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Abrapa conclui primeira fase do projeto Cotton Brazil

05 de Julho de 2021

Ações de promoção da pluma brasileira aproximaram produtores do mercado asiático


Ações de promoção da pluma brasileira aproximaram produtores do mercado asiático


Com o fim de mais uma rodada de encontros com potenciais compradores da pluma brasileira na Ásia, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) encerra, esta semana, o primeiro ciclo do projeto Cotton Brazil. Fruto da parceria do setor produtivo com o governo federal, a iniciativa foi lançada em 2020 com o objetivo de promover internacionalmente a fibra produzida no Brasil e posicionar o País como maior exportador mundial de algodão até 2030.


Ao longo do mês de junho, foram realizados diversos eventos com o objetivo de estreitar o relacionamento com os principais clientes internacionais e apresentar indicadores finais da safra 2019/2020 de algodão e as perspectivas para o ciclo 2020/21 aos principais mercados asiáticos - região que concentra grande parte da produção têxtil mundial e destino de 99% das exportações brasileiras da pluma.


A ação, chamada de Cotton Brazil Harverst 2021 Roundtable, reuniu 921 representantes da indústria têxtil asiática em webinars em Bangladesh, Turquia, Paquistão, Coréia do Sul, Vietnã, Indonésia e Índia e um evento presencial na China, a China International Cotton Conference. Juntos, os oito países importaram 1,79 milhão de toneladas de algodão brasileiro na safra 2019/20, de uma produção total de 3 milhões de toneladas.


"A partir desse overview, ouvimos o que os industriais de cada país priorizam na hora de comprar nosso algodão e abrimos diálogo para futuras parcerias, principalmente no que se refere a aspectos técnicos", avalia o diretor de relações internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte.


Ações estratégicas


O projeto setorial de promoção de exportações do algodão brasileiro teve início com o mapeamento dos mercados prioritários e do perfil dos públicos-alvo. A partir daí, a Abrapa e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) partiram para o planejamento e a execução de um amplo plano de promoção do algodão brasileiro na Ásia, com apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e de Relações Exteriores (MRE).


Para estar mais perto dos principais compradores, a associação abriu um escritório em Singapura, um dos maiores hubs logísticos do sudeste asiático e centro financeiro e comercial da região.  Entre dezembro do ano passado e março deste ano, a base internacional promoveu uma primeira rodada de 10 webinars, denominados Cotton Brazil Outlook, que apresentaram a cadeia produtiva brasileira a 1155 potenciais clientes de oito países: China, Bangladesh, Vietnã, Turquia, Paquistão, Indonésia, Índia e Coréia do Sul. A ação incluiu um evento presencial, na cidade chinesa de Qingdao, com 350 participantes.


"Assim que houver condições, faremos outros eventos presenciais e retomaremos as Missões Compradores e Vendedores, trazendo potenciais clientes para conhecer a cadeia produtiva brasileira e levando os nossos produtores para conhecer o modelo de negócio e as necessidades dos principais destinos compradores de algodão no mundo", diz Duarte.


O estreitamento de relações diplomáticas e comerciais com entidades locais do setor é outra frente de atuação do Cotton Brazil. Com este objetivo, já foram realizadas nove reuniões com embaixadas do Brasil e nos mercados-alvo e outras nove com as principais lideranças locais do setor industrial têxtil, como as associações API (Indonésia), VCOSA (Vietnã), APTMA (Paquistão), CITI e ICAL (Índia), SWAK (Coreia do Sul), BCA (Bangladesh), e CNCE (China).


A aproximação propiciou a assinatura de dois termos de cooperação com importantes organizações do setor têxtil na Ásia: a Confederação Indiana de Têxteis (CITI), a China National Cotton Exchange (CNCE) e a China Cotton Association (CCA), promotora da China International Cotton Conference. A China já é o principal cliente do algodão brasileiro. Entre 2011 e 2021, os embarques para a China aumentaram 792% e os números só crescem.


Presença digital


O plano de promoção da pluma brasileira no exterior inclui uma robusta plataforma de Business Inteligence, que reúne as principais informações e indicadores da cadeia produtiva do algodão no Brasil e no mundo, produzidas por renomadas instituições como ABARES (Austrália), Câmara Setorial do Algodão e seus Derivados, CEPEA, Comtrade, Cotlook, ICAC, ICE Futures, IMEA, ITC, Ministério da Economia e USDA.  São 2,7 bilhões de dados, que auxiliam os gestores da cadeia do algodão na tomada decisões.


Completa o projeto uma forte atuação em canais de comunicação digital. Nesse sentido, foi desenvolvido um site em nove idiomas e vem sendo intensificada a presença nas mídias sociais dos países-alvo. Recentemente, o Cotton Brazil ganhou uma conta no WeChat, aplicativo de troca de mensagens utilizado massivamente na China.


"Nosso maior desafio, a partir de agora, será manter a tendência de ampliação da produção e, consequentemente, da exportação, melhorando a qualidade e a sustentabilidade a cada safra", afirma o presidente da Abrapa, Júlio Busato. "Em breve, o Brasil será o maior fornecedor global de algodão, reconhecido mundialmente pela qualidade, sustentabilidade e padrão tecnológico de seu produto. No médio prazo, nos tornaremos o maior produtor mundial", acredita.

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