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Abrapa consolida projeções da safra 2020/21

10 de Junho de 2021

Dados foram validados em reunião técnica com associações estaduais











​"Precisamos nos preparar para o futuro". O convite do presidente da Abrapa, Júlio Busato, pautou a reunião técnica de avaliação da safra 2020/21 realizada na última terça-feira (8). Com objetivo de atualizar números e projeções do atual ciclo do algodão, a Associação Brasileira de Produtores de Algodão, Abrapa,  mobilizou lideranças estaduais e consolidou o cenário atual da cultura no Brasil.



Após quatro anos de crescimento contínuo, a cotonicultura vive agora um momento de retração na área plantada, na produção e na produtividade. O cenário é reflexo de aspectos climáticos, por um lado, e da macro tendência mundial de valorização de commodities agrícolas – o que tornou, em alguns estados, o plantio de soja e de milho mais atrativos para os produtores que trabalham com algodão em segunda safra.



Os dados levantados pela Abrapa junto aos produtores indicam que o algodão foi plantado em uma área de 1,340 milhão de hectares – extensão 20,5% inferior à registrada no ciclo 2019/20. Com isso, a estimativa é de que sejam produzidas 2,356 milhões toneladas de pluma, em uma redução anual de 21,5%. Já a produtividade tem previsão de baixar 2,4% em relação ao ciclo anterior, atingindo a marca de 1.758 kg/hectare.



Um dos estados com redução na área é Mato Grosso, que responde por aproximadamente 70% da produção nacional de algodão. Lá, a previsão é de que da área de pouco mais de 942 mil hectares saiam 1,613 milhão de toneladas de pluma – recuo de  17% na área e de 20% no volume em relação à safra anterior. Com 85% de seu algodão sendo cultivado em segunda safra, após o ciclo da sojicultura, Mato Grosso foi afetado pelo clima. "O principal fator foi climático. Poucas chuvas encurtaram o período ideal da janela de plantio", explicou Álvaro Salles, diretor executivo do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt).



O clima também influenciou os números do Centro-Sul do país, onde estão os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Nessa região, houve diminuição de 32% na área e de 31% na produção. Mato Grosso do Sul chegou a ficar 70 dias sem chuva em algumas áreas.



A região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), por outro lado, teve os percentuais menores de redução tanto na produção (-15%) como na área plantada (-17%). A previsão da Abrapa é que esses estados cultivem 587 mil toneladas de pluma em 305,3 mil hectares. Outro diferencial do Matopiba é o aumento de 2% no índice médio de produtividade, chegando a 312,2@/hectare. A explicação está na regularidade e boa distribuição de chuvas, além de menor incidência de pragas e doenças comuns na cotonicultura.


Os dados validados na reunião técnica serão apresentadas durante a série de webinars Cotton Brazil Harvest 2021 Roundtable, que a Abrapa realiza neste mês com importantes países compradores do algodão brasileiro.





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