O protocolo Algodão Brasileiro Responsável (ABR) é o padrão nacional de certificação socioambiental do algodão no Brasil. Foi idealizado em 2012 pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) a partir da unificação de iniciativas regionais e é gerenciado e implementado com a missão de que, safra a safra, seja possível aumentar ainda mais os padrões de sustentabilidade da pluma produzida no país.
Para cumprir essa missão, a Abrapa construiu um protocolo com diversos cuidados e ações a serem executados pelo agricultor para que a produção de algodão seja mais responsável na gestão de pessoas, de recursos naturais e materiais. As fazendas brasileiras que optam por aderir ao protocolo são auditadas e, se o cumprimento dos itens for comprovado, a safra colhida recebe a certificação ABR.
O ABR é gerido, nacionalmente, pela Abrapa, em benchmark com a Better Cotton (BCI), e é executado em campo pelas associações estaduais.
Principais características do protocolo ABR:
1. Regime voluntário – a adesão ao protocolo é voluntária: participam os agricultores interessados em auditar e certificar suas práticas socioambientais responsáveis.
2. Alinhamento com leis brasileiras e OIT – O protocolo ABR tem como principal premissa que os participantes cumpram as legislações ambiental, fundiária e trabalhista em vigor no Brasil, bem como as normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
3. Coordenação da Abrapa – ao unificar iniciativas regionais de padronização de práticas socioambientais, a Abrapa criou o protocolo ABR, sendo responsável por sua coordenação e divulgação. Com apoio direto do corpo técnico das associações estaduais, avalia e qualifica agricultores e trabalhadores rurais envolvidos.
4. Auditorias independentes – anualmente, as fazendas participantes recebem auditorias in loco. Essa etapa é realizada por empresas especializadas nesse serviço, de forma independente e transparente.
5. Três pilares de sustentabilidade – os itens verificados pelo protocolo ABR abrangem aspectos ambientais, sociais e econômicos da produção de algodão.
6. Rigor no checklist – tendo a legislação brasileira como base, o protocolo adotado pelo ABR é rigoroso e abrange 183 itens que precisam ser verificados pelo agricultor.
7. Parcerias estratégicas – uma das principais parceiras da Abrapa é a Better Cotton. Desde 2013, as duas entidades cooperam para validar os itens de verificação ABR que são similares aos exigidos pela certificação mundial.
8. Grande adesão – uma das principais características do protocolo ABR é o grande engajamento dos produtores brasileiros. Ano a ano, a adesão aumenta. O índice de algodão ABR sobre o volume total produzido pelo Brasil na safra 2022/23 chegou a 82%.
9. Reconhecimento internacional – o protocolo ABR é reconhecido e atestado pela Better Cotton e é uma das 15 certificações mundiais selecionadas pela Textile Exchange como preferenciais no mercado global.
10. Melhoria contínua – o produtor ABR precisa comprovar que seu nível de conformidade aumenta safra a safra: é o compromisso com a evolução permanente de processos e práticas no campo. Além disso, o escopo do protocolo ABR é dinâmico e aberto a melhorias, sejam mudanças em leis ou novos itens de checagem.