O Movimento Sou de Algodão promoveu, na quinta-feira (06/10), uma live com Marcio Portocarrero, diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), e Alderi Emídio de Araújo, chefe geral da Embrapa Algodão, que teve a mediação de Luciano Thomé e Castro, sócio-diretor da Markestrat Group, com o objetivo de esclarecer as diferenças entre os conceitos de algodão orgânico, agroecológico, naturalmente colorido e responsável, além de expor como o Brasil é referência no mundo em responsabilidade socioambiental. O encontro, realizado pela plataforma Zoom, foi destinado aos profissionais das mais de 1.100 marcas e universidades parceiras, apoiadores e finalistas do 2º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores.
Na abertura, o mediador apresentou alguns números referentes à última safra, quando o Brasil produziu 2,5 milhões de toneladas de algodão, sendo que 86% já saiu das fazendas com certificação socioambiental ABR. No mesmo período, o consumo da indústria têxtil nacional foi de 750 mil toneladas de pluma e mais de 1,5 milhão de empregos foi gerado pela cadeia, que inclui a produtiva e a têxtil.
"Somos líderes mundiais na adoção do sistema de plantio direto, tecnologia que permitiu o desenvolvimento da agricultura na região do cerrado brasileiro, preservação da qualidade biológica, química e física dos solos utilizados pela agricultura, e o uso de rotação de culturas e agricultura de precisão. Em relação à produtividade das nossas lavouras, obtemos em média 1.850 kg de pluma por hectare, enquanto os produtores dos EUA conseguem colher em média 950 kg. Podemos concluir que os produtores brasileiros são muito mais eficientes e conseguem obter o dobro de produção em comparação com os produtores americanos, possibilitando uma potencialização do uso/ocupação das áreas produtivas", explicou Portocarrero.
Um dos assuntos abordados na conversa, o algodão orgânico, que vem conquistando o interesse de marcas e da indústria, ganhou destaque. O chefe geral da Embrapa comentou que é uma alternativa para que os produtores do semiárido não deixassem o negócio, mas que ele não possui condições de produção em larga escala. "Em grande quantidade é muito difícil. A alternativa foi o algodão colorido, que já existe na natureza, mas as características que permitem a viabilidade de transformar em tecido de qualidade, não eram adequadas. Por isso, iniciamos o programa de melhoramento para incorporar essas características e permitir que fosse feito tecido de qualidade com esse algodão. Como o colorido é produzido sem aplicação de pesticidas, despertou o interesse em começar a produzir algodão branco da mesma forma", explica.
Para saber mais detalhes do que foi abordado no aulão e assistir na íntegra a conversa, é só acessar este link.