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Palavra do presidente

O ano de 2025 traz desafios e oportunidades para a cotonicultura brasileira, que continua a se destacar como referência global em qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade. As oportunidades são muitas, especialmente neste momento em que a conjuntura indica que o Brasil se manterá na liderança mundial das exportações de algodão, posto que conquistamos no ano passado.

Para consolidar nosso produto nos mercados onde ele já está presente e, ao mesmo tempo, abrir novas possibilidades de negócios, precisamos garantir ao mundo que, por meio do profissionalismo e de uma mentalidade sustentável, conseguiremos avançar na oferta de algodão de alta qualidade, totalmente alinhado às tendências globais. Um quarto de século é justamente a idade da Abrapa, entidade que agora tenho a honra de conduzir por um biênio, com os conselhos eleitos para 2025-2026.

Os desafios, sem dúvida, serão grandes, nesses tempos de pressão sobre os preços internacionais e de uma tendência de perda de participação do algodão para as fibras sintéticas, de origem fóssil. Em relação aos preços, não temos muito o que fazer, já que não cabe ao produtor qualquer ingerência sobre eles. Assim, o que nos resta é redobrar os cuidados em cada decisão que tomamos, em cada recurso aplicado, para otimizar os nossos investimentos, convertendo-os em mais produtividade e, consequentemente, rentabilidade. Ao mesmo tempo, precisamos esclarecer os consumidores sobre os riscos da escolha de matérias-primas sintéticas, que levam à contaminação do meio ambiente, dos animais e dos seres humanos, apresentando o algodão como uma matéria-prima sustentável, renovável e totalmente biodegradável.

Sabemos que a solução para essa questão depende de ações colegiadas globais. Não é um desafio exclusivo do Brasil, mas, de mãos dadas com todos os países produtores de algodão, poderemos contribuir para mudar a percepção do consumidor, mostrando-lhe que o algodão é, mais do que nunca, a fibra do futuro. Nesse ponto, o Brasil é pioneiro com os seus programas, como o ABR – Algodão Brasileiro Responsável, que garante os cuidados com o meio ambiente e as pessoas envolvidas no processo de produção; o Sou de Algodão, que promove a moda responsável e já engajou mais de 1.600 marcas do varejo; e o Cotton Brazil, desenvolvido em parceria com a ApexBrasil e a Anea, para abrir novos mercados e consolidar os já conquistados, valorizando a fibra brasileira como referência em sustentabilidade e inovação.

Na presidência da Abrapa, a nossa meta é trabalhar para consolidar as conquistas do algodão brasileiro, enfrentando os desafios de um mercado global. Nosso compromisso é fortalecer a relação com os produtores, ouvir suas demandas e atuar junto às associações estaduais para garantir alinhamento estratégico. Um dos pilares deste trabalho será a manutenção e o aprimoramento dos programas de qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade, que são diferenciais do algodão brasileiro no mercado mundial. Intensificaremos os esforços no mercado interno, trabalhando com a Abit para promover o incremento do consumo doméstico e ampliar o reconhecimento do algodão brasileiro como um produto de excelência.

 

Gustavo Viganó Piccoli,
Presidente da Abrapa, Biênio 2025/2026.

 

Texto publicado em 16.01.2025

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