A comitiva do projeto “Caminhos do Algodão: Centro de Inovação do Algodão de Moçambique” visitou a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), na sexta-feira (26), para conhecer a atuação da Abrapa, junto às estaduais e aos cotonicultores brasileiros. Eles conheceram os programas e ações geridos pela Associação e o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA). O grupo foi recebido pelo diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, e o diretor Técnico do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Adilson Ferreira dos Santos, no edifício sede, em Brasília.
Santos apresentou o IBA à delegação, falou sobre a atuação do Instituto, criado em 2010, em prol da cotonicultura nacional, com destaque para as 14 linhas de atuação, especialmente sobre o controle, mitigação e erradicação de pragas e doenças. Mostrou a preocupação e o investimento do IBA na construção de indicadores de resultados (2017) e implantação no ano seguinte. Focou nos investimentos do instituto em projetos e atividades de capacitação para o fortalecimento do algodão brasileiro. “O IBA nasceu com o intuito de contribuir para o fortalecimento do setor e atua em parceria com as associadas”, disse.
Portocarrero, discorreu sobre a retomada do cultivo de algodão no País, com ênfase na produção responsável da fibra, elencou as ações de sustentabilidade executadas pelos produtores nas fazendas, em atendimento às demandas globais do mercado. O destaque da abordagem foi o ABR – Algodão Brasileiro Responsável, o ABR-UBA, voltado para as unidades de beneficiamento, o programa SouABR, processo de rastreabilidade da fibra, da lavoura até a etiqueta das roupas, e falou sobre a qualidade do algodão nacional. Na área de promoção da fibra, citou o movimento Sou de Algodão, de promoção da pluma no mercado doméstico, e o Cotton Brazil, voltado para o exterior, especialmente a Ásia.
O grupo ficou bem impressionado com o que viu na Abrapa e na produção algodoeira brasileira e pretende levar projetos e ideias para serem executadas em Moçambique, com o objetivo de desenvolver a cultura, restrita a pequenos produtores familiares. Os moçambicanos vieram ao Brasil participar do 13º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), que se realizou entre 16 e 18 de agosto, em Salvador. De lá se deslocaram a Minas Gerais, conheceram lavouras de algodão, estiveram em cooperativas e puderam conhecer melhor a cadeia brasileira, da lavoura ao beneficiamento.
A ação integra iniciativa do Brasil, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), que mantém projeto no país para o desenvolvimento da cultura. São 52 iniciativas de cooperação técnica em cotonicultura, em 22 países da África, América Latina e Caribe. Moçambique é parceiro importante nessa cooperação e conta atualmente com quatro iniciativas para o fortalecimento do setor algodoeiro no país, com foco em diferentes fases da cadeia produtiva do algodão. De modo a complementar os projetos já existentes, Brasil e Moçambique iniciaram a negociação de mais um projeto, que contará com a experiência e o conhecimento técnico da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, do Ministério da Educação (MEC) do Brasil.