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Algodão tem recorde de embarques

10 de Junho de 2021

China é o principal destino da pluma nacional, com quase um terço das compras


Com 115,2 mil toneladas embarcadas, maio foi um dos melhores meses da história para as exportações brasileiras de algodão. O volume é 66% superior ao exportado no mesmo mês de 2020. O resultado compõe outro recorde: embora o encerramento do ano comercial da safra 2020/21 da pluma seja apenas em julho, os embarques totais deste ciclo, que somam 2,23 de toneladas na safra, já incluindo as vendas dos dois meses remanescentes. Se a projeção se confirmar, o crescimento em relação à safra passada será de 20%.



A China, com quase um terço das compras na temporada, é o principal destino da pluma brasileira. "Estamos fortalecendo as parcerias com entidades que representam o setor têxtil chinês para mantermos o ritmo no comércio exterior. Em menos de 60 dias, firmamos convênio com a China Cotton Association (CCA) e com a China National Cotton Exchange (CNCE) diz o presidente da Abrapa, Júlio Busato.



Em maio, os três maiores compradores do Brasil foram Turquia, Vietnã e China, com importações acima de 23 mil toneladas cada um. As importações chinesas superaram as 700 mil toneladas no ciclo 2020/21, 22% a mais que em toda a temporada anterior. O volume supera, inclusive, o consumo doméstico médio das indústrias têxteis do Brasil. Indonésia e Bangladesh também aparecem na lista dos principais clientes do algodão nacional.



Para tentar expandir ainda mais o mercado internacional do algodão brasileiro, a Abrapa está promovendo uma rodada de conversas com sete países importadores. Nos eventos virtuais, os cotonicultores aproveitam para mostrar o panorama da próxima safra, com previsão de manutenção e até aumento da área plantada em Mato Grosso e na Bahia, principais produtores nacionais.



Um relatório preparado pela Abrapa mostra que as perspectivas para esta safra mundial de algodão são de redução de 7% na produção (24,3 milhões de toneladas) e aumento de 9% no consumo, fortemente afetado pela pandemia em 2020. Mesmo com o crescimento, serão consumidas menos de 25 milhões de toneladas da pluma, abaixo das 26 milhões de toneladas em condições normais de mercado.



O setor redobra a atenção para o que acontece do outro lado do mundo, na Índia, maior produtor mundial de algodão. A produção na safra 2020/21 deverá ser de 6,12 milhões de toneladas, mas o consumo da indústria têxtil indiana foi revisado para 5,15 milhões de toneladas, reflexo do agravamento da pandemia no país. Sob pressão do novo imposto de importação, as compras dos indianos deverão cair para 187 mil toneladas.



Para 2021/22, a expectativa é que a safra de algodão aumente 5%, para 25,5 milhões de toneladas, com aumentos de área e colheita nos Estados Unidos e na África Ocidental. O consumo deve crescer 2%, à medida que a economia global continue a se recuperar. "É previsto que o comércio global de algodão aumente para 10 milhões de toneladas para 2021/2022, com aumentos de importação em todos os principais países consumidores", diz a Abrapa.



Valor Econômico


Por Rafael Walendorff — De Brasília - 10/06/2021

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