Na tarde desta quarta-feira (17), os participantes do 13º Congresso Brasileiro do Algodão, que acontece em Salvador, puderam conferir uma palestra sobre a melhor estratégia de manejo para plantas daninhas resistentes a herbicidas. A Sala Temática teve como coordenador o pesquisador do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt), responsável pelo Departamento de Proteção de Plantas. O CBA está sendo realizado no Centro de Convenções de Salvador e será encerrado nesta quinta-feira (18).
A discussão contou com apresentações do professor Anderson Luís Cavenaghi, da Univag (MS), do pesquisador e consultor Autieres Faria e do professor Rubem Oliveira, da Universidade de Maringá. Cavenaghi fez uma palestra sobre Levantamento de plantas daninhas resistentes no sistema algodoeiro. Segundo o professor, a Conyza spp, a Eleusine indica e a Amaranthus spp estão entre principais plantas daninhas que prejudicam a cultura.
“Essas são algumas plantas que os manejos normalmente utilizados não controlam, muitas vezes pela presença de resistência aos herbicidas”, explica. Para prevenir o surgimento dessas plantas no algodão, ele sugere algumas práticas. “O ideal é tentar investigar o que está acontecendo, coletando amostras e enviando para instituições de monitoramento de resistência para que seja possível confirmar e estudar a possibilidade de alteração dos mecanismos de ação utilizados na área”, afirmou.
O professor Rubem Oliveira fez palestra sobre Manejo de plantas daninhas resistentes ou de difícil controle. “Não deixar para o algodão os problemas que podem ser resolvidos na soja e não para a soja os problemas que você pode resolver na dessecação”, enfatizou Oliveira. Destacou ainda que, para evitar os prejuízos das plantas daninhas, uma combinação de estratégia é melhor que um herbicida perfeito, “porque uma hora ele vai gerar resistência”.
Por sua vez, o pesquisador Autieres Faria falou sobre Falha no controle: resistência ou deficiência na tecnologia de aplicação?. “A cada ano vemos o custo do manejo aumentando no Brasil. A cada ano, fazemos mais aplicação de herbicidas. Mas cadê nosso histórico de plantas daninhas?”, questionou Faria.
Ele chamou atenção para o fato de que, em geral, o problema da planta daninha só é percebido quando já está muito acentuado. “Outro problema é que não adianta fazer nosso controle se o vizinho não faz. A planta daninha hoje no país é um indicador de biodeficiência técnica operacional”, pontuou o pesquisador.