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Estratégia de futuro pauta a Missão Compradores, que termina neste final de semana

02 de Agosto de 2024

Após sete dias de agenda intensa e viagens por três dos maiores estados produtores de algodão do Brasil, a “Missão Compradores” chega ao fim neste final de semana. Com mais um saldo positivo, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) fecha a oitava edição do intercâmbio certa de ter criado relações mais prósperas com os países visitantes - Bangladesh, China, Colômbia, Honduras, Índia, Coréia do Sul, Ilhas Maurício, México, Paquistão, Turquia, EUA e Vietnã.


A visão de futuro está no DNA da “Missão Compradores”, explica o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero. “A missão é uma iniciativa muito estratégica. Com ela, queremos construir relações de confiança e de longo prazo com os principais compradores de algodão no mundo. Por isso, fazemos questão de trazê-los ao Brasil e mostrar o que temos de melhor quanto à qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade”, analisou o executivo.


Esse modelo de promoção internacional e desenvolvimento de mercados construído pela Abrapa com o Cotton Brazil tem sido bem avaliado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) – parceira na iniciativa. “É muito importante que os produtos brasileiros tenham uma marca forte no exterior. O algodão é um dos cases de sucesso desse branding internacional, porque está sendo desenvolvido com muito profissionalismo e já entregando belos resultados”, analisou o presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana.


Na safra 2023/24, o Brasil alcançou a marca de terceiro maior produtor mundial (com estimativa de produzir cerca de 3,7 milhões de toneladas de pluma) e maior exportador mundial – com exportações estimadas em cerca de 2,6 milhões de toneladas.


Neste ano, a “Missão Compradores” contou com uma inovação: uma reunião de feedback com os importadores apontando aspectos a serem aperfeiçoados. “A cotonicultura brasileira está numa jornada de crescimento e evolução. Temos desafios para superar e ouvi-los é muito enriquecedor”, afirmou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa.


A união das diferentes nações presentes na Missão Compradores na defesa do algodão foi destacada por Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa e responsável pelo Cotton Brazil. “O grupo fez uma grande discussão sobre como aumentar a demanda mundial, afinal é um produto sustentável, renovável e biodegradável. Esse é o nosso grande desafio como setor”, enfatizou.


Na quinta (01), a agenda da missão começou pela fazenda Pamplona, em Luziânia (GO) – propriedade do grupo SLC, que nesta safra plantou 188 mil hectares de algodão com previsão de colher mais de 360 mil toneladas. A participação na “Missão Compradores” já está no calendário anual do grupo. “É estratégico para nós porque os clientes conhecem nosso processo de produção sustentável e rastreável. Com isso, adquirem mais confiança no Brasil como um fornecedor estável e de alta qualidade”, avaliou Aurélio Pavinato, CEO da SLC Agrícola.


Emre Akran, da Turquia, acompanhou de perto as demonstrações na fazenda Pamplona e se interessou particularmente pela forma como os lotes de algodão são separados. “Eles têm um software próprio que faz a segregação do lote de acordo com o que o comprador solicita, e a partir da classificação visual e da instrumental, pelo HVI. Isso foi muito interessante”, afirmou Akran.


A comitiva internacional visitou também o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), em Brasília. Oportunidade ímpar para disseminar os cuidados do Brasil com a classificação do algodão, observou Edson Mizoguchi, gestor dos programas de qualidade da Abrapa. “Os clientes percebem as melhorias obtidas ano a ano e isso dá mais confiança e credibilidade nos negócios com o Brasil”, enfatizou. “Hoje, temos um Sistema de Gestão de Qualidade que garante a competência técnica das análises e contamos com a certificação do algodão pelo Ministério da Agricultura, outra importante conquista”, citou.


Esse cuidado com a classificação do algodão foi percebido pelos importadores. “Vimos que o centro brasileiro é um balizador da qualidade do algodão no Brasil, porque ele guia todos os laboratórios para que eles tenham alta confiabilidade nos resultados (da análise feita) por HVI. E é exatamente disso que a gente precisa: de análises confiáveis. Assim, eu posso tomar a melhor decisão e ter o melhor aproveitamento da fibra na indústria têxtil”, explicou Jamil Uddin, de Bangladesh.


A “Missão Compradores” começou a ser realizada em 2015 pela Abrapa. Neste ano, recebeu apoio das associações estaduais de produtores de algodão de Mato Grosso (Ampa), Bahia (Abapa) e Goiás (Agopa). O intercâmbio faz parte do Cotton Brazil, que além da parceria com a Apex-Brasil recebe apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).

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