Ações de promoção da pluma brasileira aproximaram produtores do mercado asiático
Ações de promoção da pluma brasileira aproximaram produtores do mercado asiático
Com o fim de mais uma rodada de encontros com potenciais compradores da pluma brasileira na Ásia, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) encerra, esta semana, o primeiro ciclo do projeto Cotton Brazil. Fruto da parceria do setor produtivo com o governo federal, a iniciativa foi lançada em 2020 com o objetivo de promover internacionalmente a fibra produzida no Brasil e posicionar o País como maior exportador mundial de algodão até 2030.
Ao longo do mês de junho, foram realizados diversos eventos com o objetivo de estreitar o relacionamento com os principais clientes internacionais e apresentar indicadores finais da safra 2019/2020 de algodão e as perspectivas para o ciclo 2020/21 aos principais mercados asiáticos - região que concentra grande parte da produção têxtil mundial e destino de 99% das exportações brasileiras da pluma.
A ação, chamada de Cotton Brazil Harverst 2021 Roundtable, reuniu 921 representantes da indústria têxtil asiática em webinars em Bangladesh, Turquia, Paquistão, Coréia do Sul, Vietnã, Indonésia e Índia e um evento presencial na China, a China International Cotton Conference. Juntos, os oito países importaram 1,79 milhão de toneladas de algodão brasileiro na safra 2019/20, de uma produção total de 3 milhões de toneladas.
"A partir desse overview, ouvimos o que os industriais de cada país priorizam na hora de comprar nosso algodão e abrimos diálogo para futuras parcerias, principalmente no que se refere a aspectos técnicos", avalia o diretor de relações internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte.
Ações estratégicas
O projeto setorial de promoção de exportações do algodão brasileiro teve início com o mapeamento dos mercados prioritários e do perfil dos públicos-alvo. A partir daí, a Abrapa e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) partiram para o planejamento e a execução de um amplo plano de promoção do algodão brasileiro na Ásia, com apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e de Relações Exteriores (MRE).
Para estar mais perto dos principais compradores, a associação abriu um escritório em Singapura, um dos maiores hubs logísticos do sudeste asiático e centro financeiro e comercial da região. Entre dezembro do ano passado e março deste ano, a base internacional promoveu uma primeira rodada de 10 webinars, denominados Cotton Brazil Outlook, que apresentaram a cadeia produtiva brasileira a 1155 potenciais clientes de oito países: China, Bangladesh, Vietnã, Turquia, Paquistão, Indonésia, Índia e Coréia do Sul. A ação incluiu um evento presencial, na cidade chinesa de Qingdao, com 350 participantes.
"Assim que houver condições, faremos outros eventos presenciais e retomaremos as Missões Compradores e Vendedores, trazendo potenciais clientes para conhecer a cadeia produtiva brasileira e levando os nossos produtores para conhecer o modelo de negócio e as necessidades dos principais destinos compradores de algodão no mundo", diz Duarte.
O estreitamento de relações diplomáticas e comerciais com entidades locais do setor é outra frente de atuação do Cotton Brazil. Com este objetivo, já foram realizadas nove reuniões com embaixadas do Brasil e nos mercados-alvo e outras nove com as principais lideranças locais do setor industrial têxtil, como as associações API (Indonésia), VCOSA (Vietnã), APTMA (Paquistão), CITI e ICAL (Índia), SWAK (Coreia do Sul), BCA (Bangladesh), e CNCE (China).
A aproximação propiciou a assinatura de dois termos de cooperação com importantes organizações do setor têxtil na Ásia: a Confederação Indiana de Têxteis (CITI), a China National Cotton Exchange (CNCE) e a China Cotton Association (CCA), promotora da China International Cotton Conference. A China já é o principal cliente do algodão brasileiro. Entre 2011 e 2021, os embarques para a China aumentaram 792% e os números só crescem.
Presença digital
O plano de promoção da pluma brasileira no exterior inclui uma robusta plataforma de Business Inteligence, que reúne as principais informações e indicadores da cadeia produtiva do algodão no Brasil e no mundo, produzidas por renomadas instituições como ABARES (Austrália), Câmara Setorial do Algodão e seus Derivados, CEPEA, Comtrade, Cotlook, ICAC, ICE Futures, IMEA, ITC, Ministério da Economia e USDA. São 2,7 bilhões de dados, que auxiliam os gestores da cadeia do algodão na tomada decisões.
Completa o projeto uma forte atuação em canais de comunicação digital. Nesse sentido, foi desenvolvido um site em nove idiomas e vem sendo intensificada a presença nas mídias sociais dos países-alvo. Recentemente, o Cotton Brazil ganhou uma conta no WeChat, aplicativo de troca de mensagens utilizado massivamente na China.
"Nosso maior desafio, a partir de agora, será manter a tendência de ampliação da produção e, consequentemente, da exportação, melhorando a qualidade e a sustentabilidade a cada safra", afirma o presidente da Abrapa, Júlio Busato. "Em breve, o Brasil será o maior fornecedor global de algodão, reconhecido mundialmente pela qualidade, sustentabilidade e padrão tecnológico de seu produto. No médio prazo, nos tornaremos o maior produtor mundial", acredita.