A busca por melhorias em qualidade foi foco de mesa temática desta quarta-feira (04/09), durante o 14º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA). O evento, organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), está acontecendo até 05 de setembro no Centro de Eventos de Fortaleza (CE).
Coordenada pelo especialista em têxteis, Edmilson Santos, a discussão contou com as contribuições do agrônomo Fabio Echer e do especialista Jean Belot. O tema principal girou em torno das soluções para melhorar a qualidade da fibra do algodão brasileiro, com ênfase nas práticas de beneficiamento capazes de mitigar problemas relacionados à qualidade final.
Com mais de 25 anos de experiência no setor, Edmilson Santos destacou que a presença de fibras curtas acarreta um impacto significativo no custo de produção da indústria têxtil, além de afetar a eficiência operacional. "Essas fibras resultam em um tecido mais áspero, propenso à formação de ‘bolinhas´ durante o processo de lavagem, o que compromete a qualidade do produto", explicou.
O engenheiro agrônomo, Jean Belot apresentou resultados de ensaios e pesquisas. Ele ressaltou a importância de maximizar o potencial da planta antes da colheita, destacando que 38,6% dos fardos analisados estão abaixo do parâmetro desejado. "Queremos um material com o mínimo de deságio possível", afirmou Belot.
O pesquisador chamou a atenção para os cuidados na interpretação dos dados das salas de classificação. "Não adianta produzir uma fibra de qualidade se não tomarmos medidas para evitar a contaminação", enfatizou.
O agrônomo Fabio Echer trouxe ao CBA um paralelo entre produtividade e qualidade, discutindo a fisiologia da formação da fibra, o impacto dos estresses nas características da fibra e as práticas de manejo necessárias para otimizar o desempenho da planta.