A Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) reuniu mais de 60 empresários e investidores da indústria têxtil da Indonésia em um seminário de negócios, nesta segunda (26), na capital, Jacarta. A iniciativa fechou a primeira parte da Missão Indonésia-Bangladesh, intercâmbio internacional que aproxima os cotonicultores e traders do algodão brasileiro de lideranças empresariais das nações mais relevantes para o mercado da fibra.
O seminário “Cotton Brazil Outlook Jacarta” foi promovido pela Abrapa, em parceria com a Embaixada Brasileira em Jacarta, e superou a meta inicial de convidados, refletindo o bom relacionamento entre os dois países. “Ao longo dos anos, o algodão brasileiro vem mostrando resiliência na competitividade e tem segurado uma boa fatia do mercado indonésio”, observou Bruno Breitenbach, adido agrícola brasileiro na Indonésia.
No ano comercial 2022/2023, 23% das importações de algodão feitas pelos indonésios tiveram o Brasil como origem. No total, a Indonésia adquiriu 362 mil toneladas nesta temporada, para abastecer sua indústria têxtil, que foi responsável por 1,7% da exportação global de roupas, em 2022. Atualmente, o país é o sétimo maior importador de pluma no mundo.
As boas relações no comércio de algodão entre as duas nações não são de agora. “A Indonésia é um país com longo histórico de confiança no nosso algodão”, enfatizou o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, durante o seminário.
Além da oportunidade de ampliar as relações e gerar novos negócios entre produtores e industriais, o “Cotton Brazil Outlook Jacarta” permitiu que a Abrapa apresentasse as novidades mais recentes da safra 2022/2023, recém-colhida no Brasil. “Nossa missão foi mostrar as expectativas para a safra 2023/2024 e as inovações em sustentabilidade e rastreabilidade no Brasil”, explicou Schenkel.
Entre os diferenciais da cotonicultura brasileira, está a rastreabilidade do produto desde a fazenda até a usina de beneficiamento. Na última safra, mais de 80% da produção recebeu certificação socioambiental e a colheita é feita totalmente de forma mecanizada no país, o que evita a contaminação do produto.
“Na temporada 2022/2023, o Brasil evoluiu em todos os indicadores de qualidade do algodão em relação à safra anterior”, destacou o presidente da Abrapa. No País, 100% da fibra produzida passa por análise laboratorial por equipamentos de alto volume (High Volume Instrument - HVI) – padrão internacional de classificação da pluma.
O Brasil atualmente é o terceiro maior produtor e segundo maior exportador mundial de algodão, com estimativa de embarcar 2,34 milhões de toneladas no ciclo comercial de 2023/2024.
Até 1º de março, o grupo brasileiro de cotonicultores e exportadores cumpre agendas em Bangladesh, maior importador mundial e segundo maior mercado do produto brasileiro. Reuniões comerciais, encontros de negócios e uma edição do seminário “Cotton Brazil Outlook Dhaka” serão realizados no país. Entidades setoriais, órgãos públicos e empresários são público alvo da comitiva.
A Missão Indonésia-Bangladesh é uma das ações de promoção internacional realizadas pelo Cotton Brazil, marca que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global. O programa foi idealizado pela Abrapa e é realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e com apoio da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea).