A Abrapa participou, nesta quarta (26), do 2º Seminário "Campo Futuro", organizado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). No evento, o presidente da CNA, João Martins da Silva, o Secretário de Mobilidade Social do Ministério da Agricultura (MAPA), José Rodrigues Dória, o Superintendente Técnico da CNA, Bruno Lucchi, além de pesquisadores e especialistas reconhecidos discutiram os rumos do agronegócio no país. A Abrapa, no evento, teve acesso ao panorama do mercado agrícola, no Brasil e no mundo, e conheceu melhor as iniciativas que estão sendo trabalhadas para os agricultores brasileiros, com foco, para o produtor de algodão. Assuntos como produção sustentável, uma maior proximidade entre o governo e o agronegócio e possibilidade de diminuição dos investimentos para a próxima safra dominaram as discussões.
A sustentabilidade da produção foi um ponto forte, nos debates, além dos compromissos entre governo e produtores com a política agrícola. No seminário, os painéis trataram de culturas variadas como café, frutas, cana-de-açúcar, grãos, cereais e fibras – cotonicultura – horticulturas e criações de animais, peixes e aves. Em todos, a sustentabilidade foi defendida e vista como o caminho para o crescimento do setor e também da economia nacional.
“O ministro da Agricultura apóia os programas de sustentabilidade”, a frase foi dita pelo representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), José Rodrigues Dória. Ele ressaltou a importância da sustentabilidade na produção nacional e deu ênfase ao apoio do ministro Blairo Maggi à necessidade do país caminhar nesse rumo. O secretário de Mobilidade Social, José Dória, disse mais. Para ele, o governo como um todo precisa ver que o setor agrícola está qualificado e pode ajudar nas políticas públicas da agropecuária.
"A política agrícola unida aos setores organizados como entidades e empresas será o caminho para levar o Brasil a um crescimento econômico ainda muito maior. Não tenho dúvidas disso e o ministro Blairo sempre transmite sua mensagem nesse sentido", afirmou Dória.
Presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins da Silva, defendeu maior união entre campo e governo. Ele ressaltou que os programas do agronegócio pensam no futuro do Brasil e não há como o governo prescindir do conhecimento e da capacidade que existe, atualmente, na agropecuária nacional. João Martins ressaltou que a área técnica da CNA tem sido um farol e um radar para que o produtor enxergue e previna-se dos problemas. "Um projeto como esse que desenvolvemos (Campo Futuro) será a base do produtor nas suas reivindicações junto ao governo e será uma ferramenta de apoio ao produtor rural", reforçou o presidente da CNA.
O evento terminou com um cenário projetando dificuldades para o produtor brasileiro na próxima safra. No painel que tratou de cereais, fibras e oleaginosas, o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Mauro Osaki, traçou um cenário pouco animador para quem produz esse tipo de cultura no país. Ele avaliou que os impactos nos custos de produção influenciaram a safra 2015/16 e comprometerão a próxima. Segundo ele, diminuiu a capacidade de investimento do produtor.
Para Osaki, fatores como a questão climática, em especial o El Niño, a queda nos preços das commodities agrícolas no mercado internacional, a elevação do preço da terra para se produzir, a alta dos juros e o aumento no valor dos insumos utilizados na produção, aliados à baixa qualidade da mão de obra ainda existente no Brasil, foram as causas que projetam dificuldade de investimentos para a próxima safra. O pesquisador justificou esse cenário pelas dívidas contraídas pelos produtores, nesta safra, comprometendo a próxima.