Entender profundamente o que isto significa está na base da estratégia de busca de um protagonismo duradouro. Pela importância do desafio, "protagonismo" será o foco das duas plenárias másters do primeiro dia do 14º Congresso Brasileiro do Algodão, promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), nos próximos dias 03, 04 e 05 de setembro, em Fortaleza/CE.
Intituladas "O algodão brasileiro em foco: perspectivas do mercado internacional" e "Décadas de desafios e oportunidades: o protagonismo do algodão brasileiro na visão dos grupos agrícolas nacionais", elas trarão como convidados nomes de peso, nacionais e internacionais, para debater a questão sob os seus pontos de vista.
O primeiro painel terá, como convidados, representantes de algumas das mais representativas entidades do algodão no mundo. Dentre elas, a International Textile Manufacturers Federation (ITMF) e o International Cotton Advisory Committee (ICAC), além da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), com participação do presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, e do analista de mercado americano Ron Lawson. A mediação ficará por conta do diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte.
Na sequência, será a vez dos produtores debaterem protagonismo, seus desafios e oportunidades num encontro entre os representantes de importantes grupos agrícolas, como SLC, Amaggi, Scheffer, Horita e GMS, sob a mediação do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
Voz e peso
Embora, recentemente, o Brasil tenha chegado ao topo do ranking dos exportadores - pelo menos cinco anos antes do esperado-, o protagonismo, nas palavras do presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, é "mais do que isso".
"Quando a Abrapa foi criada, há 25 anos, o Brasil era o segundo maior importador do mundo, e nem sonhávamos que um dia chegaríamos tão longe. Para piorar, éramos desacreditados, como origem e como produto. Trabalhamos duro e investimos na produtividade, na rastreabilidade e na qualidade, abraçamos a sustentabilidade e hoje o Brasil tem voz e peso no mercado", explica. "Não podemos nos acomodar. Precisamos continuar evoluindo para que, toda vez que o mundo pensar em algodão, automaticamente lembre do Brasil", explica Schenkel.
Para Roberto Rodrigues, o protagonismo já foi alcançado, e agora precisa ser mantido. "Considero que dois fatores são fundamentais, a qualidade e a constância. Temos de estar sempre presentes no mercado, oferecendo o que é demandado, em volume e qualidade adequadas. Para isso, continuar investindo, e cada vez mais, em ciência e tecnologia, para reduzir custos e ser mais competitivo. Com custo menor e quantidade maior", acredita Rodrigues.
O moderador, Marcelo Duarte, acredita que haja espaço para mais. "O Brasil assumiu a primeira posição do ranking de exportação no mundo e precisa que o algodão seja uma commodity bem aceita, bem comercializada, para que a gente consiga exercer o nosso potencial, já que, de todos os produtores, o Brasil é o único país do globo que ainda que tem potencial de crescimento diário", avalia o mediador.