Meses após se consolidar como a maior exportadora de algodão do mundo, o Brasil deu um passo pioneiro rumo à descarbonização da sua cadeia produtiva. Graças à Footprint PRO Carbono, desenvolvida pela Bayer em parceria com a Embrapa e a Abrapa, a pegada de carbono do cultivo de algodão foi mensurada pela primeira vez no país, utilizando dados primários de produtores de Mato Grosso. A calculadora, que já avaliava cultivos de soja e milho, revelou uma emissão média de 329 kg CO2 eq/t de algodão, com potencial de redução de até 32%.
Essa iniciativa também busca estabelecer uma referência nacional para emissões na cadeia do algodão, incluindo derivados como óleo e biodiesel. O presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, destacou que o objetivo é fortalecer a posição do algodão brasileiro no mercado global e no programa Renovabio. A parceria técnica envolve ainda a Abiove, que integra dados de agricultores da Bahia e Goiás na fase inicial do projeto, reforçando os atributos sustentáveis da produção nacional.
Além do algodão, a Footprint PRO Carbono já está sendo aplicada na sojicultura. Em Santa Catarina, a Cooperalfa terá a pegada de carbono de seus grãos de soja monitorada a partir de 2025, abrangendo 5.000 hectares na primeira fase. A expectativa é alcançar emissões de 383 kg CO2 eq/t com intervenções agrícolas, demonstrando a eficiência do sistema brasileiro frente à média internacional.
O programa PRO Carbono também avança na inovação tecnológica com o Modelo Preditivo PRO Carbono, desenvolvido pela Bayer e Embrapa. Essa ferramenta promete simular a dinâmica de carbono no solo, reduzindo custos de análises e promovendo a agricultura conservacionista em larga escala. A validação internacional do programa, como no Scope 3 Standard Program da Verra, consolida o protagonismo do agronegócio brasileiro na mitigação climática e no mercado de carbono global.