Voltar

Representantes da Abrapa participam do lançamento do Dia Mundial do Algodão na sede da OMC, em Genebra

08 de Outubro de 2019

Os subsídios conferidos por alguns países aos produtores de algodão e os impactos da prática sobre o comércio da commodity foram assuntos-chave que a delegação brasileira levou, nesta segunda-feira (7), para Genebra, na Suíça, durante o lançamento do Dia Mundial do Algodão, realizado na sede da Organização Mundial dos Comércio (OMC). O tópico foi destacado no discurso da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que também enfatizou a importância sócio econômica da cotonicultura para o país e o caráter sustentável da atividade, que fazem do Brasil o principal fornecedor de pluma reconhecidamente produzida dentro de parâmetros corretos pelo conceito da sustentabilidade. O vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, o presidente do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Haroldo da Cunha, e o produtor Paulo Shimohira participaram da solenidade e dos painéis integrantes da programação.


O lançamento foi uma iniciativa do Cotton-4 (Benin, Burkina Faso, Chad e Mali), em colaboração com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com a United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), o International Trade Centre (ITC) e o International Cotton Advisory Committee (ICAC).

 “O PIB da cadeia produtiva do algodão do Brasil é de cerca de US$ 74,11 bilhões, considerando as vendas de produtos de confecção. A cadeia gera emprego e renda para 1,2 milhão de trabalhadores”, disse Tereza Cristina. A ministra ressaltou que o "bom funcionamento do comércio internacional, sem distorções, é fundamental para o desenvolvimento de setores produtivos agrícolas, como o do algodão. Por essa razão, o Brasil tem sido um membro ativo na OMC, sempre buscando fortalecer o papel conciliador da organização, pautado por isenção e equidade”.

Ela reafirmou o comprometimento do setor produtivo brasileiro com a sustentabilidade ambiental, lembrando que o Brasil é líder mundial na certificação socioambiental de algodão, com mais de 80% da produção certificada. A ministra lembrou que, em 20 anos, a produção nacional de algodão cresceu 226% e, na safra 2017/18, o Brasil colheu 2,2 milhões de toneladas de pluma, 11% da produção mundial.

Segundo o vice-presidente da Abrapa, e também presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Busato, a fala da ministra reflete hoje um dos maiores problemas enfrentados pelos cotonicultores do Brasil. “Com os preços em baixa, a remuneração do produtor está no nível do custo de produção. Essas distorções têm impacto grande. Sabemos não apenas que alguns países mantêm esses subsídios, como o quanto eles investem em suas políticas de incentivo. Já vencemos os Estados Unidos numa batalha histórica num passado recente contra esse mesmo problema. Estamos trabalhando junto com o Governo Brasileiro para trabalhar por uma solução em favor de um comércio internacional justo”, afirmou Busato.


Data a comemorar


O presidente da Abrapa, Milton Garbugio, se pronunciou sobre a data. “Celebrar o Dia Mundial do Algodão é fazer justiça à fibra que acompanha a humanidade desde o início da história. É também um marco importante para que essa mesma humanidade possa pensar suas ações hoje, de modo a garantir que haja um futuro. Escolher algodão é comprometer-se com um matéria-prima sustentável e dignificante. No Brasil, nós, produtores, nos comprometemos a cultivá-la visando a garantir qualidade, volume e constância na oferta, de forma comprovadamente correta, seja social, ambiental ou economicamente falando. Queremos ajudar a assegurar que esta e todas as futuras gerações serão beneficiadas pelas nossas escolhas hoje, e poderão desfrutar da fibra sempre. Apoiamos esta ideia com força e entusiasmo”, concluiu.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter