Além dos grãos, o USDA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, também afirma que vamos superar os americanos no próximo ano no algodão. Da mesma forma a ABIA, Associação Brasileira da Indústria de Alimentos informa que superamos os Estados Unidos como maior exportador de alimentos industrializados, porém ainda ficamos no 5º lugar no ranking de valor, evidenciando a oportunidade de agregação de valor que precisamos criar.
Brasil primeiro na soja, no café, no açúcar, no suco de laranja na produção e exportação. O maior do mundo na exportação de carne bovina, da carne de frango. O maior do mundo hoje na exportação do milho, o segundo do mundo na produção e exportação do etanol, segundo maior exportador de algodão, e passaremos a ser o terceiro maior produtor também no algodão atrás somente da China e da Índia.
E vale ressaltar na história do algodão que chegamos a uma situação muito ruim nessa cultura no fim dos anos 80, início dos anos 90, nos transformamos na época no 2º maior importador de algodão do planeta. Mas, de lá pra cá, revertemos totalmente essa condição, e somos o 2º maior exportador, e vale uma menção honrosa à organização dos produtores como a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) e seus elos como a da Bahia. O algodão brasileiro tem modernidade não só tecnológica, mas também exigências de compliance ambiental e de responsabilidade social.
Também lideramos no setor de florestas plantadas, com papel e celulose e somos ainda o maior exportador de fumo. O 3º maior produtor de frutas do planeta, enfim com importância em diversos outros produtos como a palma, o dendê, arroz, feijão, seringueira/borracha, retomada no cacau com o bioma amazônico, crescimento do amendoim, bioenergia, e com forte potencial de crescimento no trigo, no pescado, lácteos, e já ganhando prêmios nos vinhos e até nos azeites. E tudo isso sem colocar na conta ainda a contabilidade potencial da bioeconomia.
Sem dúvida a revolução criativa tropical brasileira no campo de um agroconsciente é inegável, só precisamos de foco especial na agroindustrialização e agregação de valor percebida junto aos mercados mundiais, além da solução de dramas infraestruturais como logística, armazenagem seguro e planejamento estratégico sério e profundo na segurança de fertilizantes, química, e da genética tendo até como necessidade premente às mudanças climáticas, também nos chips semicondutores para mecanização e digitalização, diversificação de produtos e mercados e segurança alimentar interna da própria população.
Sem dúvida USDA reconhece nosso protagonismo na agropecuária, a tecnologia tropical brasileira é um fato concreto para o mundo todo admirar. Mérito aos recursos humanos do país que fizeram isso acontecer.
E temos muito a ser feito, o Brasil pode e o mundo pede.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão com citação à Abrapa.
Acesso em: https://tejon.com.br/blog/eldoradoestadao-usda-reconhece-lideranca-do-brasil-nos-graos