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Paquistão e Coréia do Sul pretendem intensificar importações da pluma brasileira

18 de Junho de 2021

Intenção foi manifestada, esta semana, em webinars da Cotton Brazil Harvest 2021 Roundtable 


O reaquecimento do consumo tem deixado indústrias têxteis e fiações por todo o mundo otimistas. A notícia é positiva para aos cotonicultores brasileiros, que ouviram de empresários paquistaneses e sul-coreanos a intenção de ampliar a produção com a fibra nacional.



O diálogo com os dois países ocorreu, esta semana, durante a Cotton Brazil Harvest 2021 Roundtable, promovida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).



"Nossa indústria está rodando em capacidade total, desde julho do ano passado. Em 15 anos, não vi tanto entusiasmo como agora", afirmou Adeel Tata, diretor de operações da TATA Pakistan, uma das principais indústrias têxteis paquistanesas, durante o encontro virtual. Atualmente, o Paquistão é o terceiro maior comprador de algodão brasileiro, respondendo por 12% de marketshare.



O aumento na capacidade das indústrias têxteis paquistanesas, somado à diminuição da produção local de algodão, explica o incremento de 545% nas compras da fibra brasileira, nos últimos 10 anos. No acumulado do ciclo 2020/21 – até maio deste ano – o volume já atingiu 265,7 mil toneladas, contra 42,5 mil toneladas, na temporada 2009/10.



Pensando no futuro da parceria, o empresário Adeel Tata reforçou a importância de preços acessíveis e de uma visibilidade maior para a sustentabilidade da produção brasileira . "Em minha viagem ao Brasil, fiquei com ótima impressão, pois os agricultores têm reservas naturais dentro de suas propriedades. As áreas de preservação ambiental em meio às plantações são incríveis e me deixaram muito satisfeito", lembrou Tata.



A disposição em fortalecer a parceria com o Brasil também foi manifestada no webinar com empresários da Coréia do Sul.  "Desde o último trimestre do ano passado, a tendência é de alta", informou o presidente da Spinners and Weavers Association of Korea (SWAK), Joon Kim. Segundo ele, há meses a capacidade de fabricação de tecidos e vestuário tem se ampliado. "E ainda há demanda para ser atendida", reiterou.



As importações tendem a continuar, segundo Howard Yoo, da Di Dong Il. "Gostaríamos de manter a conexão e a colaboração com os cotonicultores brasileiros. Após a pandemia, queremos visitar o Brasil para conhecer, a fundo, a produção local". No ciclo 2019/20, o mercado sul-coreano importou 43,6 milhões de toneladas de algodão brasileiro. O volume se ampliou na atual temporada, já acumulando 70,6 milhões de toneladas.



O presidente da (Anea), Miguel Faus, manifestou otimismo com o que escutou dos potenciais compradores.   "Estamos com uma grande demanda em diversos produtos e esperamos que esse ritmo se mantenha pelos próximos anos", disse.



Os cotonicultores brasileiros garantiram que estão preparados para suprir a procura pela pluma nacional com qualidade e certificação. "Nos tornamos um grande exportador há apenas quatro anos e queremos crescer ainda mais. Para isso, buscamos rentabilidade e mercado, e esse contato direto com os importadores do nosso algodão é fundamental", avaliou o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato.



A expectativa de produção do algodão no Brasil, na temporada 2020/21, é de 2,35 milhões de toneladas e, apesar de uma queda na área de plantio nacional, será a terceira maior safra do país. Atualmente, o Brasil já absorve 23% da demanda global da indústria têxtil.

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