamento faz parte do Pilar 3 do SBRHVI, voltado à orientação técnica dos laboratórios. “A capacitação constante é essencial para garantir a excelência do nosso sistema de análise. Precisamos ter pessoas muito bem qualificadas na área de climatização para garantir a padronização das amostras e a confiabilidade dos resultados, que são a base para a comercialização justa da fibra brasileira”, afirma
A formação foi ministrada pela Refrigeração Ambiente, empresa com 27 anos de atuação e referência em projetos de climatização para laboratórios voltados ao setor algodoeiro. Michael de Oliveira, sócio-proprietário da empresa, reforça que, devido às características físicas do algodão — que é higroscópico, ou seja, absorve ou perde umidade conforme o ambiente —, é imprescindível que as análises ocorram em ambientes com controle rigoroso de temperatura e umidade. “O conhecimento técnico ajuda a mitigar e resolver os problemas antecipadamente”, explica.
O workshop também contou com a participação da Contemp, especializada em sensores e controladores. A empresa apresentou as tecnologias utilizadas no monitoramento e controle de temperatura e umidade, componentes fundamentais para o desempenho adequado das salas climatizadas.
Treinamento segue normas internacionais
Segundo Deninson Lima, especialista em análise de pluma do CBRA, os parâmetros de climatização seguem as normas internacionais ASTM D1776 e ISO 139, que orientam as condições ambientais ideais para ensaios têxteis. “Essas normas definem as faixas adequadas de temperatura e umidade relativa, que precisam ser rigorosamente mantidas para garantir a reprodutibilidade e a confiabilidade dos resultados entregues pelos diferentes laboratórios participantes do SBRHVI” explica.
Para Renato Marinho de Souza, gerente do Laboratório de Análises da Ampasul, o workshop teve um papel estratégico no aprimoramento técnico das equipes. “Esse tipo de capacitação é fundamental para que os laboratórios possam melhorar a segurança, eficiência e qualidade dos ambientes climatizados. Além disso, ambientes mais bem controlados também contribuem para a saúde ocupacional dos nossos colaboradores”, afirma.
Já Eduardo Oliveira, também sócio da Refrigeração Ambiente e responsável pela condução do curso, destacou que as boas práticas levam à otimização dos sistemas de climatização — tema central dos conteúdos abordados. “Essa otimização permite melhorar o uso de recursos e reduzir o consumo de energia, impactando diretamente os custos operacionais dos laboratórios”, afirmou.
Sobre o PQAB
O conteúdo técnico do curso foi estruturado para atender às demandas práticas do cotidiano dos laboratórios e levou em consideração apontamentos feitos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), dentro do Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB). O PQAB é a certificação oficial do governo federal que atesta os indicadores de qualidade do algodão nacional, tendo como base o SBRHVI — sistema desenvolvido pela Abrapa — somado à certificação da amostragem e ao controle externo realizado por fiscais do Mapa.