O melhoramento genético do algodoeiro é um processo que busca incrementar a produtividade, a qualidade da fibra e a resistência da planta a doenças e pragas. Pode ser feito de forma natural, via cruzamento, ou por manipulação genética. As técnicas disponíveis no mercado e suas aplicações na lavoura foram o foco do debate desta quarta (04) no hub “Os desafios e as novas ferramentas para melhorar as cultivares de algodão”, que integra o 14° Congresso Brasileiro do Algodão, promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que acontece até esta quinta (05), em Fortaleza (CE).
O coordenador do encontro foi o gerente de tecnologia para os programas de melhoramento da BASF na América Latina, Murilo Maeda. Ele falou sobre a evolução das ferramentas de fenotipagem por sensores. Segundo Maeda, a fenotipagem - processo de observar e quantificar as características físicas e bioquímicas das plantas – é essencial para o entendimento da sua performance, bem como para a seleção por características de interesse. “A fenotipagem veio para ajudar a gente a fazer a seleção de materiais com base nas características de interesse demandadas pelo mercado”, diz Maeda.
Já o pesquisador e coordenador do Programa de Melhoramento Genético do Algodoeiro da Embrapa, Camilo de Lelis Morello, falou sobre a solução dos desafios por meio do melhoramento genético clássico do algodoeiro. O palestrante destacou a importância da amostragem correta, da fidelidade dos dados; sobre os adventos das ferramentas moleculares, a fenotipagem e a importância dos equipamentos que são usados na experimentação no plantio e na colheita. “Nós precisamos de todos estes dados para tomadas de decisão no processo de melhoramento”, explica Morello.
Por fim, o melhorista em genética molecular em algodão na Tropical Melhoramento & Genética (TMG), Pedro Henrique Araujo Diniz, falou sobre a seleção genômica para o melhoramento do algodoeiro. Essa seleção é uma ferramenta que permite identificar os indivíduos superiores com base nas suas características genéticas. “Isolamos o fator genético de indivíduos através de marcadores moleculares para identificar aqueles com melhor mérito genético com o objetivo de desenvolver espécies resistentes a doenças, com qualidade da fibra superior e altos níveis de produtividade”, afirma Diniz.