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Sustentabilidade na base do protagonismo

18 de Dezembro de 2024

Aos olhos do mundo, o algodão brasileiro virou um case de sucesso. Afinal, como um país, em apenas um quarto de século, deixou a posição de um dos maiores importadores de algodão do mundo, para se tornar o maior exportador. E isso, diga-se, com metade da área que a cultura costumava ocupar no passado. Dentre os muitos motivos, que vão desde a profissionalização do cotonicultor e o aporte de novas tecnologias, graças à pesquisa científica intensiva, está a sustentabilidade. Para o algodão brasileiro, desde cedo, a sustentabilidade é um pilar, ou, como se diz na Abrapa, um compromisso. Sustentabilidade tem a ver com meio ambiente, tem a ver com gente, mas também diz respeito à saúde financeira dos negócios. É como um sistema que se retroalimenta, afinal, sem remuneração, o produtor não tem como investir em tecnologia, em boas práticas, em capacitação da mão de obra... e nestas circunstâncias, não tem negócio que dure, muito menos que se estenda por muitas gerações. Como em todos os anos, desde a fundação da Abrapa, a sustentabilidade foi foco, e também uma diretriz, que está na base de todos os demais programas da entidade, além é claro, do Algodão Brasileiro Responsável, o ABR, um dos protocolos de certificação de fibra produzida em parâmetros responsáveis, ou sustentáveis. Criado em 2012, o ABR está presente em mais de 80% da produção nacional, e desde 2020, vem ampliando sua atuação. Primeiro, para as Unidades Beneficiadoras de Algodão, com o ABR-UBA, e, desde o ano passado, para os terminais retroportuários, com o ABR-LOG.


Na safra 2023/24, mais de 3 milhões de toneladas de algodão foram certificadas pelo ABR. Isso representa 440 fazendas e, aproximadamente, 1,5 milhão de hectares. Essa certificação voluntária, auditada por órgãos independentes, posiciona o Brasil como referência global, em alinhamento com a Better Cotton (BC), a maior iniciativa de sustentabilidade no setor.


A certificação socioambiental eleva o padrão da pluma brasileira no mercado nacional e internacional, assegurando boas condições de trabalho e respeito ao meio ambiente em toda a cadeia, desde o campo até o porto.



Avanços na cadeia produtiva


Além do campo, o programa ABR-UBA certificou 47% das unidades beneficiadoras, o que representa 116 algodoeiras, promovendo eficiência, segurança e sustentabilidade no beneficiamento de 2,5 milhões de toneladas de algodão na safra 2023/2024. Nos terminais retroportuários, o ABR-LOG certificou 43% do volume movimentado, garantindo a integridade dos fardos destinados à exportação.


Cotton Day Santos


Em 06 de novembro, o Cotton Day Santos reuniu lideranças para debater melhorias no Porto de Santos, responsável por 95% dos embarques de algodão do Brasil. Com movimentação anual de 2,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado, o porto desempenha papel crucial no escoamento da produção crescente, processando de 110 a 120 mil contêineres por ano. O evento, promovido pela Associação Comercial de Santos (ACS), junto com a Abrapa, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), reforçou a importância de investimentos para sustentar o aumento contínuo das exportações.



Carbono: Uma Nova Fronteira


A cotonicultura brasileira também dá passos pioneiros no cálculo da pegada de carbono do algodão em caroço, pluma e óleo. E para isso, está desenvolvendo uma calculadora, a Footprint PRO Carbono, uma iniciativa desenvolvida em parceria com a Embrapa, Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e Bayer. Esse projeto, lançado em 27 de novembro, busca desenvolver perfis ambientais detalhados das principais regiões produtoras, reforçando o compromisso com práticas agrícolas responsáveis e alinhadas às exigências de mercados globais.



Compromisso com o Futuro


O Brasil deve manter a liderança de maior exportador de algodão em 2024/2025. A Abrapa prevê um aumento de aproximadamente 5,8% no volume de algodão beneficiado, consolidando sua posição no topo do ranking. Aliar inovação, sustentabilidade e governança, é, sem dúvida, a receita para a longevidade nesta posição.

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