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Painel apresenta ocorrência e manejo de nematoides no algodoeiro

03 de Setembro de 2024

Para uma cultura desenvolvida ao longo dos anos, com o uso intensivo de novas tecnologias, a presença de nematoides nas lavouras de algodão tem sido um desafio para os produtores brasileiros. Os altos investimentos em tecnificação contrastam com as perdas ocasionadas por esses parasitas extremamente temidos nas áreas de produção em todo o país.


O manejo desses organismos não é fácil, mas, para Rafael Galbieri, coordenador do Departamento de Fitopatologia/Nematologia do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA), existem alternativas para diminuir a população de nematoides e minimizar os impactos negativos. Elas foram abordadas pelo pesquisador que trouxe os resultados de ensaios realizados para analisar o tema cientificamente. “O investimento em melhoramento genético para produção de cultivares resistentes é uma das saídas para o produtor, assim como o uso de nematicidas com dosagens adequadas”, destacou o coordenador do painel elencando algumas dificuldades no manejo como a alta persistência no solo, a distribuição da ocorrência, sem sintomas claros nas raízes e a sucessão soja/algodoeiro como obstáculos a serem superados.


A mesma posição foi defendida por Guilherme Asmus, Engenheiro Agrônomo e pesquisador em Nematologia da Embrapa Agropecuária Oeste, que apresentou dados de 2023 sobre os nematoides mais encontrados nas lavouras. Em primeiro lugar aparece a espécie Pratylenchus, seguida pelas espécies Rotylenchulus e Meloidogyne, nematoides patogênicos do algodoeiro. “Como existem diversas espécies e variedades, identificar a ocorrência de cada um deles ainda é um desafio. Ou seja, há subnotificação e isso é preocupante”, alertou o pesquisador. “Estamos vivendo um novo momento na nematologia por conta da alta capacidade de multiplicação, da agressividade e da ocorrência deles em diversas culturas”, disse Asmus, frisando algodão, soja, melão, abacaxi, feijão e maracujá entre as culturas mais afetadas.


Trabalhando há 22 anos com o tema, o Engenheiro Agrônomo e pesquisador da Embrapa Algodão, Nelson Suassuna, fez um histórico sobre as fontes de resistência e os esforços mundiais por melhoramento genético. Entre as ferramentas mais utilizadas para essa finalidade, a avaliação fenotípica, a avaliação em condições de campo e a seleção assistida por marcadores moleculares foram apontadas como as mais importantes pelo pesquisador. “Na melhor das hipóteses e, dando tudo certo, o tempo necessário para a obtenção de uma cultivar de qualidade é de, no mínio, seis anos”, informou Suassuna, enfatizando que, de todos os nematoides identificados nas pesquisas, o produtor deve estar atento à espécie Meloidogyne enterolobii.



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