Implantar um Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) que vai proporcionar mais confiabilidade de resultados e, consequentemente, credibilidade nos mercados nacional e internacional, tem sido um dos mais importantes desafios dos laboratórios de análise de fibra de algodão que atendem aos cotonicultores do Brasil. Pensando nisso, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) realizou, entre os dias 11 e 15 de fevereiro, dois cursos específicos em sua sede, em Brasília, o Leitura e Interpretação da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017, e o de Formação de Auditores Internos pela ABNT NBR ISO 19011:2018. Ambos os treinamentos fazem parte do terceiro pilar do Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), cujo objetivo é parametrizar, padronizar e harmonizar os resultados nos 11 laboratórios brasileiros, tendo como balizador o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA).
De acordo com o gestor de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, a ideia de realizar os dois treinamentos surgiu após auditorias internas nos centros de análise, que apontaram a necessidade de melhorias em processos para a implantação de um Sistema de Gerenciamento de Qualidade (SGQ) nos laboratórios de ensaios. O primeiro passo, explica Mizoguchi, era entender a própria norma, que faz parte da série ISO de normas internacionais, criada pela Organização Internacional de Padronização, para melhorar a qualidade de produtos e serviços, e reconhecida em todo o mundo. “Essa norma é específica para laboratórios e, por isso, a importância do treinamento Leitura e Interpretação”, diz o gestor, que celebra a grande adesão aos cursos, que tiveram representantes de nove dos 11 laboratórios do país. Ao final da capacitação, eles receberam o certificado de conclusão, que foi expedido pelo Senai.
Para o supervisor de laboratório da Associação Baiana dos produtores de Algodão (Abapa), Renato Possato, os cursos “foram dinâmicos, esclarecedores e agregaram muitas informações que não detínhamos”. Ele afirma que o Centro de Análise de Fibras da Abapa vai implantar, em breve, o SGQ. “Aumentar o contato com a norma ISO 17025 vai efetivar esse contato, e a formação de auditores internos de qualidade facilitará o processo de implantação do sistema”, concluiu.